Na última quinta-feira (28), a Petrobras anunciou um novo corte no preço da gasolina. O corte anterior, divulgado no dia 19 de julho, havia sido de 4,9%. No entanto agora a redução foi de 3,9%, que corresponde a menos R$ 0,15 por litro. Então com o atual reajuste, o litro do combustível para as distribuidoras passou a custar, em média, R$ 3,71. E essa baixa de preços já está fazendo a diferença no bolso dos condutores em Valadares.
Pelo menos é o que relata o motorista de aplicativo Osmar Gonçalves. Ele está na profissão há 4 anos e chega a fazer de 30 a 40 corridas por dia. Porém encher o tanque a até poucos dias atrás estava sendo, para Osmar, uma missão impossível. Já atualmente, o motorista conta que enche o tanque ao menos quatro vezes na mesma semana:
“Encher o tanque eu até enchia porque trabalho muito. Mas enchia no final de semana. Agora, no meio de semana, segunda-feira, já estou enchendo o tanque. Só que antes estava complicado. Quando enchia o tanque, ficava muito caro. Agora está mais barato, está compensando”, comentou.
Oscilação
Conforme o comparativo feito por um dos postos de combustível de Valadares, no dia 22 de junho, a gasolina chegou a custar R$ 7,49 ao bolso do consumidor final. Hoje (1º), o produto está saindo a R$ 5,65 o litro.
Acerca da oscilação dos preços, o economista Marcos Rodrigues esclarece as principais razões, bem como o processo de correção dos preços até chegar ao cotidiano do consumidor:
“O preço em si abaixou por vários fatores. Um deles é a redução de custos na Petrobras. Mas o principal fator que abaixou é a redução de ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços], que é o imposto estadual. E também a redução do imposto federal de um modo geral. Só que, esse impacto, até chegar no cliente tem várias etapas por onde se passa. Sai das refinarias, passa por um representante, para depois chegar no posto de combustível. E toda essa etapa, toda essa cadeia, vai sofrer a diminuição até chegar para o cliente final”, explicou Marcos Rodrigues.
Imposto sobre Etanol
No início da manhã desta segunda-feira (1°), o Governo de Minas publicou mais uma atualização a respeito dos reajustes no preço dos combustíveis. No comunicado, o governo cita a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, além de anunciar uma nova correção: “Além de reduzir o ICMS, a partir de hoje [1º], o valor do cálculo do imposto sobre o etanol em Minas vai ser reduzido em R$ 0,46. Diminuindo ainda mais o preço nos postos”.
Setores afetados e incerteza
Ainda segundo o economista Marcos Rodrigues, essa redução de preço é importante para toda a economia em todas as esferas.
“Principalmente para essa classe que trabalha como motoristas de aplicativo e etc, diretamente com esse tipo de combustível. E também para a economia; nós entendemos que a taxa selic [taxa básica de juros] está a mais de 12%, justamente para segurar a inflação. Um dos itens que é realizado a inflação ali, no IPCA [Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo], é o combustível. Então com o combustível alto, a inflação também tende a subir. Um dos motivos dessa baixa no combustível é travar a inflação”, destaca.
Contudo o economista adverte que a baixa dos preços é temporária. De acordo com Marcos Rodrigues, a perspectiva é de que o preço “se normalize”, ou seja, volte a subir, principalmente, no próximo ano. “Neste ano, a gente vai estabilizar. Talvez ainda há mais alguma redução para este ano. Mas para o ano que vem a perspectiva é de aumento. Nós entendemos que alguém vai ter que pagar a conta no final”, conclui.