Os suspeitos do sequestro da servidora Analice Ramos de Oliveira, que ocorreu em 23 de setembro de 2022, no bairro Santa Rita, em Governador Valadares, foram alvo da operação “Contra Impetum”, na manhã desta quarta-feira (12). A ação foi conduzida pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), contando com a participação das polícias Civil, Militar, Penal e Federal, resultando no cumprimento de 12 ordens judiciais.
De acordo com a Polícia Federal, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão em Valadares, sendo dois deles em um presídio. Simultaneamente, a Polícia Civil (PC) realizou dois mandados de busca e apreensão, enquanto a Polícia Militar (PM) cumpriu três mandados de busca com representação, totalizando o cumprimento simultâneo das 12 ordens judiciais.
A operação mobilizou aproximadamente 60 policiais, e as investigações continuam em sigilo.
As investigações
O Tenente Oseias, da Polícia Militar (PM), informou que as investigações tiveram início em janeiro deste ano. Na ocasião, os membros da organização criminosa foram avistados em um bar no bairro Santa Rita e, posteriormente, fugiram pulando no rio Doce.
“As investigações da operação ‘Contra Impetum’ começaram depois que uma viatura passou próximo a um bar no Santa Rita e alguns suspeitos fugiram do local, deixando drogas no estabelecimento. Diante desse incidente, os militares tentaram abordar os suspeitos, mas eles pularam no rio para escapar e não foram mais encontrados. A Polícia Civil (PC) assumiu o caso e prosseguiu com as investigações, que nos levaram novamente ao mesmo bar para prender os suspeitos”, explicou o Tenente Oseias.
Conforme relatado pelas autoridades, devido ao acesso às pequenas ilhas do rio, foi necessária a assistência do Corpo de Bombeiros, que utilizou barcos e um helicóptero para dar suporte aos policiais.
Combate a facções criminosas
Segundo Allan Mattos, delegado da Polícia Federal, a operação tem como objetivo combater facções e associações criminosas. O trabalho conjunto das forças de segurança visa reprimir crimes de tráfico de drogas, homicídios e extorsão cometidos pelo grupo.
Após meses de investigações, as autoridades conseguiram finalmente cumprir as ordens judiciais. “Havia uma organização criminosa responsável por crimes violentos no bairro Santa Rita, e o objetivo da operação foi reunir elementos suficientes para acabar com a associação que aterroriza a população local”, explicou o delegado.
Sobre o caso
Por volta das 6h30 do dia 23 de setembro de 2022, Analice Ramos de Oliveira foi sequestrada, no bairro Santa Rita, em Governador Valadares. A ação dos criminosos foi registrada por uma câmera de monitoramento, na qual é possível ver o momento em que Analice é abordada e colocada dentro de um carro. As imagens gravaram a última vez em que familiares e amigos tiveram notícias sobre a servidora municipal.
Investigações sobre o sequestro
A Polícia Civil finalizou as investigações sobre o caso, no dia 23 de novembro de 2022. Na época, a polícia informou que as informações coletadas sobre o caso foram encaminhadas à Justiça, sendo de competência do Ministério Público e do Poder Judiciário. Embora as investigações tenham sido concluídas, a pergunta para “onde está Analice?” não foi respondida, e permanece sem resolução.
A Polícia Civil também havia informado que um terceiro suspeito de envolvimento no caso, um jovem de 18 anos, foi preso pela Polícia Militar no dia 2 de novembro, em virtude de mandado de prisão expedido pela Justiça, a pedido do Ministério Público. A prisão foi efetuada no bairro Castanheiras, em Governador Valadares.
Além da prisão do jovem de 18 anos, as investigações da Polícia Civil também chegaram a outros dois suspeitos de envolvimento no sequestro de Analice. No dia 25 de setembro, um homem suspeito de participar do sequestro foi preso no bairro Atalaia, em Valadares. No dia seguinte, na noite do dia 26 de setembro, um outro homem, de 28 anos, foi preso no bairro Castanheiras, pela Polícia Militar. De acordo com informações da Polícia Civil, o suspeito de 28 anos teria queimado um carro que supostamente teria sido utilizado no crime.
Após os trabalhos da Promotoria de Justiça, seis pessoas foram acusadas de ter participado do sequestro e aguardam a decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. De acordo com as informações da 16ª Promotoria de Justiça de Governador Valadares, em dezembro de 2022, depois de ter ouvido os acusados, o Ministério Público também incluiu no processo a denúncia de homicídio qualificado. A promotoria entendeu que, embora não tenha sido localizado o corpo da servidora municipal, as investigações concluíram ter ocorrido crime de homicídio.