Minas soma o maior número de estabelecimentos da região Sudeste e o segundo maior do país. Segmento é discutido em live e cartilha
O retrato da agricultura familiar em Minas Gerais foi tema de evento virtual do Governo de Minas, por meio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG). Como parte da programação em sintonia com os dias nacional e internacional da agricultura familiar, comemorados no fim de semana, também foi lançada a cartilha Um Novo Retrato da Agricultura Familiar de Minas Gerais, elaborada pela equipe do Instituto de Políticas e Desenvolvimento Sustentável da Universidade Federal de Viçosa (UFV), a partir dos dados do Censo Agropecuário de 2017.
Na avaliação da secretária de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ana Valentini, a cartilha elaborada pela UFV é um importante subsídio para a reflexão sobre ações já desenvolvidas e para redefinir, caso necessário, novas diretrizes para o fortalecimento da agricultura familiar.
Segundo informações da publicação, Minas Gerais possui 441,8 mil estabelecimentos de agricultura familiar, que representam 72,7% do total dos estabelecimentos rurais mineiros. É o estado da região Sudeste com o maior número de estabelecimentos da agricultura familiar e o segundo do país. Além disos, quase 87% das propriedades do segmento têm menos de 50 hectares e o setor responde por 25% do Valor Bruto da Produção Agropecuária de Minas.
“O segmento é o responsável por parcela expressiva da oferta de alimentos básicos que vão para as mesas dos brasileiros no dia a dia. Desde o início da pandemia, a agricultura familiar tem atuado de maneira significativa no combate à fome, com aumento exponencial das vendas por meio digital”, afirma a assessora especial da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da UFV, Fabiana Melo.
O professor Marcelo José Braga, responsável pelo estudo, cita outras informações que caracterizam a agricultura familiar em Minas e faz uma análise comparativa. “Um dado que chama a atenção é o envelhecimento da população rural. A comparação entre os Censos de 2017 e de 2006 evidencia o aumento do percentual de estabelecimentos dirigidos por pessoas com mais de 55 anos e a redução do percentual, principalmente daqueles que são dirigidos por pessoas com idade inferior a 45 anos. Na faixa etária dos jovens com menos de 25 anos, a redução alcançou 40%”, detalha o professor da UFV.
A comparação entre os censos agropecuários também mostra crescimento da presença feminina na direção dos estabelecimentos. Embora o homem ainda seja a maioria na direção, a participação da mulher registrou aumento de 28% na década.