Assassinos, traficantes de drogas e contrabandistas de imigrantes compõem a lista deste ano dos dez criminosos mais procurados na área de El Paso-Juarez. O Departamento de Alfândega e Proteção de Fronteira dos EUA (CBP, sigla em inglês) divulgou os nomes na segunda-feira, dia 12, como parte da segunda etapa da campanha “Se Busca Información”, que conta com parceiros mexicanos de aplicação da lei.
Cartazes com fotos dos fugitivos, que acredita-se que estão no México, serão colocados perto dos portos de entrada dos EUA, incentivando os residentes a ligar para uma linha telefônica se souberem alguma pista que leve ao paradeiro deles. Mesmo se a chamada vier do México, os oficiais dos EUA anotarão as informações e depois de analisá-las compartilharão os resultados com parceiros mexicanos de confiança.
Os números para ligar são 800-635-2509 e 915-314-8194.
A campanha inicial em 2019 levou à captura de líderes das gangues envolvidos em tráfico de drogas em Mexicles, a Barrio Azteca e La Linea. Também fortaleceu a cooperação e a confiança entre os principais policiais de ambos os países, de acordo com a chefe do setor da Patrulha de Fronteira em El Paso, Gloria I. Chavez. “Este programa é um verdadeiro investimento para os dois lados”, disse ela. “O relacionamento é muito forte devido ao nosso interesse em promover comunidades mais seguras, não apenas nos Estados Unidos, mas também no México”, acrescentou.
Nove dos alvos deste ano são procurados pelas autoridades mexicanas por tráfico de drogas e assassinatos de aluguel. Um é procurado pelo CBP por administrar uma das maiores e mais implacáveis operações de contrabando de imigrantes na fronteira.
O chefão do contrabando, que não teve seu nome divulgado na lista, fornece escadas para os imigrantes escalarem o muro e os envia por trilhas nas montanhas e no deserto com “coiotes”, que correm de volta para o México ao primeiro sinal de problemas ou abandonam homens, mulheres e crianças durante a caminhada.
Em outras ocasiões, os imigrantes são obrigados a carregar drogas nas mochilas. “Ele é o responsável por muitas atividades ilegais envolvendo contrabando e transporte de imigrantes entre os portos de entrada em regiões de alto risco”, disse a chefe. “Muitas vezes, os imigrantes correm riscos porque são encorajados a escalar o muro e ficam presos no topo e não conseguem descer”, destacou.
Dependendo da altura do muro ou da força do imigrante, ocorrem quedas que resultam em pernas quebradas, tornozelos torcidos e outros ferimentos. “Fizemos mais de 200 resgates neste ano fiscal”, disse Chávez. “Ele é uma prioridade muito alta para o CBP, porque queremos impedi-lo de colocar os imigrantes em risco e de realizar atividades ilegais nesta região de fronteira”, continuou.
Analistas de segurança dos EUA disseram ao Border Report que a confiança na aplicação da lei mexicana e a impunidade no sistema judicial mexicano são fatores que contribuem para o crescimento do crime organizado na fronteira.
As autoridades policiais americanas, no entanto, expressam confiança e apontam sucessos anteriores com seus parceiros responsáveis pela aplicação da lei no estado de Chihuahua. “Identificamos entre 30 e 40 dos principais geradores de violência em nosso estado e obtivemos mandados de prisão contra 25 ou 26”, disse o procurador-geral de Chihuahua, Cesar Augusto Peniche. Ele disse que as administrações anteriores não eram muito boas no acompanhamento de pistas. “Agora identificamos quem promove a violência, emitimos muitos mandados de prisão e estamos compartilhando informações com nosso governo federal, na Cidade do México”, explicou. (Com Brazilian Times)