A maior quantidade de casos está relacionada a chikungunya
Muito se tem falado sobre as medidas preventivas contra a covid-19. Mas há outras doenças que têm passado despercebidas e exigem os cuidados da população. Um exemplo são as arboviroses (dengue, chikungunya, zika vírus). Só neste ano, conforme dados do Departamento de Vigilância em Saúde Gerência de Epidemiologia de Governador Valadares, foram notificados 3.424 casos prováveis de arboviroses: dengue (1.213), chikungunya (2.201) e zika (10). Até o momento, no entanto, não foi registrada nenhuma morte causada por essas arboviroses. Os números são de janeiro a agosto deste ano.
O Levantamento de Índice Rápido do Aedes Aegypti (LIRAa) mais recente, realizado pelo agentes de Combate a Endemias do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), apontou índice de 6,7% de infestação do mosquito transmissor das arboviroses, número considerado alto, conforme parâmetros definidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Diante do aumento de casos, toda semana agentes de Combate a Endemias do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) realizam mutirões, a fim de eliminar os focos do mosquito em lotes vagos, com o uso de bombas costais.
De acordo com o boletim do Departamento de Vigilância em Saúde Gerência de Epidemiologia, a série histórica dos últimos 10 anos mostra que permanece uma tendência de alta densidade vetorial no município, muito provavelmente em decorrência da associação de duas variáveis relevantes: o clima quente e a existência de reservatórios que frequentemente têm sido fontes de criadouros dos mosquitos.
A Secretaria Municipal de Saúde, através do serviço de Vigilância Ambiental / Controle de Zoonoses, realiza todos os anos levantamento, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde. De forma amostral, são visitados 20% dos imóveis nos quarteirões selecionados pelo sistema, que correspondem a aproximadamente 6.000 imóveis do município, envolvendo 93 bairros, como preveem os protocolos ministeriais. Esta atividade é desenvolvida pelos Agentes de Combate a Endemias (ACE’s). A pesquisa, realizada em 5.617 imóveis do município, revela que mais de 90% dos focos do mosquito continuam dentro dos domicílios.
Importante ressaltar que os sintomas dos contaminados por uma dessas doenças podem ser facilmente confundidos com os do novo coronavírus: dor de cabeça, dor no corpo e febre, entre outros.
Bairros com maiores números de casos
Os bairros que registraram maiores índices foram: Santa Rita (571 casos), São Cristóvão (202), São Paulo (171), Vila Rica e Altinópolis (152) e Turmalina (126). O próximo Levantamento de Índice Rápido do Aedes Aegypti (LIRAa) será realizado em outubro deste ano. Nesse sentido, a Prefeitura de Valadares tem intensificado o trabalho dos agentes de Combate a Endemias do CCZ nos bairros com maiores concentrações de casos.
Minas Gerais
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES), até 31 de agosto o estado registrou 21.459 casos prováveis (casos notificados de dengue). Desse total, 14.030 casos foram confirmados para a doença. Foram confirmadas, ainda, quatro mortes por dengue em Minas Gerais de janeiro a agosto deste ano.
Em relação à febre chikungunya, foram registrados 6.106 casos prováveis da doença e, desse total, 5.119 casos foram confirmados. Uma morte por chikungunya foi confirmada em Minas Gerais até o momento. Já em relação à zika, foram registrados 99 casos prováveis e, desse total, 21 confirmados. Não foram notificados óbitos por zika em Minas Gerais até o momento.
Clique aqui e confira o Boletim Epidemiológico de Monitoramento dos Casos de Dengue, Chikungunya e Zika Vírus da SES-MG.
Recomendações importantes
Com o período de chuvas se aproximando, é importante redobrar os cuidados. A comunidade pode ajudar com as seguintes medidas:
- manter as lixeiras sempre tampadas;
- manter o quintal sem lixo e sem entulho;
- manter garrafas e baldes de “cabeça” para baixo;
- manter reservatório de água de ar-condicionado, geladeira ou umidificador vazio e seco;
- manter ralos limpos e com tela;
- manter vasos de plantas sem pratos embaixo;
- limpar com frequência bebedouros de animais com bucha ou escova;
- manter limpos os ralos e calhas de chuva.
