Leonardo Monteiro (PT-13) defende discussão de orçamento do transporte público para viabilizar passe livre em Valadares
GOVERNADOR VALADARES – Faltando menos de 30 dias para as eleições municipais, chega o momento ideal para os eleitores de Governador Valadares se aprofundarem nas propostas dos candidatos à Prefeitura. Em uma etapa decisiva para o futuro da cidade, quatro candidatos se apresentam com suas visões e planos para a gestão municipal no período de 2025 a 2028. Para ajudar você, eleitor, o DIÁRIO DO RIO DOCE apresenta uma série de entrevistas com os candidatos, que serão publicadas semanalmente. A ordem das entrevistas seguirá a ordem alfabética dos nomes de registro de campanha dos candidatos. Na 2ª entrevista da série, o candidato a prefeito Léo Monteiro (PT-13) destaca as principais propostas do plano de governo. Abrindo a série de entrevistas, o DRD ouviu o candidato Coronel Sandro (PL-22), na edição impressa de 1º de setembro.
Perfil: José Leonardo Monteiro, de 72 anos, nasceu em Governador Valadares. O deputado federal é técnico em química, com especialização em Meio Ambiente, e bacharel em Direito pela Univale. Atuou na Prefeitura de Valadares, onde foi secretário de Meio Ambiente (1989-1990) e, depois, de Obras (1991-1992). Foi eleito, em 1993, vereador de Valadares, onde atuou por três mandatos consecutivos. É deputado federal pelo PT-MG já por seis mandatos consecutivos. O parlamentar também ocupou a presidência do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Governador Valadares e da Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos de Minas Gerais. Em 2020, tentou, sem sucesso, o cargo de prefeito de Governador Valadares pelo PT. Agora, em 2024, Léo Monteiro volta a concorrer à prefeitura da cidade.
Igor França: No seu plano, você menciona a criação de escolas de tempo integral. Gostaria que o senhor explicasse como será feita a implementação dessas escolas e das creches?
Léo Monteiro: Nós vamos trabalhar a questão da escola desde a creche. Nós queremos trabalhar a escola também para ela ser um espaço agradável para a criança. Então, nós temos que transformar a aula num espaço agradável, eu vejo que com a questão da cultura, do esporte, você pode possibilitar à escola também ser um espaço de entretenimento, onde a criança vai para a escola, ela possa ter um espaço de ter a educação tradicional e tal. Mas também ela poder praticar, se ela quiser praticar, alguma coisa na área da cultura, seja pintura, que seja qualquer outra espécie de arte, ou também do esporte. Por isso a escola de tempo integral, que ela possa ser um espaço que preencha todo esse tempo que a criança permaneça na escola. E também a escola em tempo integral precisa ser suficiente e ter uma certa coerência com o horário que as pessoas trabalham. Não é justo que uma pessoa que larga o serviço às 17 horas, 18 horas tenha que pegar o seu filho na escola às 15 horas. A pessoa é assalariada, trabalha na lanchonete, ela larga serviço às 17 horas, como é que ela vai pegar uma criança na escola às 15 horas? Ela tem que, com certeza, pagar uma outra pessoa para pegar essa criança. Então, a escola de tempo integral tem de ser compatível com o horário da classe trabalhadora. Nós vamos trabalhar isso, valorizando o profissional da educação, de uma forma que também o profissional da educação esteja motivado, alegre, feliz de estar trabalhando na educação. Nós queremos discutir aqui em Valadares, que tem uma zona rural extensa; nós temos em torno de 12 mil pessoas ainda na zona rural, grandes distritos. Nós temos distritos que são mais velhos do que a sede, do que Valadares, por exemplo, Brejaubinha, Penha do Cassiano, Chonim de Cima, são verdadeiras cidadezinhas. Chonim de Cima é uma cidadezinha onde as pessoas lá precisam de tudo, Penha do Cassiano e outros distritos. Então, nós queremos garantir para a zona rural também uma opção de educação que é a educação do campo, onde você pode ter uma grade escolar diferenciada, você pode ter a escola de alternância, que é aquela na qual há a possibilidade do jovem estar estudando, e na época da produção ele estar junto com os pais na colheita, ou na época do plantio, e no período intercalado ele continuar na escola. Então ele vai estudando e também compreende como é que funciona a produção rural. Quando ele terminar o período na escola, ele está completamente integrado àquela realidade que ele vive na zona rural e ele pode fazer a opção de continuar trabalhando na roça, estudando, e se ele quiser sair também para a cidade, sair qualificado. Então, nós queremos implementar aqui em Valadares também a experiência da escola de tempo integral.
Igor França: Como você pretende incentivar a economia local? Quais são as propostas para melhorar as condições de empregabilidade e retenção de profissionais em Governador Valadares?
Léo Monteiro: Valadares sempre teve carência de ter uma empresa grande, o que os economistas chamam de uma empresa âncora. Ter uma empresa que possa, a partir dela, atrair outras empresas e estimular o desenvolvimento econômico da cidade. Então, toda a motivação para a cidade crescer e desenvolver está colocada. Nós estamos na Sudene, já estamos encaminhando a obra de reforma do aeroporto de Governador Valadares. O aeroporto foi incorporado pela Infraero, ou seja, a Infraero já está executando a obra de ampliação do aeroporto. Nós temos a Universidade Federal e temos também o Instituto Federal para formar jovens, capacitar a mão de obra, seja do ensino médio, seja do ensino superior; nós temos também a Univale. Então, se a gente reunir todas essas forças de Valadares, nós queremos, como prefeito, eu e o doutor Luciano, estamos trabalhando para então articular todos os instrumentos que nós temos em Valadares, para poder implementar a geração de emprego e renda. Quero também, como prefeito, preparar um portfólio mostrando o que é Valadares, qual é a vantagem de uma empresa se instalar em Valadares e distribuir para o mundo inteiro, principalmente nas feiras nacionais e internacionais. Por exemplo, se um empresário vir para Valadares, ele terá as seguintes vantagens, e a gente dá publicidade disso, seja via internet, seja através de boletim impresso, que nós podemos estar distribuindo, vendendo Valadares para fora. Nós vamos mostrar para as pessoas que Valadares é uma cidade estratégica para poder se implantar uma empresa. Você imagina que nós estamos aqui a menos de 300 quilômetros do mar, do porto de exportação para o mundo inteiro, o porto de Vitória. Nós estamos a 300 quilômetros da capital, que é Belo Horizonte. Nós estamos no eixo São Paulo-Rio-Nordeste. Aqui em Valadares cruzam três BRs, uma linha férrea que liga ao porto de exportação em Vitória. Então, pouquíssimas cidades no mundo ou no Brasil têm essas condições. Talvez seja a única cidade do Brasil que tem essas condições. Então, nós temos que dar publicidade a isso, e a nossa administração quer fazer isso. Nós queremos também explorar o turismo aqui em Valadares, explorar mais a Ibituruna, o rio Doce, que são dois aspectos muito importantes para a nossa cidade, esse contraste entre o rio Doce e a Ibituruna, o Pico de Ibituruna, campeonatos de voo livre, que nós podemos estimular isso com mais promoções aqui. Ou seja, Valadares pode ser também uma cidade de promoção de grandes eventos e gerar renda e emprego.
Igor França: Como você pretende ampliar ou melhorar os espaços de lazer na cidade, garantindo que todas as comunidades tenham acesso a atividades recreativas e culturais? E como você pretende envolver a comunidade e os artistas locais nessas iniciativas?
Léo Monteiro: Nós queremos reestruturar a Secretaria de Cultura. Queremos organizar também o Fundo Municipal de Cultura. Eu provei em Brasília, ajudei a votar, participei das votações da Lei Paulo Gustavo, da Lei Aldir Blanc, que possibilitam grandes quantidades de recursos para a cultura nos municípios, sobretudo no nosso caso de Valadares. Então, há recurso para a execução de projetos na área da cultura, além da Lei Rouanet. Queremos organizar um sistema de captação de recursos na cultura, com a participação dos militantes da área, para que a cultura possa ser um instrumento de motivação, de geração de renda e de emprego para a população de Valadares. E como estávamos dizendo na questão da educação, queremos que a cultura possa ter uma atuação integrada com várias outras secretarias, como a Secretaria de Saúde, a Secretaria de Educação e a Secretaria de Assistência Social. Podemos, com essas secretarias em conjunto — Secretaria de Assistência Social, Secretaria de Educação, Secretaria de Saúde, Secretaria da Cultura — promover lazer sadio para a nossa população e trabalhar com a população em situação de rua que se encontra na nossa cidade. Queremos contribuir para promover condições para que essas pessoas saiam da rua, seja através de tratamento de saúde, tratamento psiquiátrico ou motivação para voltar a trabalhar e ser útil. Nosso governo deseja que algumas secretarias, principalmente essas, possam ter uma interação entre si, no sentido de fazer diferente e cuidar de gente na nossa cidade.
Igor França: No seu plano, você menciona a ampliação da rede de assistência social. Quais são os principais serviços que serão priorizados nessa expansão, e como pretende garantir que eles cheguem às comunidades mais vulneráveis?
Léo Monteiro: Todas essas secretarias [Saúde, Educação, Cultura] que nós estamos dizendo, no caso da Secretaria da Assistência Social, têm um recurso, um repasse fundo a fundo. Ou seja, do Fundo Nacional da Assistência Social para o Fundo Municipal da Assistência Social. Além disso, têm programas específicos. Nós temos alguns programas do Governo Federal que eu ajudei a elaborar como parlamentar, como deputado, para a população de rua. Temos programas para a população mais necessitada, como o Bolsa Família e o Vale Gás. Então, temos vários programas. O que nós queremos fazer? Queremos organizar e preparar a nossa Administração Municipal para que possamos fazer com que todos esses programas do Governo Federal possam acontecer aqui em Governador Valadares, o que não está acontecendo hoje. Temos uma grande demanda para contratar agentes comunitários de saúde. O agente comunitário de saúde é pago pelo Governo Federal, nem é pago pelo município. Portanto, se você contratar o número de agentes comunitários de saúde que o município precisa, você está trazendo mais recursos para a cidade. Se você executar os programas de cultura que estão em Brasília e fizer com que eles aconteçam em Valadares, você estará trazendo mais recursos através da cultura para o nosso município. Se você implementar os programas da área social para a nossa cidade, como, por exemplo, o programa para cuidar da população em situação de rua que não está sendo operado aqui em Valadares, nós queremos trazer esse programa, o programa POP, que é um programa nacional para cuidar da população de rua aqui em Valadares. Agora mesmo, no PAC, neste ano, dialoguei muito com o presidente Lula e incentivamos que fosse aprovado no PAC para Valadares um Centro de Atenção Psicossocial, um CAPS. Esse recurso está liberado para cuidar, inclusive, da população que precisa de cuidados especiais. Conseguimos garantir no PAC também mais um recurso para a construção de uma creche, um recurso para uma policlínica, mais uma policlínica para nossa cidade, em decorrência da situação desastrosa em que se encontra a saúde em Valadares.
Igor França: O seu plano destaca a importância da atenção básica na saúde. Quais são as propostas para ampliar a cobertura e melhorar o acesso aos serviços de saúde básica? O que a sua gestão pretende fazer para melhorar o serviço do Hospital Municipal?
Léo Monteiro: A situação da saúde em Valadares é uma situação de UTI. Nós temos que tirar a saúde de Valadares da UTI. Por isso convidei o doutor Luciano, como médico experiente que é — o doutor Luciano já fez mais de 50 mil cirurgias e partos na nossa cidade de Valadares —, para a gente poder, então, agir em Valadares em relação à saúde. O nosso governo, se Deus quiser, queremos implementar um programa Saúde Já. Primeiro, vamos começar pela atenção primária, que são os postos de saúde. Temos que reestruturar todos os postos de saúde, inclusive construir alguns, se necessário, mas reestruturar do ponto de vista físico, porque a maioria está destruída. Há uma contradição muito grande: você chega em determinada comunidade ou bairro e tem dois postos de saúde. Um é o prédio do município e está tão danificado que não está funcionando. A prefeitura alugou uma outra casa, escreveu “posto de saúde”, mas também não tem medicamento, equipe completa para trabalhar, e você encontra uma ou duas pessoas ali mal orientadas, despreparadas para atender as pessoas. Então, queremos reestruturar todas as unidades básicas de saúde, todos os postos de saúde, e colocá-los para funcionar com a equipe completa, desde o agente comunitário de saúde, que tem o papel de visitar as pessoas, auxiliar de enfermagem, enfermeiro, médico, e, dependendo da unidade de saúde, ter psicólogo e psiquiatra suficientes para atender as pessoas. Queremos garantir o medicamento no posto de saúde e na casa das pessoas que têm dificuldade de mobilidade. Aqueles que não têm condição de ir ao posto de saúde podem receber o remédio em casa. Vamos criar um programa de Médico Noturno. Então, ao chegar em casa à noite, você vai poder ir ao posto de saúde que vai funcionar até às 21 horas, para atender as pessoas que trabalham durante o dia. Médico Noturno é um programa que já existe em outras cidades e queremos implantar aqui em Valadares. Queremos reestruturar o Hospital Municipal; combinei isso com a ministra Nísia [Trindade], a ministra da Saúde, para garantir recursos para reestruturar o Hospital Municipal e abrir o Hospital Regional, que o governador junto com o atual prefeito prometeram abrir umas 5 ou 6 vezes e não abriram até hoje. Seja através do Hospital Municipal ou do prédio do Hospital Regional, iremos criar em Valadares o Hospital Universitário, financiado com recursos do Governo Federal, por termos aqui a Universidade Federal para atender essa demanda dos profissionais de saúde da Universidade Federal, entre eles, os profissionais de saúde do curso de Medicina. Com isso, queremos reestruturar a rede de saúde em Valadares. Valadares tem que voltar a ser referência de saúde, até porque somos sede regional de saúde, mas estamos perdendo essa condição de cidade-sede. Hoje é muito comum as pessoas saírem daqui de Valadares para fazerem uma pequena cirurgia em outra cidade pequena, enquanto deveriam fazer aqui. A cidade precisa mudar, a população carece de mudança, e nós queremos fazer diferente.
Igor França: Quais são as principais mudanças propostas no plano de mobilidade urbana para melhorar o transporte público e a acessibilidade na cidade?
Léo Monteiro: Na questão da mobilidade urbana, nós temos que cuidar da cidade. Você vê que a cidade está toda esburacada. Agora no final de governo o prefeito começa a jogar asfalto em cima de asfalto em algumas vias importantes, que precisam ser melhoradas. Mas precisamos melhorar também as ruas dos bairros e dos distritos da cidade. Nós temos que melhorar todos os bairros e nós temos que, inclusive, rediscutir essa questão do transporte público na nossa cidade, nessa questão da mobilidade urbana. Eu, por exemplo, em Brasília, faço parte de uma frente parlamentar pela tarifa zero. Eu tenho convicção de que o transporte público tem que ser de graça. Quem anda de ônibus são as pessoas necessitadas, quem anda de ônibus é a doméstica que às vezes mora lá num bairro longe e vem trabalhar para a patroa no Centro; ou é o desempregado, ou é aquela pessoa que tem dois, três filhos que estudam na escola pública, e a escola que eles estudam é longe e precisam pegar ônibus. Então, eu tenho certeza, ouvindo testemunhos há pouco tempo de uma pessoa que faz tratamento dentário lá na Univale, que é de graça, e ele tem dificuldade de fazer o tratamento porque não tem dinheiro da passaginha. E é lógico que eu vou assumir uma prefeitura que tem um contrato com a empresa que está aí.
Igor França: Qual seria a sua relação com a empresa de transporte público coletivo do município?
Léo Monteiro: Eu vou sentar na mesa com ela, rediscutir o contrato. Como é que nós podemos humanizar esse transporte público em Valadares? Como é que nós podemos criar as condições para que essas pessoas que não têm condição de pagar passagem também possam ter mobilidade? Por exemplo, eu ouvi um testemunho durante a pré-campanha que é importante as pessoas saberem. Uma senhora tem um filho de 34 anos, um filho especial, e mora lá no bairro Vera Cruz. Ela tem um irmão que mora no bairro Santa Helena, e ela me disse: “Olha, Leonardo, quando eu quero ir na casa do meu irmão, tenho vontade de ir lá, eu não posso visitar o meu irmão, porque eu não tenho o dinheiro da minha passaginha, e o meu filho tem 34 anos, não pode andar no ônibus porque também não tem passe livre para ele. Quando eu vou na Apae com ele, até que eu posso ir, mas durante o sábado, domingo, ou em outro horário que eu queira visitar o meu irmão, eu não posso ir.” Olha, se isso não nos sensibilizar, se isso não sensibilizar um prefeito da cidade para mudar, o que é que sensibiliza? Então, eu estou praticamente convicto de que essas questões do transporte público, nós temos que discutir com a empresa, sentar com ela e resolver para que a gente possa garantir o passe livre, roleta aberta para essas pessoas. Mais do que isso, escutei de uma mãe que me falou: “Minha filha estuda na Apae; na hora que ela vai para a Apae, eu posso usar a carteirinha dela, ela pode ir para a Apae e voltar, mas se eu passar no supermercado ou no shopping, para comprar uma coisa com ela e distrair um pouco…” E ela, a mulher, falou assim: “já aconteceu comigo, quando eu entrei no ônibus, a carteirinha apitou”, e aí ela tinha que descer do ônibus, ela e a menina, e ir embora a pé para casa. Então, é uma situação muito desumana, a sorte é que uma pessoa estava lá dentro do ônibus e disse: “Não, deixa que eu pague a passagem para a senhora e para a criança.” Então, essa questão da mobilidade urbana é uma questão séria, questão do transporte urbano. Eu quero discutir isso; nós temos o Fundo Municipal do Transporte, além do Conselho, tem o fundo. Quero ver se a gente viabiliza esse fundo para ele ajudar a contribuir com essa passagem. Quero ver se a gente possa discutir também no próprio orçamento, na época da discussão do orçamento, da votação do orçamento, que a gente vota todo ano na Câmara, como a gente vota o orçamento para a saúde, para a educação, para a infraestrutura, votar também o orçamento para o transporte público, não é? E a gente viabilizar, não digo no primeiro ano de mandato, mas durante o nosso mandato, meu e do Dr. Luciano, quero ver se a gente implanta tarifa zero em Valadares.
Igor França: Como o senhor encara a rejeição por parte do eleitor de Valadares ao PT e como pretende superar essa problemática na corrida eleitoral?
Léo Monteiro: A cidade quer um governo diferente. A população está cansada desse embate colorido de um lado ou de outro; ou esquerda, ou direita. A população quer um governo para melhorar a cidade. Essa é a discussão que a população tem feito conosco, isso que nós ouvimos, eu e o Dr. Luciano ouvimos da população. A população quer saúde funcionando, quer o posto de saúde funcionando, quer condição de realizar uma cirurgia. Eu conversei com a ministra [da Saúde], tem recurso para você zerar a fila de cirurgias. Nós podemos implementar um programa de cirurgias, Teófilo Otoni está fazendo isso com recurso do Governo Federal e está acabando com a fila de cirurgias eletivas, entendeu? Então nós podemos fazer isso, a população está querendo isso. E por isso que nós reunimos sete partidos. Eu não sou candidato do PT, eu sou filiado ao meu partido, o Partido dos Trabalhadores, mas junto conosco tem sete partidos, mais seis partidos do campo democrático popular. O Dr. Luciano, na eleição passada, estava num palanque e eu em outro. Hoje ele está no PDT, eu estou no PT e ele é o meu vice. A Dra. Rosemary [Mafra (PSB)] estava em outro palanque, nós estamos os três juntos. Os três candidatos a prefeito que estavam em campos separados, nós estamos juntos, porque estamos conscientes de que precisamos fazer diferente em Valadares, precisamos cuidar da nossa população, né? E isso é para a gente sintonizar a vontade da nossa população com a política, a política tem que ser para o bem comum, tem que ser para servir. Nós estamos fazendo uma campanha com muita alegria, com muita satisfação, com muito prazer, ouvindo a população, nós queremos fazer um governo transparente. A população pode nos ajudar a definir as prioridades das obras, então nós queremos fazer um governo com muita transparência. Um governo com participação popular, a população nos ajudando a construir as propostas, nos ajudando a executar o governo, nos acompanhando de uma forma bem participativa, transparente, moderna. Nós temos exemplos aí do governo [João Domingos] Fassarella que governou com participação popular, com orçamento participativo. E hoje nós podemos fazer melhor, não porque eu sou melhor do que o Fassarella, ou eu e o Dr. Luciano, mas porque hoje nós temos o advento da internet, nós temos todo um sistema modernizado de gestão. Então nós queremos implementar uma gestão na prefeitura que também possa ser um facilitador. A prefeitura não pode ser um dificultador, como muitas vezes é hoje. Por exemplo, eu estou lembrando aqui da questão da construção civil, nós ouvimos muitos empresários da área da construção civil, dizendo da lentidão de um processo transitar na prefeitura. Olha, não é possível, um projeto que poderia ser implementado este ano, gastar dois, três anos. Se o projeto andar rápido, isso é mais produtivo para o empresário que vai ter mais lucro, isso é mais produtivo para a cidade porque ela vai receber seus impostos. É também importante para os trabalhadores, porque uma construção de um prédio, de umas unidades da área da construção gera emprego e gera renda. Então a prefeitura tem que ser um facilitador.
Igor França: Qual a sua relação com a cidade de Governador Valadares?
Léo Monteiro: Olha, eu nasci aqui, em Valadares, eu nasci na zona rural. Eu fiz o quarto ano primário lá no Morro do Carapina, estudei como bolsista no Colégio Ibituruna, porque a minha professora Maria Auxiliadora, ela, em contato com os padres, conseguiu umas vagas para os meninos que estudavam lá no Carapina, lá no Carlos Luz. Aí eu fiz o teste, fui um dos que passei no teste. Nós éramos uns 30 alunos, passaram uns 8 por aí. Eu ganhei a bolsa e tive o privilégio de estudar no Colégio Ibituruna. Trabalhei no comércio aqui em Valadares, como quase todo jovem. O primeiro emprego era trabalhar no comércio. Trabalhei no Pague Pouco supermercado e depois fui trabalhar numa empresa quando eu estava fazendo o ensino médio. Depois trabalhei na Cenibra por 19 anos, fui dirigente sindical, defendendo os interesses da nossa categoria, dos trabalhadores, lutando por melhores condições de trabalho e melhor salário. Fui vereador aqui por três mandatos, representando o bairro de Santa Rita e o nosso município. Hoje, como deputado federal, fui autor de leis importantes, entre elas a lei que incluiu a nossa região na Sudene. Trouxe para Valadares, como deputado federal, o Instituto Federal, a escola técnica, que tem ensino médio e ensino superior. Ajudei a trazer também a Universidade Federal e a liberar em Brasília o curso de Medicina da Univale. Sou o deputado que mais liberou recursos para Valadares, para poder realizar obras importantes, entre elas a duplicação das BR-116, do Mirante até o trevo do Santa Paula, e o viaduto que dá acesso ao bairro Jardim Pérola. Ajudei muitos governos municipais. Mesmo os prefeitos que não eram do PT, eu estava lá em Brasília e ajudava a liberar o recurso para Valadares. Então, considero que também, durante esse tempo que estou na política, eu aprendi muito. Nesse tempo que fui deputado, participei de várias comissões em Brasília, de votação, de vários projetos importantes em plenário. Agora, quero colocar todo esse aprendizado a serviço de Valadares, aproximar Valadares de Brasília, para que a gente possa, no nosso governo, eu e o Dr. Luciano, atualizar a nossa cidade.