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Audiência pública em Valadares discute prevenção e pósvenção do suicídio

FOTO: Ramalho Dias

GOVERNADOR VALADARES – A Câmara Municipal de Governador Valadares realizou, na tarde desta terça-feira (30), uma audiência pública sobre prevenção e pósvenção do suicídio, tema proposto pela vereadora Fernanda Braz e solicitado pelo Grupo de Apoio a Enlutados por Suicídio (GAES/GV). O encontro reuniu profissionais da saúde, autoridades e familiares enlutados, que apresentaram dados, experiências e propostas para enfrentar um problema que já causa, em média, 22 mortes por ano no município.

Fernanda Braz ressaltou a urgência do debate e a necessidade de transformar a dor da perda em ação concreta. “Estamos tratando de um tema sensível e urgente, com o objetivo de transformar dor em ação, fortalecer políticas públicas e promover uma cidade que cuida da saúde mental de seus cidadãos”, afirmou.

O psiquiatra Pedro Colen destacou a importância de políticas públicas consistentes para reduzir os índices de suicídio. Segundo ele, a taxa nacional é de 8 a 9 mortes por 100 mil habitantes, podendo chegar a 17% entre militares. Colen reforçou que o suicídio deve ser tratado como questão de saúde pública, com foco tanto na prevenção quanto no apoio aos enlutados.

FOTO: Ramalho Dias

A Gerência de Epidemiologia do município, representada por Lorraine Pereira Chagas, apresentou números que apontam crescimento nos casos de tentativas e óbitos entre 2015 e 2024, com destaque para o aumento registrado em 2023 e a previsão de novos avanços em 2024.

A psicóloga Marcela Rezende Sampaio, moderadora do GAES/GV, abordou a complexidade do luto por suicídio, lembrando que este tipo de perda costuma ser acompanhado de sentimentos de culpa e incompreensão social. Ela defendeu que o suicídio não deve ser visto como escolha, mas como reflexo de um adoecimento mental.

Enlutados também compartilharam suas histórias, como Luciana Monteiro, mãe de Guilherme, que se suicidou aos 25 anos; Amarildo Costa, que perdeu a esposa após 28 anos de casamento; e Maria Ignês, cuja filha tirou a vida há seis anos. Todos destacaram a importância do apoio de grupos como o GAES para enfrentar o sofrimento.

Propostas apresentadas

Ao final da audiência, Fernanda Braz apresentou requerimentos com medidas concretas:

  • realização de um seminário municipal sobre prevenção e pósvenção do suicídio em 2026;
  • criação de protocolos de atendimento às famílias enlutadas;
  • reforço da equipe multiprofissional de saúde mental, com mais psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais;
  • mapeamento de pontos críticos da cidade, como pontes e viadutos, para ações preventivas.

Desafios locais

Apesar de avanços, como a Política Nacional de Prevenção ao Suicídio e parcerias com o CVV, os participantes ressaltaram falhas na rede pública: falta de capacitação continuada dos profissionais e de integração entre as esferas de atendimento.

A audiência terminou com um apelo coletivo para que o poder público adote medidas mais efetivas. “O suicídio é uma morte evitável, e a sociedade precisa se unir para combater essa realidade”, destacou um dos participantes.

Fernanda Braz encerrou agradecendo os relatos dos enlutados e reforçou o compromisso de encaminhar as propostas à Câmara e ao Executivo, para que se transformem em políticas públicas de saúde mental em Governador Valadares.

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