A educação é a arma mais poderosa que existe para realizar mudanças dentro de um Estado de Direito Democrático. Ela promove a humanização e a solidariedade dentro das comunidades; é um meio de libertação, e é impossível ignorar seus efeitos na vida de uma sociedade.
No Brasil de nossos dias, entre tantos lamentos, alguma coisa valorosa está por acontecer num futuro próximo; uma troca inteligente de delegacias de polícia por Instituições Educacionais.
Esse fato nos traz esperança, nos faz acreditar que dias melhores estão por vir, que viveremos mudanças na educação e na sociedade.
O Governo Federal autorizou para todo o território nacional a criação de mais de duas mil (2.000) escolas militares localizadas em áreas de risco. A presença dessas instituições nessas áreas de conflitos diários, dominadas pelo tráfico de drogas, conseguirá melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem nesses aglomerados urbanos. Elas trarão, também, esperança para a população, especialmente para as famílias que desejam liberdade e tranquilidade na educação de seus filhos.
Uma Instituição Educacional Militar, em comunidades correlacionadas, oportunizará aos jovens moradores dessas áreas um rico currículo escolar, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96) obrigatória na Educação Básica, inclusive nas escolas militares. Os alunos dessas escolas viverão um currículo semelhante ao de todas as escolas dos estados brasileiros.
As escolas militares darão aos estudantes de áreas conflituosas e de baixo poder aquisitivo a chance de usufruir uma boa formação cívica e um regime disciplinar rigoroso e intenso, característico dessas escolas. Nelas não existe o costume bárbaro, vivido em nossos dias, quando nas instituições educacionais alunos agridem professores, quebram carteiras, assistem aulas dedilhando celulares ou jogando bolinhas de papel, numa disputa desenfreada.
O trabalho educacional das escolas militares é desenvolvido por um colegiado de docentes; não é formado por militares, eles não estão dentro das salas de aula, embora exerçam brilhante papel na área educacional, com ênfase no ser humano. O corpo docente dessas escolas, em sua maioria, é formado por educadores civis, deixando para os militares o trabalho administrativo e disciplinar.
Depois de passar algum tempo como professora de uma dessas instituições, durante o governo militar, tive a oportunidade de presenciar o bom fruto que se produziu entre os alunos bem-criados naquele meio educacional.
Um povo qualquer, que seja sua condição social, precisa se educar e disseminar a sua educação e cultura, para não perder a identidade que desfrutou pelo conhecimento ali oferecido.
Acredito que posso fazer minhas considerações, sem medo de errar e faltar com a verdade, lembrando os versos de Camões em um dos seus sonetos, “metida tenho a mão na consciência, e não falo senão verdades puras, que me ensinou a viva experiência.”
Maria Cinira dos Santos Netto | Academia Valadarense de Letras – Patrono: Euclides da Cunha | Academia Valadarense de Letras – AVL Fundada em 9 de agosto de 1975