Resultados obtidos são levados a produtores de vários municípios do Estado, por meio de publicações científicas e de eventos da área
Nos últimos anos, houve um aumento nas práticas de controle biológico no país e no mundo. O mercado internacional de biopesticidas cresceu 15%. Só no Brasil, onde a alta foi superior a 70%, é possível encontrar mais de 200 produtos comerciais registrados no Ministério da Agricultura (Mapa) para controle biológico de pragas e doenças. Além disso, o tema ganha cada vez mais espaço na mídia especializada e em grandes canais de comunicação.
Segundo a pesquisadora da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Madelaine Venzon, a demanda por novas soluções para problemas nas lavouras parte dos próprios agricultores, uma vez que pragas e doenças estão mais resistentes a métodos convencionais de controle químico. Além disso, ela aponta que a busca por alimentos produzidos com tecnologia limpa também é um fator responsável por impulsionar a popularidade adquirida pelo controle biológico.
A Epamig, empresa vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), busca ampliar as pesquisas com controle biológico para o maior número de propriedades rurais possível. Interessados em mais informações sobre as pesquisas devem entrar em contato pelos números (31) 3891-2646 ou (31) 3899-5223.
Histórico
Para alcançar números expressivos e destaque midiático, o investimento na pesquisa agropecuária é fundamental. Exemplo disso é que, em 1996, a Epamig foi pioneira na liberação de parasitoides para controle de percevejos da soja no Cerrado Mineiro.
Quatro anos depois, em 2000, a empresa deu início a estudos sobre controle biológico conservativo, alinhados aos objetivos do Programa Estadual de Pesquisa (PEP) em agroecologia. Hoje, os resultados obtidos pela Epamig são levados a produtores de vários municípios do Estado, por meio de publicações científicas e de eventos da área.
“A adesão do controle biológico por parte dos produtores cresce a cada dia. É impressionante a mudança nos últimos anos. Temos sido muito procurados para realização de projetos conjuntos, informações técnicas, visitas e cursos”, destaca Madelaine Venzon que, no último mês, falou sobre o tema para a revista Globo Rural.
A publicação, que possui ampla repercussão nacional, traz leitura e estudos a respeito da agricultura brasileira. Na entrevista, Madelaine Venzon deu ênfase ao trabalho com diversificação de culturas. Essa técnica aumenta a população de organismos capazes de controlar pragas de cafezais.
“É uma satisfação enorme ver o trabalho que desenvolvemos há mais de 20 anos ser popularizado em uma revista de circulação nacional. Com isso, o alcance das nossas pesquisas é ampliado e a informação chega em quem precisa: o produtor”, comenta.
Alternativo ou necessário?
O controle biológico de pragas e doenças, antes chamado de “controle alternativo”, não está mais associado a esse termo. A expressão era empregada quando existiam poucos métodos não relacionados ao controle químico. Além disso, o termo englobava todas as práticas agrícolas não convencionais, como a orgânica, a agroecológica e a sustentável.
“Hoje não faz mais sentido usar o termo, pois não se trata de uma alternativa, mas de uma necessidade. Em alguns casos, o produtor não tem opção, quer seja pela falta de eficiência ou por outros problemas associados ao uso do controle convencional”, pontua Madelaine Venzon.