Guedes cancela reunião com movimentos civis e discute controle do Orçamento

O ministro da Economia, Paulo Guedes, cancelou reunião que havia convocado para esta terça-feira (3) com a presença de representantes de movimentos civis, como MBL (Movimento Brasil Livre) e Vem pra Rua.

No horário em que seria feita a reunião, o ministro foi chamado ao Palácio do Planalto pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que busca um acordo com parlamentares para a análise de vetos que colocam em jogo R$ 30,1 bilhões do Orçamento.

O chamado Orçamento impositivo é um instrumento criado em 2015 que obriga o Executivo a pagar emendas de parlamentares.

O veto de Bolsonaro a um trecho da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2020 que ampliava esse poder dos congressistas deteriorou ainda mais a já tensa relação com o Legislativo. A medida vetada torna obrigatória também a execução de emendas do relator do Orçamento e de comissões.

Está marcada para esta terça-feira uma sessão do Congresso para analisar o veto.

Em fevereiro o governo chegou a anunciar um acordo que permitiria que o Executivo retomasse a autonomia para gerir metade desse montante – R$ 15 bilhões. A tratativa, porém, acabou congelada.

Na reunião no Planalto, Bolsonaro e ministros tentam chegar a um novo acordo com os parlamentares.

O encontro de Guedes com movimentos civis, anteriormente previsto para a manhã desta terça, tinha o objetivo de dar eco aos argumentos do governo em defesa de reformas econômicas.

Com a formatação da primeira etapa da reforma tributária praticamente pronta, o ministro queria apresentar os seus principais argumentos em defesa da reestruturação do sistema e as linhas gerais da proposta do Executivo.

O ajuste das regras de contratação de servidores públicos, que está pronto para apresentação, também entraria na pauta da reunião.

Auxiliares do ministro afirmam que ele usou o período para tratar do acordo sobre os vetos, mas que o encontro foi cancelado porque secretários da Pasta responsáveis pelas reformas estariam fora de Brasília.

(FOLHAPRESS)

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