BELO HORIZONTE – Produtores de queijo das regiões do Serro e de Diamantina irão participar do Festival do Queijo Artesanal de Minas em Belo Horizonte. O Expominas, que acontece entre os dias 13 e 15 de junho, visa dar visibilidade e divulgar as características únicas dos queijos produzidos nestas regiões.
Entre os participantes, está Ivacy dos Santos, um produtor que desde criança acompanha o avô e o pai no processo de fabricação de queijo. Há 15 anos, Ivacy assumiu a produção e conquistou destaque internacional, com medalhas “Super Ouro”, Prata e Bronze em concursos na França e no Brasil. “A combinação do solo, clima, aspectos do terreno e boas práticas de produção, associada à ‘mão do produtor’, proporciona um queijo diferenciado”, explica Ivacy.
Ícone da culinária mineira, o Queijo do Serro mantém há mais de 300 anos o mesmo método de produção, preservado nas fazendas da região. Com cerca de 800 produtores, o queijo se tornou um produto de grande potencial econômico. Protegido pela Indicação Geográfica (IG) desde 2011, o queijo do Serro é reconhecido por sua origem e autenticidade. O produto é feito com leite cru, “pingo”, sal e coalho, passando por um processo de maturação de no mínimo 17 dias.
O Sebrae Minas promove o Projeto de Desenvolvimento Territorial da Região do Serro, que abrange 11 municípios produtores e oferece capacitações e feiras. “Nosso objetivo é apoiar os produtores para que o Queijo da Região do Serro seja cada vez mais reconhecido no mercado, agregando valor imaterial e econômico”, destaca Rogério Fernandes, gerente do Sebrae Minas na Regional Jequitinhonha e Mucuri.
Fortalecimento da Região do Serro
Desde 2015, o Programa de Agentes Locais de Inovação (ALI) implementado pelo Sebrae Minas, realiza ações com os produtores de queijo do Serro. O programa visa promover o desenvolvimento através da valorização do produto e da melhoria da renda e qualidade de vida dos produtores, oferecendo capacitações e orientações gerenciais. Além disso, gera oportunidades de negócios na cadeia produtiva do queijo, especialmente no turismo e na gastronomia.
Em 2018, em parceria com a Associação dos Produtores Artesanais de Queijo do Serro (Apaqs), foi lançada a marca coletiva da Região do Serro, que expressa a cultura, tradição, culinária e história colonial da região. A marca contribui para unir os produtores e gerar um senso de pertencimento, sendo uma estratégia de posicionamento da região para o desenvolvimento econômico sustentável e relevante.
O modo de fazer o Queijo do Serro foi reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (IPHAN) em 2008, tornando-se o primeiro bem cultural registrado como patrimônio imaterial no Brasil. Em 2023, o queijo foi destaque em diversas premiações e concursos nacionais, incluindo o Prêmio Queijo Brasil, onde conquistou três medalhas de Ouro, quatro de Prata e seis de Bronze, e a medalha de Ouro na categoria “Casca Florida” no Concurso Internacional de Queijos Artesanais da Expoqueijo Brasil, em Araxá. No Concurso Mundial de Queijo de Tours, na França, os produtores do Serro ganharam sete medalhas, incluindo três de Ouro, uma de Prata e três de Bronze.