GOVERNADOR VALADARES – O câncer de colo do útero é o terceiro mais frequente entre a população feminina no Brasil, ficando atrás apenas dos cânceres de mama e colorretal. Além disso, é a quarta principal causa de morte entre as mulheres. Diante desse cenário preocupante, a campanha Março Lilás reforça a importância dos exames preventivos e do acompanhamento ginecológico regular para garantir uma vida mais saudável e prevenir a doença.
A principal causa do câncer de colo de útero está relacionada à infecção persistente pelo HPV (Papilomavírus Humano), um vírus sexualmente transmissível. A boa notícia é que a doença pode ser detectada precocemente por meio do exame Papanicolau, o que aumenta consideravelmente as chances de tratamento eficaz e cura.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Brasil registrou 6.983 mortes por câncer de colo do útero em 2022, um aumento de 300 casos em relação ao ano anterior. As estimativas para o período de 2023 a 2025 indicam que 17 mil mulheres receberão o diagnóstico da doença, o que representa uma taxa de 15,3 casos para cada 100 mil mulheres.
A médica ginecologista Dra. Aylanne Barcelos destaca que a prevenção e o diagnóstico precoce são fundamentais para combater o câncer de colo do útero. Segundo ela, “através da prevenção é possível impedir o seu desenvolvimento, rastreando e tratando precocemente lesões, antes que se tornem um câncer”. Quanto mais cedo o problema for identificado, maiores são as chances de cura, com tratamentos menos agressivos.
Os exames mais eficazes para a detecção precoce são o Papanicolau e a colposcopia. O primeiro é um procedimento simples, rápido e indolor, capaz de identificar alterações nas células do colo do útero. Já a colposcopia é um exame visual que permite uma avaliação mais detalhada e, quando necessário, a realização de biópsias.
A vacinação contra o HPV desempenha um papel essencial na prevenção do câncer de colo do útero. A ginecologista explica que a infecção pelo vírus é assintomática na maioria dos casos, o que facilita a sua transmissão. “No Brasil, estima-se que 80% a 90% da população já teve a infecção sem manifestar lesões. A vacina é dada em forma de injeção e protege principalmente contra os tipos de HPV que são responsáveis por cerca de 70% dos casos deste câncer”, afirma. Atualmente, o imunizante é recomendado para meninos e meninas entre 9 e 14 anos, além de outras faixas etárias em situações específicas. Entretanto, a vacinação pode ser realizada até os 45 anos, garantindo proteção contra a infecção pelo vírus e as doenças associadas a ele.
A campanha do Março Lilás é uma forma de conscientizar as mulheres sobre a necessidade da prevenção. A Dra. Aylanne enfatiza que, mesmo sendo o terceiro tumor maligno mais comum entre as mulheres, o câncer de colo do útero pode ser evitado. “É essencial promover o diagnóstico em seus estágios iniciais para possibilitar um tratamento precoce e muitas vezes resolutivo. A prevenção é o mais nobre gesto de amor que a mulher pode ter consigo mesma”, ressalta.