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Pelo segundo ano, pandemia afeta tradição das festas juninas em Valadares

Pelo segundo ano seguido não haverá festas juninas em Governador Valadares, por causa da covid-19. Pelo menos não com a presença de público, como foi em anos anteriores, antes da pandemia. Esta época do ano é marcada, ainda, pelas barraquinhas de Santo Antônio, padroeiro da cidade. Mas, assim como em 2020, a tradicional festa também vai passar em branco. Sem festa junina, entidades que tradicionalmente realizam os festejos e pessoas que vivem da festa estimam grandes prejuízos financeiros novamente.

O mês de junho sempre foi um mês festivo e temático em Governador Valadares. É a época em que o frio se aproxima e a população começa a mudar os hábitos na hora de escolher o look do dia. É o momento do ano em que as pessoas retiram do guarda-roupa a bota de couro e a camisa xadrez para entrar no clima junino.

Logo no início do mês, as escolas e igrejas católicas já começam com os ensaios para a quadrilha. Em Valadares já houve até concursos de dança, que envolviam moradores de diversos bairros. Esta época é marcada também pelas comidas típicas de São João, como pamonha, curau, milho cozido, canjica, cuscuz, pipoca, bolo de milho, broa de milho, pé de moleque, paçoca, arroz doce, quentão e os caldos. Sem a realização de barraquinhas, o jeito é improvisar e fazer os quitutes juninos em casa.

Esaá época do ano é marcada pelas comidas típicas de São João

Prejuízos

Mesmo que seja por um período curto, as festas juninas fomentam vários setores da economia em Governador Valadares. Lojas e trabalhadores autônomos que alugam roupas para quadrilha foram os mais impactados. É o caso da pedagoga Jupira Rodrigues, que teve uma queda de 95% no faturamento com alugueis de roupas de festas devido à pandemia. “Nunca me dediquei muito a fantasias juninas, mas sempre que dava eu alugava algo temático para esta época. Aluguel de fantasias em geral caiu uns 90 a 95% em Valadares. Eu também trabalho com decoração de festas”, contou.

Sem festas juninas, alugueis de roupas para dançar quadrilha tiveram queda em Valadares (Foto: Arquivo Pessoal)

Lojas de enfeites, fantasias e de fogos de artifício também deixaram de faturar por causa da pandemia do novo coronavírus. A gastronomia também foi prejudicada, por conta da queda na procura de doceiras a produção de cocadas, doces de leite e da pipoca gourmet.

As entidades filantrópicas aguardam todos os anos o período de festa junina para movimentar o caixa, através da realização das tradicionais barraquinhas. Mas, pelo segundo ano seguido, não haverá barraquinhas. “Não sei se a palavra certa é prejuízo, mas é um recurso importante e que não entrou em 2020 e nem vai entrar em 2021. Além das barraquinhas, os bingos não aconteceram ano passado e estes ano também não devem acontecer. Entidades como Associação Santa Luzia, que dependem das doações da comunidade e dos eventos, estão sofrendo com a pandemia. As contas não deixaram de chegar e, pelo contrário, as despesas cresceram”, comentou a jornalista Valéria Alves, colaboradora da Associação Santa Luzia, no bairro São Pedro.

Para não perder a tradição, algumas entidades decidiram improvisar, para não deixar de realizar as barraquinhas. No Lar dos Velhinhos, por exemplo, no dia 3 de julho haverá o “Arraial Solidário”. Mas, desta vez, será no estilo drive tru, com apoio de algumas entidades.

Secretário de Cultura lamenta mais um ano sem festa junina e comenta como é mantida a tradição em Valadares

Embora Valadares não tenha a mesma identidade que o Nordeste com as festas juninas, o secretário de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo, Kevin Figueiredo, diz que nos últimos anos, antes da pandemia, o município ficava movimentado nesta época do ano. “Para se ter uma ideia, no ano de 2019 foram realizadas 28 festas juninas nos bairros de Valadares no mês de junho. “Não tem uma grande festa como no Nordeste, mas vinha em uma crescente bem interessante, principalmente nos bairros e distritos, para celebrar a data, Santo Antônio, Saõ Pedro ou São João. A festa junina, assim como outras manifestações culturais no Brasil, tem como base principal a união das pessoas, momento de confraternização entre grupos de amigos. Carrega essa herança cultural de servir comidas típicas e danças. Não ter festa junina mais uma vez acarreta em dois tipos de perca: a primeira em não ter mais uma vez tradição da festa e outra no sentido econômico. Muitas comunidades aproveitam esse momento para arrecadar renda. A relação da comida típica remete à identidade do mineiro de gostar de comidas rurais, como canjiquinha, bolo, milho cozido, cocada, enfim, são comidas tradicionais também aqui na nossa região”, explicou Kevin.

Foto: Divulgação

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