Nessa sexta-feira (14), quarto dia de greve por tempo indeterminado na rede estadual de ensino, o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), realizou um Conselho Geral e Assembleia Estadual, pela manhã, para debater sobre a conjuntura enfrentada pela categoria, no âmbito estadual e federal, bem como, construir as lutas do próximo período.
A coordenação-geral iniciou o debate reafirmando a greve, por tempo indeterminado, pautando a luta pelo Piso Salarial Profissional Nacional, assim como, a defesa do emprego e do direito, a uma educação pública de qualidade social, para todos e todas.
Representantes da categoria criticaram o governador Romeu Zema (Novo), que encaminhou o Projeto de Lei 1.451/2020 à Assembleia Legislativa de Minas Gerais, com previsão de reajustar a remuneração apenas dos servidores da Segurança Pública.
Segundo o Sindicato, a postura de parcialidade política do governo do Estado foi responsável pela violência, que profissionais da Educação sofreram no dia 13, quando a categoria se organizava para acompanhar a votação do PL na Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, na ALMG, e foi hostilizada por alguns servidores da segurança pública.
Na luta há mais de 12 anos pelo Piso Salarial, pelo cumprimento da Lei Estadual 21.710/2015 e a Lei Federal 11.738/2008, que estabelecem o Piso como um direito, o Sind-UTE/MG repudiou a votação contrária à Proposta de Emenda à Constituição – a PEC 01/2020 -, no dia 13, que estendia o reajuste salarial a todo o funcionalismo público.
Pátio da ALMG
À tarde, a categoria se reuniu no pátio da Assembleia Legislativa, e lotou o local. Os profissionais de Educação receberam o apoio dos petroleiros e trabalhadores dos Correios, que também estão em greve, dos servidores da saúde, dos educadores da rede privada de ensino, de vários movimentos sociais e estudantis e do Levante Popular da Juventude.
O diretor estadual do Sind-UTE/MG, Fábio Garrido, que desmaiou diante da violência sofrida no dia 13, fez um relato para toda categoria sobre a hostilidade contra educadores. Garrido ressaltou a urgência da luta contra a intolerância de agressores uniformizados que atacam professoras.
A deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT), disse que “a melhor resposta à covardia contra as professoras, é coragem e luta”. O deputado federal Rogério Correia (PT), também, demonstrou seu apoio aos profissionais que foram violentados, e reafirmou a luta na Câmara Federal em defesa da educação.
Durante a votação, foi aprovado o seguinte calendário de lutas:
- Continuidade da greve por tempo indeterminado na rede estadual de ensino.
- 17 a 21/2 – Vigília permanente na Assembleia Legislativa.
- 22 a 26 – Carnaval da Educação
- 20/2 – Realização da Assembleia Estadual do Sind-UTE/MG
Após o encerramento da atividade, a categoria seguiu em marcha pelas ruas de Belo Horizonte, para demonstrar a capacidade de luta de todo funcionalismo público, reivindicando unidade na defesa dos direitos trabalhistas, do emprego e de uma educação pública para todos e todas. (Assessoria do Sind-Ute)