Cuidador de idosos está entre profissões que mais crescem no país atualmente

“Eu chego de manhã e a primeira coisa que eu faço é: vou ao quarto, cumprimento, levo conforto e segurança para o idoso. Logo após, faço a higienização oral e íntima, levo para o café da manhã, para o banho de sol. Sempre dou o banho após o banho de sol, relatou o cuidador de idosos Sinésio Matos sobre sua rotina. Aliás de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência, esta profissão foi a que mais cresceu na última década.

Sinésio Matos iniciando as atividades nesta manhã (4). | DRD/TV Leste

Conforme os registros do Caged, nos últimos dez anos o número de cuidadores de idosos aumentou de 5.263 para 34.051- um salto de 547%. Um indicativo que acompanha essa realidade é o fato de que, segundo o IBGE, os brasileiros estejam vivendo mais. Logo, surge a necessidade constante da contratação de um profissional adequado para ajudar essas pessoas a terem qualidade de vida, principalmente, quando debilitadas.

Terezinha Brandão é cunhada do idoso de 63 anos assistido pelo cuidador Sinésio Matos. Em entrevista ao DRD, nesta manhã (4), ela lembrou dos tempos difíceis que enfrentou quando precisou cuidar da própria mãe idosa, em casa. Hoje, Terezinha afirma ser um alívio para ela e para toda a família,poder contar com a ajuda de Sinésio Matos no dia a dia do cunhado.

“Se tornam como se fosse um parente. Às vezes um paciente morre por falta de cuidado. Então ter um cuidador é bem melhor. São mais chances de o paciente sobreviver”, destacou Terezinha.

Sinésio Matos (cuidador de idosos) e Terezinha Brandão (cunhada do paciente) | DRD/TV Leste

Escolha da profissão

O cuidador de idosos Sinésio Matos é natural de Itanhomi e atua nessa profissão há vinte anos. A decisão por ser um cuidador veio após várias formações e experiências em diferentes áreas dentro e fora da saúde. Mas, sobretudo, ele afirma que, cuidar do ser humano, é uma virtude que está no sangue.

“A arte de cuidar, na minha família, vem de berço. Eu sempre tive interesse de trabalhar na área da saúde, desde a infância. Eu tinha o sonho de fazer odonto. Então eu crescendo, o sonho foi ramificando para outro lado, até eu chegar na área de cuidador, auxiliar de enfermagem e técnico de enfermagem”, conta o profissional.

O ingrediente principal de seus dias nessa jornada de muito amor e trabalho, ele afirma ser a empatia: “Eu me ponho sempre no lugar do idoso. Então você tem que ter empatia, sempre estar no lugar do outro. É muito gratificante. Quando eu saio do meu plantão, meu paciente fala comigo: ‘Você vai embora? Você vai voltar?’. Eu digo ‘sim’. Então é muito gratificante”.

VÍDEO: DRD/TV Leste

Busca por capacitação

Em uma escola profissionalizante de Governador Valadares, a busca por capacitação como cuidador de idosos tem aumentado gradualmente. É o que relata a gerente comercial da escola, Jasmine Bárbara. Ainda de acordo com a gerente, o curso costuma ser mais procurado por pessoas que ainda não possuem uma profissão, pessoas que já atuam como cuidadoras sem ter uma formação na área e, majoritariamente, mulheres. O curso contém aulas teóricas, mas o foco da grade de disciplinas são as aulas práticas, como mostra o vídeo abaixo.

VÍDEO: DRD/TV Leste

“A gente conta com aulas bem dinâmicas, com pouca teoria e mais prática. A demanda de mercado está cada vez mais exigente. Então a procura por pessoas para realizar quaisquer tipos de cursos, aumenta. Com essa pandemia muita coisa ficou on-line. Então nem todo mundo se familiariza com o ensino on-line. Gosta daquela metodologia tradicional: sala de aula com o professor presente. E com a prática, ela já consegue ter essa vivência, está ali com o professor, o professor ensinando, e ele fazendo sozinho ali, permitindo lidar com qualquer situação lá fora”, explicou Jasmine Bárbara.

Jasmine Bárbara (gerente comercial de escola profissionalizante) | DRD/TV Leste

Ainda de acordo com a gerente comercial, em um ano e sete meses de existência, a escola formou aproximadamente 200 cuidadores de idosos. Desses, apenas 3% são do sexo masculino. Atualmente, o curso possui duração de cinco meses.

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