GOVERNADOR VALADARES – O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, visitou na tarde desta sexta-feira (14) o canteiro de obras do Hospital Regional de Governador Valadares para acompanhar o andamento das intervenções. A vistoria, realizada ao lado de representantes da Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra) e da Secretaria de Saúde (SES-MG), marca mais uma etapa no monitoramento da construção, considerada uma das principais demandas do Leste de Minas na área da saúde.
Durante a visita, Zema percorreu setores já em fase avançada e outros em finalização. Entre os principais progressos observados estão as adequações nos sistemas de prevenção e combate a incêndio, a construção de reservatórios de água e a instalação dos sistemas de abastecimento e esgotamento sanitário — estruturas fundamentais para o funcionamento pleno e sustentável do hospital. Também avançam, segundo o governo, frentes de acabamento, como instalação de forros e portas e aplicação da primeira demão de tinta em diversos setores.
A obra segue com a integração das instalações elétricas, de climatização, dados e segurança. Outro passo importante foi o início da instalação dos equipamentos da cozinha industrial, incluindo câmaras frias e coifas, preparando o espaço para a futura fase de montagem final. Os investimentos no Hospital Regional somam R$ 85 milhões para obras e equipamentos, valores incluídos no conjunto de ações de reparação na Bacia do Rio Doce após o rompimento da barragem de Fundão, em 2015. Considerando toda a estrutura, incluindo reformas e equipagem, o aporte total passa de R$ 200 milhões, conforme informou o secretário de Infraestrutura, Pedro Bruno.



Estrutura e capacidade
Quando concluído, o hospital terá 226 leitos: 15 de internação pediátrica, dez de internação semi-intensiva, 40 de UTI e 161 de enfermaria. O complexo contará ainda com nove salas cirúrgicas, pronto-atendimento com 20 leitos de observação e sete consultórios, além de ambulatório com outros oito consultórios.
O serviço de diagnóstico de imagem será um dos mais completos da região, com duas salas de tomografia, uma de ressonância, duas de hemodinâmica, duas de raio-x, duas de ultrassom, duas de endoscopia e duas de eletrocardiograma. A unidade também terá capacidade para realizar cirurgias de alta e média complexidade em áreas como ortopedia, traumatologia, cardiovascular, cabeça e pescoço, cirurgia plástica e bucomaxilofacial. O hospital também será referência no cuidado integral em neurologia, incluindo AVC agudo, AVC crônico e neurocirurgia. A previsão é de que a unidade atenda cerca de 700 mil pessoas de 51 municípios do Leste e Nordeste de Minas Gerais.
As obras começaram em março de 2013, mas foram suspensas em 2015 e totalmente paralisadas em agosto de 2016, quando aproximadamente 69% do projeto já estava executado. O empreendimento enfrentou disputas judiciais, processos licitatórios interrompidos e depredações ao longo dos anos. Em 2020, o governo estadual anunciou a retomada com previsão de entrega em 2022, mas a pandemia interrompeu novamente o cronograma. Somente em fevereiro de 2024 um novo contrato foi assinado, permitindo a retomada das obras em março.



Zema garante entrega e comenta gestão
Ao comentar o andamento, Zema afirmou estar satisfeito com o avanço e garantiu que a entrega da obra ocorrerá em 2026, ano em que deixará o governo. “Ano que vem, 2026, com toda certeza, Mateus Simões, que me sucederá a partir de março ou abril, estará inaugurando essa obra. A marca do meu governo será acabar com o cemitério de obras inacabadas que herdamos”, disse.
Questionado sobre como será a gestão do hospital, Zema reiterou que o Estado adotará o modelo de administração por entidades filantrópicas, por meio de licitação — prática que, segundo ele, torna a operação mais eficiente. “Quando o Estado opera, ele é lento e burocrático. Quando uma organização filantrópica opera, ela compra uma peça hoje e amanhã o equipamento está funcionando”, afirmou.
Sobre dúvidas relacionadas à inauguração em ano eleitoral, Zema reforçou que o processo seguirá as exigências legais e que ele próprio não estará presente à entrega devido à necessidade de desincompatibilização. “Questão de eleição é resultado, nunca objetivo”, declarou.
Outro ponto abordado foi a obra de acesso ao hospital, há anos motivo de preocupação na região. Segundo o secretário Pedro Bruno, os acessos já estão em execução e fazem parte do escopo geral do projeto. O Estado também mantém diálogo constante com o DNIT por se tratar de trecho ligado à BR-116. Zema destacou ainda que o hospital terá heliponto e que Minas Gerais deve alcançar 100% de cobertura do Samu até o fim de 2026, reforçando a agilidade no atendimento de urgências.
Cronograma
O secretário de Saúde, Fábio Baccheretti, informou que a licitação para a administração do hospital já foi concluída e que há um vencedor definido — o mesmo que operará a unidade de Teófilo Otoni. A documentação está em fase final de organização. Segundo ele, as tratativas para compra de equipamentos começam em janeiro e a expectativa é de que o primeiro paciente seja atendido no segundo semestre de 2026. “O estado tem o cronograma certinho e a obra está indo no prazo. Em meados do próximo ano, teremos essa obra sendo entregue e a gestão preparada para iniciar o atendimento”, afirmou.
Baccheretti também comentou manifestações para que o hospital se torne um hospital-escola da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF-GV). Segundo o secretário, o governo é favorável à proposta e já iniciou tratativas com a Ebserh. “Este hospital será o maior centro formador da região, especialmente para as universidades públicas”, garantiu.
O prefeito Coronel Sandro afirmou que a cidade vive um colapso na saúde devido à insuficiência de leitos e que o novo hospital vai aliviar o sistema, permitindo que o Hospital Municipal concentre atendimento de menor complexidade. “Esse hospital terá mais de 224 leitos e vai desafogar o atendimento, especialmente em ortopedia, trauma e cardiologia”, disse. O prefeito acrescentou que melhorias na atenção primária já estão em andamento, com reformas de oito Estratégias de Saúde da Família (ESFs) e reorganização do uso dos recursos. Ele reforçou que a base aérea do Samu deve começar a funcionar em fevereiro, trazendo transporte aeromédico à região.










Comments 2
Trigésima quinta vez o Zem@ promete entregar o HR de GV, mas ainda dá como notícia, e tem gente que acredita na balela.
Na eleição, na reeleição, e até na pandemia, ele veio inaugurar um hospital de urgência, que só recebeu uma caiação, e agora vem, de novo, anunciar nova entrega, achando que vai alavancar candidatura à Presidente, mas o povo não esquece. Já perdeu, Zema, né
A faculdade de medicina da UFJF-GV precisa de um hospital universitário. E essa é uma excelente oportunidade tanto para a comunidade acadêmica quanto para toda a região.