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Ponte nova, vias marginais e passagens subterrâneas: os detalhes da duplicação da BR-116 em Valadares 

FOTO: Ecovias Rio Minas

Apesar do atraso para o início das obras, EcoRioMinas mantém prazo de conclusão da duplicação da ponte do São Raimundo para 2026

GOVERNADOR VALADARES – A duplicação da BR-116 no trecho urbano de Governador Valadares foi tema central de uma reunião que aconteceu na última quinta-feira (20), no auditório da Associação Comercial e Empresarial de Governador Valadares (ACE-GV). O evento reuniu empresários, lideranças comunitárias e representantes da EcoRioMinas, concessionária responsável pela administração da rodovia, para discutir os avanços, desafios e impactos da obra, que promete melhorar a mobilidade urbana e impulsionar a economia local.

Auditório da Associação Comercial e Empresarial de Governador Valadares (ACE-GV) – FOTO: Igor França/ DRD

Detalhes do projeto e cronograma das obras

A duplicação da BR-116 no trecho urbano de Governador Valadares é um projeto complexo, que envolve não apenas a ampliação da rodovia, mas também a construção de uma nova ponte sobre o Rio Doce e a reforma da estrutura existente. Segundo Lucas Carlos Limas Salvador, diretor de engenharia da EcoRioMinas, as atividades preliminares já estão em andamento, incluindo o remanejamento de redes de energia e a liberação de áreas necessárias para a obra. No entanto, o início efetivo das intervenções depende da emissão da licença ambiental pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). “Estamos otimistas com a liberação da licença nos próximos meses, o que permitirá o início das obras dentro do cronograma previsto”, afirmou Lucas.

O trecho de duplicação começa no ponto da Gontijo e vai até o posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), totalizando 7,82 quilômetros de rodovia duplicada e 5,19 quilômetros de vias marginais. Essas vias marginais serão fundamentais para garantir a conexão entre os bairros e a rodovia, permitindo que moradores e comerciantes acessem ambos os lados sem precisar percorrer longas distâncias. “As vias marginais permanecerão no nível atual, para evitar impactos negativos nos acessos aos bairros e estabelecimentos comerciais”, ressaltou Lucas.

Trecho de duplicação em Governador Valadares – FOTO: Igor Frnaça/ DRD

Além disso, o projeto inclui a construção de três passarelas – no trecho da rodovia entre o bairro Planalto e Vila Rica –  para pedestres e ciclistas, que vão garantir a travessia segura da rodovia em pontos estratégicos. “As passarelas foram planejadas para atender às demandas da comunidade, especialmente em áreas de grande movimentação de pedestres. Elas vão proporcionar mais segurança e comodidade para quem precisa atravessar a BR-116”, explicou o Lucas. Essas estruturas complementam as passagens subterrâneas e o retorno em nível, criando uma rede integrada de acessibilidade.

Projeto inclui a construção de três passarelas no trecho da rodovia entre o bairro Planalto e Vila Rica – FOTO: Igor França/ DRD

A primeira etapa do projeto será a construção da nova ponte do São Raimundo, que terá passeios para pedestres e ciclistas em ambos os lados, garantindo segurança e acessibilidade. “A ideia é construir a nova ponte sem interferir no tráfego da estrutura atual. Assim que a nova ponte estiver pronta, desviaremos o tráfego para ela e iniciaremos a recuperação da ponte existente”, explicou o representante da EcoRioMinas. A previsão é que a nova ponte seja concluída em 12 a 15 meses, dependendo das condições climáticas. “Se começarmos em março, por exemplo, teremos condições mais favoráveis para trabalhar nas fundações, já que o nível do rio oscila menos nessa época”, detalhou.

Além da ponte, o projeto inclui a duplicação de todo o trecho urbano da BR-116, com a construção de três passagens subterrâneas no bairro Vila Isa e um retorno em nível próximo à Polícia Rodoviária Federal. Essas passagens permitirão que moradores e comerciantes acessem ambos os lados da rodovia sem precisar percorrer longas distâncias. “Essas alterações foram propostas para atender às demandas da comunidade e garantir uma melhor conexão entre os bairros”, explicou o diretor de engenharia.

O projeto inclui a duplicação de todo o trecho urbano da BR-116, com a construção de três passagens subterrâneas – FOTO: Igor França/ DRD

Intervenções no viaduto da JK e da ferrovia: conectando os dois lados da cidade

Além da duplicação da BR-116 e da construção da nova ponte do São Raimundo, o projeto também prevê intervenções importantes no viaduto da JK e na região da ferrovia, dois pontos estratégicos para a mobilidade urbana de Governador Valadares. Segundo Lucas Carlos Limas Salvador, diretor de engenharia da EcoRioMinas, as mudanças nesses locais visam garantir uma melhor conexão entre os bairros e a rodovia, além de facilitar o fluxo de veículos e pedestres.

“No viaduto da JK, estamos planejando uma adaptação que permitirá a criação de um retorno em desnível, utilizando a estrutura existente. A ideia é alongar o viaduto e implementar uma espécie de ‘mão inglesa’, que vai possibilitar o retorno sem a necessidade de semáforos ou rotatórias. Isso vai agilizar o trânsito e reduzir os congestionamentos na região”, explicou Lucas

Já na área da ferrovia, o projeto inclui a construção de um novo trevo em desnível, que vai permitir o cruzamento seguro da rodovia sem interferir no tráfego da ferrovia. “Essa intervenção é crucial para garantir que os moradores dos bairros próximos possam acessar ambos os lados da BR-116 com mais facilidade e segurança”, destacou o representante da EcoRioMinas.

Intervenções importantes no viaduto da JK e na região da ferrovia que dá acesso ao bairro Jardim Peróla – FOTO: Igor França/ DRD

Essas mudanças foram propostas após consultas à comunidade e à Prefeitura, que apontaram a necessidade de melhorar a conexão entre os bairros que margeiam a rodovia. “O objetivo é garantir que a duplicação da BR-116 não crie barreiras, mas sim facilite o deslocamento de quem vive e trabalha na região”, afirmou Lucas. As intervenções no viaduto da JK e da ferrovia estão entre as principais alterações do projeto original, que agora busca equilibrar a fluidez do trânsito de longa distância com as necessidades da população local.

Execução e desafios das obras

A execução da obra apresenta desafios típicos de intervenções em trechos urbanos, como desapropriações e a necessidade de manter a segurança viária durante a construção. Segundo Lucas, a concessionária já possui empresa contratada para as obras e pretende iniciar as intervenções dentro de 30 dias após a liberação do licenciamento ambiental. “Nossa maior preocupação é manter a rodovia funcionando com segurança enquanto realizamos as obras. No caso das pontes, faremos primeiro a nova estrutura para desviar o tráfego e, depois, iniciaremos a recuperação da ponte antiga. Esse planejamento reduz impactos no dia a dia dos usuários”.

O projeto executivo já foi concluído e prevê que a construção da nova ponte levará entre 12 e 15 meses, dependendo das condições climáticas. Após a conclusão da nova estrutura, o tráfego será desviado para ela e a antiga passará por uma reforma estrutural. Segundo Salvador, a ponte contará com passeios para pedestres e ciclistas em ambos os lados, garantindo segurança e acessibilidade. Além disso, para minimizar transtornos aos motoristas, a EcoRioMinas adotará estratégias para evitar longos períodos de interdição da rodovia. “Nosso maior desafio é conciliar a execução da obra com a segurança dos usuários. Em trechos urbanos, precisamos equilibrar a realização dos serviços com a fluidez do trânsito”, explicou Salvador.

Duplicação da Ponte do São Raimundo – FOTO: Igor França / DRD

A BR-116 como via urbana: a necessidade de um projeto integrado

Para José Francisco Silva de Abreu, empresário e morador do bairro Vila Isa há mais de 40 anos, a BR-116 no trecho urbano de Governador Valadares deve ser encarada mais como uma “travessia urbana” do que como uma rodovia convencional. Ele explica que a maioria dos veículos que circulam na ponte do São Raimundo faz parte do tráfego urbano e não de longa distância. “A estrada passa por dentro da cidade e precisa ser tratada como uma via urbana. O trânsito na ponte chega a 30 mil veículos por dia, sendo que 25 mil são de demanda local. Ou seja, a rodovia não atende apenas quem está de passagem, mas também moradores e comerciantes da região. É fundamental que a engenharia do projeto priorize a conexão entre os bairros e a acessibilidade dos moradores”, ressaltou Abreu.

José Francisco Silva de Abreu, empresário e morador do bairro Vila Isa há mais de 40 anos – FOTO: Igor França/ DRD

O empresário destacou ainda a importância de pensar no impacto econômico da rodovia para os bairros adjacentes. Muitos comércios, como postos de gasolina, restaurantes, farmácias e lojas, dependem do fluxo de veículos na BR-116. Se as interseções e acessos forem mal planejados, os comerciantes podem perder clientela e sofrer impactos financeiros. “A estrada é parte da vida da nossa região. Quem passa por aqui não está só de passagem; muitos param para comer, abastecer ou resolver algo na cidade. O projeto precisa considerar isso”, afirmou.

Abreu também lembrou que a duplicação da ponte do São Raimundo já é uma demanda antiga da cidade. “Essa expectativa existe há pelo menos 30 anos. Desde os anos 1980 se fala na necessidade dessa obra. Agora, com o contrato de concessão assinado, temos uma real perspectiva de que a ponte e a travessia urbana finalmente sairão do papel até 2026”, disse com otimismo.

Com as mudanças no projeto, a expectativa é que a duplicação da BR-116 e a nova ponte do São Raimundo tragam benefícios significativos para Governador Valadares. Para Abreu, a obra representa a realização de um sonho antigo. “Agora, a expectativa é real. Acreditamos que, com o diálogo e as adaptações no projeto, a obra trará benefícios para toda a região”, disse. “Estamos otimistas e confiantes de que, até 2026, teremos uma nova travessia urbana que atenda a todos”, concluiu Abreu.

A preocupação dos comerciantes e a atuação da ACE-GV

A reunião foi organizada pela ACE-GV como parte de seu projeto de encontros itinerantes, que tem como objetivo ouvir comerciantes e moradores sobre as necessidades específicas de cada bairro. Segundo o presidente da associação, Stéfano Couri, a duplicação da BR-116 e da ponte do São Raimundo foi uma das principais demandas levantadas pelos empresários do Vila Isa. “O projeto tinha alguns gargalos que não estavam agradando as pessoas que moram lá, principalmente comerciantes, que teriam dificuldades para atravessar a rodovia, o que poderia impactar o fluxo de clientes. Nosso objetivo é garantir que essas mudanças não prejudiquem a dinâmica comercial da região”, afirmou.

Ele explicou que o projeto original previa o fechamento de diversos retornos na rodovia, o que dificultaria a circulação de moradores e reduziria o acesso aos estabelecimentos comerciais. Após reuniões com a EcoRioMinas e a Prefeitura, a concessionária ajustou o projeto para incluir passagens subterrâneas e um retorno em nível, melhorando a acessibilidade. “A nossa preocupação sempre foi garantir que o fluxo entre os bairros e a rodovia não fosse prejudicado. Agora, com os ajustes, temos um projeto mais alinhado com as necessidades da cidade”, explicou o presidente da ACE-GV.


Comments 3

  1. Rui Simões de Souza says:

    Qual obra será entregue primeiro: a duplicação da 116, a duplicação da 381, o hospital Regional ou a reforma do aeroporto?
    Pergunta difícil não vale……

  2. Estou julgando muito otimismo nessa previsao da duplicação da ponte de São Raimundo dentro de 15 meses, mas torço – claro ! – para que seja efetivada. Todavia, nao se falou na duplicaçao dos viadutos da JK e o sobre a ferrovia. Se duplicado o trecho urbano, inclusive a ponte S Raimundo, sem alargar essas duas passagens, vamos ter que conviver com gargalos indesejaveis e amarradores do fluxo. Tambem indispensavel otimizar a saida dos bairros da regiao, via avenida Roberto Lassance, cuja travessia na BR para acessar a ponte em direção ao centro da cidade está totalmente ultrapassada e reprimida. No minimo, necessaria instalação de semaforo naquela intersecção.

  3. Marcelo says:

    Até hoje, nem esboço de imagem, video, maquete, simulação da obra foi apresentada à população e administradores federais, estaduais e municipais. Sei não, hein !!??

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