TEÓFILO OTONI – O motorista suspeito de ter provocado o acidente que deixou 41 mortos na BR-116, em Teófilo Otoni, se entregou à Policia Civil de Minas Gerais (PCMG) na tarde desta segunda-feira (23). O homem, que estava foragido desde a madrugada de sábado (21), compareceu à delegacia na companhia de seus advogados e prestou depoimento ao delegado responsável pelo caso.
As investigações apontam que o acidente foi causado por uma pedra de granito que se soltou do caminhão conduzido pelo motorista. Segundo a PCMG, a carteira de habilitação do homem estava suspensa desde 2022, após ele se recusar a fazer um teste do bafômetro durante uma blitz da Lei Seca.
O acidente
O ônibus envolvido no acidente seguia de São Paulo para a Bahia com cerca de 45 passageiros. A principal linha de investigação sobre a dinâmica do acidente é de que o bloco de granito transportado pelo caminhão tenha se desprendido da carroceria e atingido o ônibus, causando um incêndio. Oito pessoas conseguiram escapar com vida e foram encaminhadas para atendimento médico em Teófilo Otoni. No entanto, uma delas não resistiu aos ferimentos e morreu antes de chegar no hospital.
O Corpo de Bombeiros Militar (CBM) foi acionado por volta das 4h da manhã e controlou as chamas antes de remover os corpos, que estavam carbonizados e presos às ferragens. Um guincho foi utilizado para destombar o ônibus e acessar a parte inferior do veiculo. A operação contou com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e da Polícia Militar (PM). O trânsito no local ficou interditado por mais de dez horas.
Identificação das vítimas
Os corpos das 41 vítimas fatais foram transferidos na noite de sábado para o Instituto Médico Legal (IML) André Roquette, em Belo Horizonte. Até o momento, 12 vítimas foram identificadas e seis corpos já foram liberados para as famílias.
Para agilizar a identificação, uma equipe de peritos criminais e médicos legistas foi enviada de Belo Horizonte para Teófilo Otoni no sábado (21), em uma aeronave do Gabinete Militar do Governador (GMG). O trabalho conjunto permitiu a transferência dos corpos para a capital mineira ainda na madrugada de domingo (22).
Segundo o perito criminal Felipe Dapieve, uma estrutura foi montada na Academia de Polícia Civil de Minas Gerais (Acadepol) para receber os familiares das vítimas. “Será feita a coleta de material genético e análise de sinais particulares. As famílias devem trazer toda documentação que possa contribuir para os exames. A prioridade será para os pais, seguidos por filhos, irmãos e outros parentes”, explicou Dapieve.