Empresário acusado do crime teria atirado no gari e ido malhar em uma academia da Capital, onde foi preso pela Polícia Militar
BELO HORIZONTE – A Justiça converteu em prisão preventiva a detenção do empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, suspeito de matar o gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, em Belo Horizonte. A decisão foi tomada nesta quarta-feira (13) pelo juiz Leonardo Damasceno, durante audiência de custódia.
O homicídio ocorreu na segunda-feira (11), no bairro Vista Alegre, em plena luz do dia, motivado por discussão de trânsito enquanto o gari trabalhava. Segundo testemunhas, Renê teria se irritado porque o caminhão de lixo, que estava em serviço, ocupava parte da rua. Antes do disparo fatal, ameaçou a motorista do veículo, colocando a arma no rosto dela e afirmando que mataria todos caso encostassem no carro. Laudemir tentou acalmar a situação, mas foi atingido no abdômen e morreu no hospital.
O juiz destacou na decisão que o crime foi duplamente qualificado e hediondo, cometido com frieza e de forma deliberada. “Deixou o carregador da pistola cair, abaixou-se para pegá-lo, recolocou-o na arma e efetuou o disparo, evidenciando que não se tratou de um ato impulsivo. Antes do crime, ele também teria apontado a arma para outra motorista, ameaçando atirar caso ela encostasse em seu carro”, registrou a ata da audiência.
O acusado possui histórico criminal violento, com registros de agressão à ex-esposa em 2003 no Rio de Janeiro e ação penal por lesão corporal grave em São Paulo. O magistrado citou a “periculosidade acentuada e total desrespeito pela vida humana”, além do impacto negativo do crime na segurança da comunidade, como justificativas para a prisão preventiva.
O juiz também determinou que a unidade prisional forneça atendimento médico e medicamentos controlados ao suspeito e proibiu fotografias dele dentro do presídio. O mandado de prisão preventiva tem prazo de 20 anos. O processo segue com publicidade, negando sigilo.
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), representado pelo promotor Alderico de Carvalho Júnior, ressaltou que a prisão preventiva é necessária para preservar a ordem pública, evitar interferência na investigação e garantir a coleta de provas, incluindo imagens de câmeras, exames periciais e oitivas de testemunhas.











