Crise econômica durante a pandemia fez preço dos equipamentos subir; busca por serviços de reparos cresceu devido à última enchente que afetou a cidade
Quando aquele aparelho eletrônico essencial ao seu dia a dia estraga, você prefere consertar ou comprar um novo? Pelo visto, os valadarenses estão, em peso, escolhendo a primeira opção. Aliás, na oficina onde o Rafael Negri é gerente, o depósito está tão cheio de equipamentos que mal dá para circular no pouco espaço que sobra.
De acordo com o gerente, a movimentação no local cresceu cerca de 50% desde janeiro. Para Negri, o aumento na procura dos serviços de manutenção se deu por duas razões: a crise ocasionada pela pandemia e, sobretudo, as enchentes.
Rafael Negri destaca que, durante a pandemia, devido ao grande número de pessoas em casa, houve uma percepção maior quanto a itens domésticos que apresentavam defeito. Já após a enchente, por conta da quantidade de eletrodomésticos afetados pela água e do aumento dos preços, as pessoas preferiram consertar os equipamentos.
O gerente acredita que a população tem notado as vantagens em consertar o aparelho em vez de adquirir um novo. Assim sendo, ele também reforça os benefícios dessa escolha:
“Pelo fato de ter aumentado o valor dos produtos, a procura pelo reparo aumentou também. Mas o valor das peças também aumentou. Tem essa questão também. A vantagem é que, no conserto, a gente geralmente troca pela peça original e nova. Então a televisão, por exemplo, continua tendo a mesma funcionalidade e sai mais em conta para o cliente também”, pontua.
Entretanto, os técnicos do estabelecimento chamam a atenção para um problema com que lidam diariamente. Além do volume de equipamentos que aguardam conserto, muitos já estão prontos para entrega. Estes, porém, seguem armazenados no depósito. Segundo Negri, alguns proprietários não retornam para buscar os itens após o conserto:
Equipamentos de destaque
Os profissionais que realizam manutenção de eletrodomésticos relatam que os produtos mais consertados, atualmente, são: televisão, forno micro-ondas (que é o caso da oficina onde Rafael trabalha), geladeiras e climatizadores. Além disso, a maior parte do público que busca esses serviços é de regiões ribeirinhas afetadas pela enchente, como os bairros Ilha dos Araújos e Santa Rita.
Outra oficina que atende ao segmento de refrigeração, no bairro Castanheiras, também registrou aumento da demanda. A assistente administrativa Mariane Rebeca afirma que, no calor de Valadares, ninguém quer abrir mão dos equipamentos em bom estado: