Amanhã (25) é o Dia Mundial do Vitiligo. A doença é caracterizada por lesões cutâneas de hipopigmentação, ou seja, manchas brancas na pele. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), mais de um milhão de brasileiros possuem vitiligo.
A data de 25 de junho foi instaurada como Dia Mundial do Vitiligo pelas Nações Unidas em 2001. O dia foi escolhido por ser a data da morte do cantor Michael Jackson, que possuía a doença.
O vitiligo
Segundo o dermatologista Lincoln Alvarenga, “o vitiligo é a perda dos melanócitos, que produzem melanina. A doença é de origem desconhecida, mas é autoimune”, ou seja, o próprio corpo produz anticorpos, que agem inativando ou destruindo os melanócitos.
O vitiligo pode aparecer em qualquer faixa etária, mas é mais comum entre os 10 e 30 anos. Contudo, é impossível nascer com vitiligo; é uma doença adquirida: “Ninguém nasce nasce com vitiligo, se nasce com mancha branca, não é vitiligo. De toda forma, caso apareça qualquer mancha na pele, o recomendável é ir ao dermatologista”, alertou o médico.
A doença não é contagiosa e não apresenta riscos à saúde física, mas na maioria dos casos as lesões impactam na qualidade de vida e na autoestima. Entre os fatores que desencadeiam a doença estão o genético e o emocional.
No caso da secretária Ágatha Gomes, os problemas emocionais contribuíram para o aparecimento das manchas de vitiligo: “O meu vitiligo é emocional; se eu não controlo, desanda. Eu tinha oito anos quando as manchas começaram a aparecer, pois meu avô tinha sido diagnosticado com câncer de intestino e eu era muito apegada a ele. Dessa forma, fiquei com muito medo de perder ele e não conseguia expressar o que estava sentindo; e foi a forma que meu corpo teve de reagir”.
De acordo com Ágatha, durante a vida toda teve que se cuidar emocionalmente: “Quando meu avô morreu que a doença se desenvolveu, porque me fechei mais ainda, não queria que minha mãe me visse sofrendo e levei isso pra vida. Tinha medo de chatear outras pessoas e me travava. Com isso, iam abrindo mais manchas”.
Tratamento
A doença não tem uma cura definitiva, mas existem diversos tratamentos. “Alguns pacientes se curam, outros não. Às vezes o problema emocional piora a doença, e o tratamento varia de caso para caso. Em algumas situações o tratamento é só com pomada, outros com remédio. O tratamento é individualizado, mas em todos os casos deve-se usar protetor solar, porque a pele com vitiligo se queima mais e pode dar bolha”, explicou o dermatologista.
Ágatha já realizou tratamento com medicamentos e atualmente utiliza a fototerapia: “Quando descobri a doença, fiz o tratamento alternativo com medicamento. Após duas horas tinha que ficar no sol para trazer o pigmento nas manchas, algumas fecharam e outras estão no processo. Faço fototerapia três vezes por semana em Valadares. As sessões vão modificando as manchas e estimulando a melanina. O próximo passo é fazer transplante de melanócito, que pega a pele saudável ativa e implanta nessas manchas”.
Segundo Àgatha, a terapia é fundamental durante o tratamento. “Hoje convivo melhor com o vitiligo, devido à terapia. Não gosto de ter e por isso trato até hoje, mas entendo que é um processo lento. A primeira coisa é entender que pode ser uma questão emocional, então precisa procurar ajuda psicológica e entender o que desencadeou. As manchas podem sim desaparecer ou apenas paralisar, mas não vão te paralisar de fazer nada, são só manchas”.
De acordo com o dermatologista Lincoln Alvarenga, o vitiligo não tem dieta proibitiva, mas a boa alimentação auxilia. Além disso, quanto mais rápido começar o tratamento, menor a possibilidade de espalhar as manchas.