Não há consenso entre os pais sobre o retorno das aulas presenciais na rede pública neste momento

As escolas estaduais iniciam o ano letivo amanhã (8 de março), mas de forma remota por causa de uma liminar na Justiça que impede o retorno das atividades presenciais. Já nas escolas municipais, o ano letivo iniciou dia 8 de fevereiro, de forma remota, com previsão de retorno presencial dia 23 de março

A discussão sobre o retorno das aulas presenciais nas escolas de Valadares ainda está longe de acabar. No ensino particular, muitas instituições já retomaram as atividades presenciais no dia 18 de fevereiro, mas com opção do ensino híbrido e remoto. Nas escolas municipais, o ano letivo começou dia 8 de fevereiro, mas de forma remota, e a previsão para retorno das aulas presenciais é para o dia 23 de março. Já nas escolas estaduais, o ano letivo inicia amanhã (8 de março) no sistema remoto, já que uma liminar na Justiça impede as aulas presenciais.

Lui Macedo é publicitário e tem uma filha de quatro anos que está matriculada na Educação Infantil da Escola Municipal Valdete Nominato, no bairro São Tarcísio. Ele e a esposa decidiram que a filha não irá participar das aulas presencias neste momento.

Lui Macedo explica que decidiu pelo ensino remoto para a filha neste momento (vídeo: Fábio Velame)

Apesar de ainda não ter data para retorno das aulas presenciais na rede estadual, alguns pais divergem sobre o assunto. Deivid Campos é impressor ofsset e tem dois filhos, Victor, 12 anos, 7º ano do Ensino Fundamental II, e Sophia, 6 anos, 1º ano do Ensino Fundamental I, ambos matriculados na Escola Estadual Dr. Antônio Ferreira Lisboa Dias, no bairro Conjunto Sir. Ele conta que mesmo que já tivesse liberado o retorno, não deixaria os filhos irem às aulas presenciais. “A princípio vou continuar com eles no ensino remoto, pois não temos informação suficiente da escola sobre os procedimentos que serão tomados pra receber as crianças. O Victor, por exemplo, tem problema respiratório, é do grupo de risco e tenho que ter o máximo de cuidado com ele. Já a Sophia fica muito com minha mãe, que também é do grupo de risco. Então não é apenas ir ou não presencialmente na escola, tem todo um contexto pra que seja seguro pra todos nós”, disse.

Deivid entende que não é o momento para retornar às aulas de forma presencial (foto: Arquivo Pessoal)

Lívia Bicalho é corretora de imóveis e tem duas filhas matriculadas na Escola Estadual Israel Pinheiro, no bairro de Lourdes. Luize tem 16 anos e cursa o 2⁰ ano do Ensino Médio, enquanto Izabela tem 14 anos e faz o 9⁰ ano do Ensino Fundamental II. Já a filha mais velha, Lara, cursa o 2º período de Enfermagem no Pitágoras, mas também escolheu no momento estudar de forma remota.

De acordo com Lívia, ela só permitirá o retorno das filhas às salas de aula na rede estadual após a vacina chegar para os funcionários da escola e para elas também. “Eu ainda prefiro que elas ainda permaneçam em casa no ensino remoto e respondendo ao projeto que a escola optou. São encaminhadas as apostilas para as casas dos alunos e, assim, como no ano passado, realizam o processo de ensino desta maneira. É certo que o resultado não é o mesmo, pois infelizmente o ensino fica deficitário, mas é uma forma de protegê-las e também ficarmos em casa protegidos. A princípio a nossa opção é de permanência em casa até que toda a rede pública estadual, e inclusive os alunos, sejam vacinados, pois assim acredito que teremos mais segurança de deixar nossos filhos participarem das aulas presenciais”.

Lívia Bicalho só permitirá que as filhas retornem às aulas presenciais após a vacinação (foto: Arquivo Pessoal)

Luciene Calixto é manicure e o seu filho Rhian, de 11 anos, está matriculado na Escola Estadual Professor Nelson de Sena, no 6º ano do Ensino Fundamental II. De acordo com ela, quando for liberado o retorno das aulas presenciais na escola, certamente o filho estará presente. “Sou a favor da volta às aulas presenciais, pois na minha opinião a escola pública não funciona com o ensino a distância, levando em conta que [o ensino] presencial já é defasado. O ensino a distância piorou, fora a desorganização. Além disso o comércio já está funcionando, muitos pais já voltaram a trabalhar, vamos a supermercado, igreja etc, só temos que tomar os cuidados e seguir a vida”.

Luciene é a favor do retorno das aulas presenciais (foto: Arquivo Pessoal)

Registro de casos de Covid-19 em escolas de Valadares

Até o momento foram registrados dois casos de alunos do Colégio Franciscano Imaculada Conceição infectados pela Covid-19, mas de acordo com nota oficial da instituição, os alunos são assintomáticos e a contaminação aconteceu em casa. As aulas das turmas que eles participavam estão suspensas por 10 dias.

Já no Genoma Sistema de Ensino, uma professora do Ensino Fundamental Anos Finais (lecionando nos 7ºs, 8ºs e 9ºs anos) testou positivo. Com esta situação, as turmas que a professora lecionava tiveram as aulas suspensas, ficando apenas as aulas síncronas.

O Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro-MG) se posicionou contra as aulas presenciais nas escolas particulares, após os casos confirmados, e defende a volta das atividades presenciais após uma vacinação em massa em todo o Estado.

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