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A história da cidade em fotos

FOTO: Osias Oliveira Júnior

Governador Valadares comemorou 86 anos de emancipação política nessa terça-feira (30). Confira episódios marcantes desta história

GOVERNADOR VALADARES – A história de Governador Valadares é rica em detalhes. Desde a primeira ocupação aos dias atuais, o município segue em busca do desenvolvimento. Apesar de muitos avanços, ainda há muito a ser feito. Separamos abaixo alguns episódios e imagens marcantes da cidade. Viaje no tempo nas imagens. Algumas estão no Museu da cidade, outras são do arquivo do DIÁRIO DO RIO DOCE, presente em 65 dos 86 anos de Valadares. Aliás, em março o DRD completa 66. Outras imagens são do site familialana.com/gv.

Os primeiros habitantes

FOTO: Walter Gorbe/1969

Assim como em todo o País, a história no Brasil sempre foi escrita com sangue. A região conhecida hoje como Vale do Rio Doce, Mucuri e Jequitinhonha era habitada por comunidades indígenas botocudos. Alguns dos povos originários de Minas Gerais incluem Maxakali, Xakriabá, Krenak, Aranã, Mukuriñ, Pataxó, Pataxó hã-hã-hãe, Catu-Awá-Arachás, Kaxixó, Puris, Xukuru-Kariri, Tuxá, Kiriri, Canoeiros, Kamakã, Karajá, Guarani e Pankararu. Para garantir o comércio através do rio Doce, que já foi navegável, ocupações militares foram realizadas às margens dele, expulsando os povos originários. A primeira ocupação foi em Baguari. Posteriormente, outra foi formada em 1818, em local conhecido como Dom Manoel, onde hoje fica o bairro São Tarcísio. Lá se formou o Porto das Canoas. Nessa época a cidade era conhecida como Figueira.

Trilhos  para o desenvolvimento

Em 1907, a então Figueira do Rio Doce, ou apenas Figueira – como Valadares era conhecida – inaugurou a Estação Ferroviária da linha férrea Vitória-Diamantina. A primeira estação ficava em Derribadinha, do lado oposto da Figueira.

Em 1910, após a construção de uma ponte, a estação Figueira foi inaugurada na cidade.

Pela linha férrea passava todo tipo de mercadoria, o que tornou a cidade, já naquela época, um importante mercado. Daqui eram enviados café e madeira.

As primeiras igrejas

A capela da Catedral de Santo Antônio, construída de 1910 a 1914, foi a primeira comunidade católica em Valadares. Antes já havia uma pequena capela, construída por volta de 1886. O atual templo foi construído em 1924. Em 1917 foi fundada em Valadares a Primeira Igreja Presbiteriana, cujo templo histórico fica na Rua Prudente de Morais.

FOTO/Arquivo/Museu

As primeiras escolas

Localizada na rua Barão do Rio Branco, 362, Centro, a Escola Estadual Professor Nelson de Sena foi criada por um sonho de ajudar a formar crianças e jovens de nossa sociedade. Com alunos sentados em caixotes, nasceu em 16 de fevereiro de 1929, por meio das Escolas Reunidas da Figueira. Época na qual nosso município era ainda apenas um projeto da bela cidade atual. Posteriormente veio o Colégio Ibituruna, em 1938. Já o Colégio Presbiteriano foi fundado em 1944.

Os primeiros times

O primeiro time oficial de Governador Valadares se chamava Flamengo. A equipe deu origem ao Democrata, que foi fundado no dia 13 de fevereiro de 1932, antes de Valadares ser emancipada. Outra equipe famosa foi o Clube Atlético Pastoril, criado em 1950. Ele chegou a disputar o acesso ao Campeonato Mineiro em 1969. Aliás, em 1969 nasceu em Valadares o Coopevale, que ainda é celeiro de muitos craques da cidade.

O primeiro prefeito

Moacyr Palleta de Cerqueira Lage foi o primeiro prefeito de Valadares. Ele foi prefeito de 1938 a 1943. Além dele, outras 26 pessoas comandaram o Executivo local, incluindo os vice-prefeitos que assumiram o cargo, bem como os presidentes da Câmara. A Prefeitura teve até hoje apenas apenas uma mulher, Elisa Costa (PT), à frente do Executivo. Em homenagem a Moacyr Palleta, uma importante avenida da cidade leva seu nome. Do lado direito foto do então governador Benedito Valadares, que decretou a emancipação da cidade.

FOTO: Arquivo/Museu

De Figueira para GV

Em 1927, o povoado de Santo Antônio de Figueira passou a se chamar apenas Figueira. Em 1935 foi formado o Partido Emancipador de Figueira, chefiado por Gil Pacheco, destinado a comandar a luta pró-emancipação. Em 31 de dezembro de 1937, finalmente, foi criado o município de Figueira, desmembrado de Peçanha, por ato do governador Benedito Valadares. Um ano depois, segundo o historiador e professor Haruf Salmen, o decreto-lei nº 148, de 17 de dezembro de 1938, criado por abaixo-assinado de representantes de 12 Figueira, para bajular o governador, o nome foi mudado para Governador Valadares.

A primeira associação

A Associação Comercial de Governador Valadares foi fundada em 5 de fevereiro de 1939, logo após a emancipação do município. A necessidade de se organizar economicamente a cidade foi fator fundamental para a criação da Associação Comercial. Os comerciantes, fazendeiros, mineradores e extrativistas industriais que atuavam na cidade se uniram com o objetivo de direcionar o desenvolvimento da classe de forma corporativa.

A Santa da Ibituruna

No dia 8 de outubro de 1962, o bispo Dom Hermínio Malzone Hugo deu sua bênção para a construção da imagem de Nossa Senhora das Graças no pico da Ibituruna. A obra, segundo historiadores, levou apenas 110 dias, apesar das dificuldades de acesso ao local naquela época. Ao lado, foto da imagem de Nossa Senhora das Graças, que ainda encanta os visitantes de Valadares.

A Rua Israel Pinheiro

A Rua Israel Pinheiro, uma das principais da cidade, já foi assim. Em 1938, ano da emancipação política de Governador Valadares, ela não tinha nem calçamento. Na foto, o prédio à esquerda é o Colégio Ibituruna, na divisa do Centro com o Bairro Esplanada. O curioso é que a Rua Israel Pinheiro possuía os postes no meio da via.

A Ilha dos Araújos

Foto de Valadares na década de 1950. Ao fundo é possível ver a Ilha dos Araújos começando a ser habitada. Já havia a ponte, construída de 1953 a 1955. Antes a travessia era feita por balsas. Já na foto à direita, imagens do bairro na maior cheia já registrada do Rio Doce, em 1979.

FOTO: Arquivo/Museu

A Açucareira

Em 1948 foi criada a Companhia Açucareira Rio Doce (CARDO), que se tornou uma importante referência da história econômica local. Foi um empreendimento mantido pela Companhia Belgo Mineiro para a produção de açúcar e álcool, com a finalidade de produzir para o consumo interno e exportação, chegando a produzir 600 sacos de açúcar e dez mil litros de álcool por dia. A Açucareira, como é chamada, foi desativada por volta de 1978. O imóvel está situado às margens do rio Doce, em uma área plana e cercada. O referido imóvel foi tombado pelo conselho deliberativo do Patrimônio Cultural de Governador Valadares em abril de 2001.

FOTO: Arquivo/DRD

A Câmara Municipal

A Câmara Municipal de Governador Valadares foi instalada em 13 de dezembro de 1947, em ato solene presidido pelo Juiz – Dr. Joaquim Assis Martins da Costa, que foi o primeiro juiz de Direito da Comarca de Governador Valadares, e durante muitos anos, o único. Na primeira metade da década de 60, ela funcionou na Av. Minas Gerais, quase chegando na Rua Marechal Floriano, num edifício de dois andares, onde estava instalado o Fórum, que foi levado para seu atual local. Finalmente, no dia 4 de fevereiro de 1968, a sede no Palácio Municipal foi inaugurada, poucos meses antes da Prefeitura para lá também se mudar. Em 1968, o Presidente era o Vereador Eurides Ignácio Lima e o Vice-Presidente Ivaldo Armando Tassis.

FOTO: Arquivo/Família Lana

A ponte do São Raimundo

A ponte do São Raimundo é a primeira ponte da cidade. Com mais de 440 metros, ela foi construída na década de 40 sobre o rio Doce com o progresso da rodovia BR-116. Ela liga os bairros da região do São Raimundo a Governador Valadares. Ela já passou por várias reformas e melhorias. Hoje a população aguarda sua duplicação, já que o fluxo de veículos aumentou consideravelmente. Dessa forma, ela ficou pequena, formando engarrafamentos diários. Atualmente está sob a responsabilidade da empresa EcoRioMinas, que venceu a concessão de manutenção da BR-116.

Capela de Nossa Senhora das Graças

Foto de 1950 mostrando a Capela de Nossa Senhora das Graças, na Avenida Minas Gerais, que, na época, nem era calçada. Ao fundo percebe-se que o bairro ainda não era ocupado e ainda não havia ruas. Hoje, uma linda igreja foi construída no local, que conta com supermercados, farmácias e muito comércio na proximidade. A imagem, cujo crédito é desconhecido, foi postada no site www.familialana.com/gv/. Já na foto à direita uma imagem rara do cruzamento da Rua São Paulo com Sete de Setembro, em 1954. A foto foi tirada do local onde fica atualmente a sede do Corpo de Bombeiros.

Aeroporto no Lourdes

Os primeiros voos de Valadares partiram do bairro de Lourdes, onde hoje é a Rua Pedro Lessa. A pista de pouso ficava onde atualmente está a Escola Estadual Israel Pinheiro. Talvez por esse motivo a Rua Pedro Lessa, naquela região, seja mais larga que a Israel Pinheiro. O aeroporto funcionou no local até meados de 1950. Em 1964 foi construído o Aeroporto Coronel Altino Machado no Distrito Industrial. Ao lado, uma foto de 1959 da Escola Israel Pinheiro.

O Vila Bretas e o Carapina

Imagem da sede da fazenda de Afonso Bretas Sobrinho, em 1940, onde hoje está a avenida JK. A fazenda ficava próxima à atual Rua Parajara dos Santos e Paschoal de Souza Lima. Ao fundo o morro onde atualmente fica o 6º Batalhão da Polícia Militar. O local onde ficava a fazenda hoje é conhecido como bairro Vila Bretas, um dos mais antigos e nobres da cidade. Além de muitas residências, o bairro é um importante polo comercial de Valadares, sendo a avenida JK uma das principais vias de acesso da cidade. Já à direita, a antiga sede da fazenda dos Carapina, na Rua Gentil Dias, no bairro Nossa Senhora das Graças. A imagem é de 1927.

FOTO: IFMG

O IFMG em Valadares

No dia 9 de outubro de 2009 foi lançada a pedra fundamental do campus do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG) em Governador Valadares, a primeira instituição de ensino pública federal instalada na cidade. O primeiro vestibular para o IFMG-GV foi realizado em dezembro de 2009 e foram oferecidos dois cursos superiores: Engenharia de Produção e Tecnologia em Gestão Ambiental, além do curso técnico subsequente em Segurança do Trabalho. As aulas começaram no dia 26 de abril de 2010, com Aula Magna Inaugural ministrada pelo então reitor professor Caio Mário Bueno Silva. O evento marcou oficialmente o nascimento acadêmico do campus Governador Valadares

FOTO: Divulgação

A UFJF em Valadares

A criação do campus em Governador Valadares foi aprovada pelo Conselho Superior da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), formado por diretores de unidades, representantes de professores, técnicos, alunos e administração superior. A votação ocorreu no dia 16 de fevereiro de 2012, com a aprovação de todos os 38 membros que estavam presentes. O Campus Avançado Governador Valadares iniciou suas atividades no dia 19 de novembro de 2012. Há previsão de construção do campus da UFJF-GV em um terreno doado à universidade, com aproximadamente um milhão de metros quadrados, onde funcionava uma fazenda, a cerca de quatro quilômetros da região central.

FOTO: Igor França

Inclusão na Sudene

Em 7 de outubro de 2021, Governador Valadares foi inserida na área da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). Assim o município passa a ter benefícios fiscais e atração de investimentos. Grandes empresas já anunciaram a possibilidade de se instalarem na cidade. Outra conquista foi a implantação do Banco do Nordeste na região, voltado especialmente para o desenvolvimento. A agência de Valadares foi inaugurada no fim de novembro de 2023 e começou a operar em dezembro. Outras quatro serão instaladas em Inhapim, Guanhães, Aimorés e Mantena.

Comments 13

  1. Helena says:

    Queria ver fotos das escolas de samba de Governador Valadares mg aonde encontro?

  2. Jose salvador Rodrigues de oliveira says:

    Essas fotos mexe comigo nostalgia

  3. Gustavo Flendres says:

    Pq o povo de Valadares insiste em ignorar a existência do Tiro de Guerra ??? A entidade militar mais antiga da cidade, foi fundado em 1945, ….sua história se mistura com a cidade.
    Quantos cidadãos foram formados pelo TG em todos esses anos???!!!!!
    Não reconhecem a importância do TG e é por isso que vai ser fechado.

    • OLÍMPIO GUERRA LAGE says:

      Com certeza uma grande e importante entidade.Fiz o TG em 1971 e tenho muito orgulho.

  4. RORDISON VENANCIO DOS SANTOS says:

    Como e bonito e encantador voltar no tempo ,e de grande importância para nós valadarense, assim possamos ver como começou nossa grande gv , parabéns pela reportagem.

  5. Marilene De andrade says:

    Eu amei essa reportagem sobre minha cidade

  6. Noeme Flavina da Silva Miranda says:

    A cidade tem realmente uma história linda. Pena que há alguns anos não apresenta gestores comprometidos com o desenvolvimento da cidade principalmente no que se refere a cuidados sanitários.

  7. Fernando Paoliello says:

    Fica claro que GV nunca se chamou Figueira do Rio Doce e sim apenas “Figueira”, ao contrário que muitos pensam.

  8. Adeir Sabino da Silva. says:

    Ótimo documentário.eu sendo valadarense não sabia da história da cidade.

  9. Sugiro pesquisar com algumas pessoas mais idosas e ainda vivas e com boa memória para completar esta história de nossa cidade. Falta muitos fatos e comentários desta bela história. Vamos aproveitar algumas cabeças que ainda restam de nossa cidade e pedir para que ilustrem e contem histórias de nossa cidade.

  10. Derocy R Ferreira says:

    Gostei da retrospectiva porém ficou faltando o mercado municipal, eu nasci na rua bárbara Heliodora em frente ao mercado onde o meu pai Delcino ferreira de Andrade foi um dos comerciantes pioneiros

  11. Ivonete says:

    Eu já com meus quase 74 anos, conheço muito de minha cidade. Sou neta de desbravador, Cruzelino Gonçalves da Silva mais conhecido como Zilim, fazia celas p cavalos. Sou filha de Geraldo Gonçalves da Silva, conhecido como GIRU q jogou no Democrata e meu tio Gaste q jogou no time São Paulo F.C..
    Que lembraça boa, esta q fizeram.

  12. João Leão Lyrio says:

    1955 caçava Piriá na Ilha dos Araújos, indo a nado, abaixo da máquina de arroz !
    Livraria do português Sr. Reis era uma portinha ao lado da bomboniére do Cine Ideal, depois Sir .
    R. S. Paulo havia um ramal de trilhos que passa vá junto à Serraria Aliança, de JK, PM e JS! (Juscelino Kubitschek, Paulo Pimenta e Júlio Soares)
    Ajudei missa com o Pe. João Verbeek na Igreja de Nsª Srª das Graças, já maior, em ± 1955.
    Carapina mudou-se prá casa atrás do curral, próxima ao atual canal do esgôto e, na casa em que moravam, na rua Gentil Dias, pai de Zé Taquinho, meu amigo de fé, havia um ferreiro em que passava horas admirando a forjaria !
    AAAAAOOOOOOÔU PAAAAAAXÃÃÃÃÃO … ! 🦁🥀

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