GOVERNADOR VALADARES – As fortes chuvas dos últimos dias aumentaram a turbidez da água bruta do Córrego do Onça e afetaram o funcionamento da Estação de Tratamento de Água (ETA) do Penha. Segundo a Águas de Valadares, a elevação na turbidez exige mais tempo para o tratamento da água e obriga a ETA a ser desligada com maior frequência para limpeza de decantadores e filtros, reduzindo a distribuição de água para a população. Os bairros abastecidos pela ETA do Penha incluem Tiradentes, Vitória, Figueira do Rio Doce, Novo Horizonte, Castanheiras, Caravelas e Parque Olímpico.
Ainda conforme a concessionária, as paradas na ETA do Penha ocorrem principalmente após chuvas fortes nas cabeceiras do Córrego do Onça. Nesta quarta-feira (8), por exemplo, o rio Doce registrava turbidez em torno de 400 NTU (Unidades de Turbidez Nefelométrica), enquanto o Córrego do Onça registrava entre 10.000 a 12.000 NTU.
Como 60% da água tratada na ETA do Penha é captada no córrego e os outros 40% são enviados pela ETA Central, a quantidade de água distribuída diminui durante os períodos de chuva. Para mitigar os transtornos no abastecimento, a concessionária aumentou o número de caminhões-pipa para encher o reservatório e atender os moradores das partes altas, já que as partes baixas não são afetadas.
Medidas adotadas
O Gerente de Operações da Águas de Valadares, Rodrigo de Queiroz, explicou que, devido às chuvas, a turbidez da água captada no Córrego do Onça está muito elevada, acima do que a estação consegue tratar. “Para garantir a água com potabilidade, atendendo aos parâmetros, foi necessário interromper a operação da ETA para realizar limpezas e manutenções necessárias. No momento, a ETA está operando com capacidade máxima e a situação está se normalizando, mas dependemos das chuvas nas cabeceiras do Córrego do Onça”, afirmou Queiroz.
De acordo com Rodrigo de Queiroz, faz parte do plano de trabalho da concessionária ampliar o sistema de captação e desativar a ETA do Penha, fazendo com que a região seja abastecida pelo Rio Doce.
Medição da Turbidez
A turbidez é medida em unidades nefelométricas de turbidez (NTU, do inglês Nephelometric Turbidity Units). O processo de medição envolve o uso de um nefelômetro, um dispositivo que mede a quantidade de luz refletida pelas partículas suspensas na água. Quanto maior o número de NTU, mais turva está a água.
Importância da turbidez na qualidade da água
A turbidez é um parâmetro importante no tratamento da água porque:
- Dificulta a desinfecção: Partículas suspensas podem proteger microorganismos patogênicos, dificultando sua eliminação durante o processo de desinfecção.
- Afeta a estética da água: A água com alta turbidez pode ter uma aparência desagradável e pode não ser adequada para consumo, mesmo que não apresente riscos diretos à saúde.
- Indica a presença de contaminantes: Altos níveis de turbidez podem indicar a presença de contaminantes, como sedimentos e matéria orgânica, que precisam ser removidos para garantir a potabilidade da água.
Procedimentos de tratamento
Durante o tratamento da água, a turbidez é monitorada continuamente para garantir que a água tratada atenda aos padrões de qualidade. O processo de tratamento pode incluir etapas como coagulação, floculação, sedimentação, filtração e desinfecção para remover partículas suspensas e reduzir a turbidez a níveis seguros para consumo.
No caso do Córrego do Onça, citado anteriormente, a turbidez da água bruta pode chegar a 10.000 a 12.000 NTU após chuvas fortes. Esse nível elevado de turbidez exige mais tempo e esforço para tratar a água, incluindo a necessidade de parar a Estação de Tratamento de Água (ETA) para limpar decantadores e filtros, garantindo que a água distribuída seja segura para consumo.