“Agosto Lilás”: PM realiza blitz educativa de combate à violência contra a mulher

Nesta quinta-feira (4), a Polícia Militar fez a primeira ação do “Agosto Lilás”. A campanha tem o objetivo de promover o combate à violência contra a mulher. Uma blitz educativa foi realizada na avenida Engenheiro Roberto Lassance, no bairro Vila Isa, e contou com a distribuição de panfletos e divulgação de informações sobre como denunciar um caso de violência doméstica.

Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto DataSenado com o Observatório da Mulher, em 2021, 27% das mulheres já sofreram algum tipo de agressão por um homem e quase 70% afirmaram conhecer alguém que já tenha sido vítima.

A campanha “Agosto Lilás” começou no ano passado, por meio do Projeto de Lei 3855/20, da deputada Carla Dickson (União-RN). O mês de agosto foi escolhido por ser o aniversário da Lei Maria da Penha, criada em 7 de agosto de 2006.

“O Agosto Lilás visa à conscientização em relação à violência contra a mulher. As ações são realizadas durante todo o ano, mas em agosto são intensificadas. São realizadas blitze educativas, palestras, ações sociais, entre outros eventos. O que eu digo para essas mulheres é que tenham coragem. Ninguém merece passar por essa situação. Denuncie e busque apoio na família e amigos”, disse a cabo Cassiene Lopes, da 5ª Cia da Polícia Militar de Valadares.

Blitz educativa/ DRD-TV Leste

Aumento da violência doméstica

De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022, no ano passado ocorreram 1.319 feminicídios no país. As pesquisas mostram que a violência doméstica aumentou durante o isolamento social da pandemia do covid-19.

“A patrulha de prevenção à violência doméstica (PPVD) funciona como uma segunda resposta. As ocorrências são geradas e a partir disso fazemos uma visita à vítima e explicamos como a PM e outros órgãos podem estar ajudando. Caso a mulher deseje ter o acompanhamento da PM, ela é incluída e a partir daí fazemos visitas periódicas às vítimas e ao autor”, explicou o cabo Hellionay Duarte.

Em entrevista ao Diário do Rio Doce, o cabo afirmou que o objetivo da PPVD não é intimidar e sim fazer com que o ciclo de violência cesse: “ O intuito não é destruir relacionamentos, e sim orientar sobre os direitos e ajudar a mulher. Explicamos como funciona a Lei Maria da Penha e direcionamos a vítima a um acompanhamento psicológico ou abrigo, dependendo de como for o caso. A PPVD conta com uma rede de proteção que auxilia no combate à violência doméstica. A Defensoria Pública, CRAS, Cruz Vermelha, entres outros órgãos, fazem parte”.

Para a administradora Aliene Gonçalves, ações como a blitz educativa são uma forma de a PM se aproximar da comunidade: “É uma oportunidade de a polícia estar mais próxima das famílias e das mulheres em geral. Devemos acolher bem. É uma aproximação fundamental para que gere confiança. Venham, participem e leiam sobre o assunto. É muito atual e temos que estar conscientes”.

Já segundo a artesã Maria do Socorro Farias, a abordagem de policiais mulheres fez toda a diferença: “É um assunto que precisa ser debatido por todos. São ações que dão mais força para as mulheres. Ter o apoio da polícia fortalece. Senti segurança quando fui abordada. Ver policiais femininas abordando para ter uma comunicação sobre isso é de grande fortalecimento; a gente sente apoio, como um abraço”.

Maria do Socorro Farias/ DRD-TV Leste

No sábado (6) haverá outra ação educativa do Agosto Lilás. Será na Escola Estadual Bom Pastor, no bairro Altinópolis, das 9h às 12h. O evento contará com café da manhã, vacinação, varal solidário, escuta solidária, maquiagem, clube do circo, sorteio de brindes, orientação sobre o direito das mulheres e muito mais. Toda a comunidade está convidada.

Lei Maria da Penha

A Lei Maria da Penha foi sancionada em 7 de agosto de 2006. Nela estão previstos cinco tipos de violência contra a mulher: física, psicológica, moral, sexual e patrimonial. O agressor não precisa ser marido ou companheiro da vítima para ser denunciado. 

A Lei ganhou este nome devido à luta da farmacêutica Maria da Penha para ver o homem que a agrediu condenado. Em 1983, o esposo de Maria da Penha tentou assassiná-la com um tiro de espingarda. Apesar de ter escapado da morte, ela ficou paraplégica. Quando voltou para casa, sofreu nova tentativa de assassinato – o marido tentou eletrocutá-la.

Como denunciar?

Para denunciar casos de violência doméstica, ligue para a Polícia Militar pelo 190 ou para a Central de Atendimento Exclusivo à Mulher, por meio do 180. A vítima pode registrar denúncias, receber orientações e informações sobre leis e campanhas. A ligação é gratuita e funciona 24 horas, todos os dias da semana. 

Também é possível denunciar pelo número da Delegacia Especializada ao Atendimento à Mulher em Valadares: (33) 3225-6353

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