Mês de abril já tem registro de 52 mortes por covid-19 em Valadares

Até o momento, desde o início da pandemia, 773 pessoas já morreram. Número de mortes assusta a população

O colapso da saúde em Governador Valadares permanece, e no último boletim epidemiológico divulgado pela Prefeitura na noite de ontem (5) consta mais 18 mortes de pessoas por covid-19. Até o momento, desde o início da pandemia, 773 pessoas morreram da doença. Só nos cinco primeiros dias do mês de abril foram registradas 52 mortes.

Como a Prefeitura não divulga o boletim no domingo, a atualização dos dados são de informações compiladas dos últimos dois dias. Das 18 mortes, 11 aconteceram entre domingo e segunda. As outras sete mortes aconteceram em dias anteriores a domingo e segunda, sendo seis no dia 3 de abril e uma no dia 2 de abril.

Ainda dentro do número de 18 mortes, 13 eram de mulheres, sendo quatro na faixa etária de 60 a 69 anos, três de 50 a 59 anos, duas de 70 a 79 anos, duas de 80 anos a mais, uma de 40 a 49 anos e outra que não foi informada a faixa etária. Já as cinco mortes de homens, dois eram da faixa etária de 80 anos a mais, um de 70 a 79 anos, um de 60 a 69 anos e outro de 30 a 39 anos.

Outra situação preocupante é a taxa de ocupação de leitos de UTI Covid no município. Tanto no SUS como em hospitais particulares continua em 100% desde o dia 12 de março. Além disso, 43 pessoas aguardam a regulação do Governo do Estado, via SUSFácil-MG, para um leito de UTI Covid.

No boletim também consta que Governador Valadares já registrou 20.580 casos confirmados de covid-19, sendo que 19.136 pessoas já se recuperaram, enquanto 130 estão internados em ala, 55 internados em UTI e 486 em isolamento domiciliar.

Dos 569 casos suspeitos que estão em investigação, 325 pessoas estão em isolamento domiciliar (casos leves, sem indicação de realizar exame, conforme Ministério da Saúde), 119 internados em ala, 34 internados em UTI, além de 91 mortes que continuam em investigação.

Número de vacinados

O boletim também informou que 28.855 pessoas já tomaram a primeira dose da vacina. E 9.792 tomaram a segunda dose.

Como passar pelo luto?

Valéria Alves é jornalista e tem passado por momentos de luto por causa da covid-19. Em dezembro do ano passado a jornalista perdeu duas sobrinhas em menos de 48 horas. Recentemente perdeu uma pessoa que ela considerava um pai, outra que foi amigo de escola, além de ter um amigo “quase irmão” em estado grave. Ela revela que os tempos são difíceis. “São tempos muito difíceis mesmo, e o que torna isso pior para minha família, que perdeu entes queridos e amigos, é que essas mortes seguidas prolongam o nosso luto e não conseguimos passar a fase da saudade. No luto tradicional vive o momento da dor e depois passa para a saudade. Nesta pandemia como estamos vivendo, a saudade não chega porque o momento da dor vai se prolongando, e isso vai esgotando as nossas forças. Para eu e minha família o que nos sustenta é a nossa fé diante de todas essas perdas”, disse.

A jornalista Valéria Alves avalia momento difícil e diz que o luto tem se prolongado (foto: Arquivo DRD)

Valéria Alves conta que acredita na fé e também na ciência, mas que se houvesse decisões políticas mais efetivas as coisas poderiam ser mais fáceis. “Eu tenho fé e também acredito na ciência, apesar de todas as ações contrárias do nosso líder maior, o que acaba dificultando o processo e ampliando o período de dificuldades. Acredito sim que há perspectiva, mesmo demorando mais do que deveria. Minha mãe já tomou a primeira dose da vacina, ela tem 81 anos, e vai tomar a segunda dose na próxima quinta-feira. Já estamos vacinando pessoas de 68 anos e não avançando mais ainda porque faltam doses, pois é um processo de cima para baixo. Começou lá atrás quando nós demoramos a fazer as compras, e quando falo nós, eu falo do Governo Federal, porque votando ou não nesse presidente, é um governo de todos e sofremos todos essas consequências. Apesar de ter que viver com a demora, pois todas as ações políticas ineficazes acabam prolongando o período de dificuldade, eu acredito na ciência e em Deus e vejo luz no fim do túnel”.

A jornalista ainda ressalta que vê que pessoas não estão se cuidando, demonstrando uma falta de empatia, e desrespeitando os protocolos de saúde. “Claro que se tivéssemos também seres humanos com um pouco mais de empatia, nós passaríamos por isso mais rapidamente. Ontem fui levar minha mãe ao médico e é inacreditável quantas pessoas eu vi andando sem máscaras. Não acreditei, pois eu achava que essa fase a gente já tinha passado. Estamos batendo sobre o distanciamento social e não aglomerar. Achei que máscara era um assunto que não precisava mais falar, mas não é verdade. Outras coisas que vêm acontecendo é gente nas ruas que você via que estava passeando e que não precisava estar ali. Eu estava fazendo de tudo para não sair, levar a minha mãe ao médico, mas não teve jeito, na madrugada de domingo para segunda levamos ela ao consultório”.

Apesar dos momentos difíceis, Valéria Alves crê que a pandemia passará, mesmo tendo muitas mortes. “Eu acredito sim que nós vamos vencer esse período, mas o custo disso será muito alto. Tenho um amigo que em janeiro do ano que vem previa mais de 500 mil mortes, mas infelizmente esse número chegará antes do fim deste ano. Mas também creio que a vacina coletivamente nos dará bons resultados, pois sou uma otimista e acredito no ser humano, e as coisas podem melhorar”.

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