por GUILHERME PIU
FOLHAPRESS – O atual presidente do Atlético-MG, Sérgio Sette Câmara, abriu mão da tentativa de reeleição e, assim, deixará a cadeira mais importante da diretoria alvinegra ao fim do seu primeiro mandato.
Sette Câmara confirmou sua saída da corrida presidencial em entrevista coletiva nesta quinta-feira (12), na sede de Lourdes. “De fato, não vou ser candidato à reeleição. O meu papel foi cumprido, com certeza vou ajudar como conselheiro, como atleticano doente que sou, quem quer que esteja aqui [futuramente como presidente].”
O vice-presidente Lásaro Cândido da Cunha também não seguirá em cargo eletivo, algo que o próprio dirigente já havia falado outras vezes.
Atualmente, há uma divisão política entre dois grupos no clube: um deles é o que apoia Sette Câmara, onde estão os megainvestidores Rubens Menin e Rafael Menin, ambos da MRV Engenharia,, Renato Salvador, à frente da rede de hospitais Mater Dei, e Ricardo Guimarães, do banco BMG; e o outro é ligado ao ex-presidente atleticano e atual prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil.
Essas duas alas discutem internamente eventuais nomes, que podem ser até de consenso, para assumir o comando do Atlético no triênio 2021/2023.
“Claro que nesse grupo estamos conversando para a indicação de uma chapa. E, por respeito aos conselheiros que vão ainda ser consultados –depois tem que ter os apoios com registro da chapa–, me reservo a não ficar citando nomes”, disse Sette Câmara.
“Quero crer que desse grupo vai sair [o candidato ao cargo de presidente], existem nomes cogitados, sairá uma chapa muito boa que fará valer todo esse sacrifício nesse período de transformação do Atlético-MG, vai performar e ter muitas conquistas.”
Um nome que aparece como possibilidade para a presidência é o do empresário Sérgio Coelho, que foi vice-presidente atleticano durante os mandatos de Nélio Brant, entre 1998 e 2001, e de Ricardo Guimarães, entre 2001 e 2006. Porém, Coelho não tem muita proximidade com os apoiadores de Kalil.
Sette Câmara foi eleito presidente do Atlético em dezembro de 2017 para cumprir o triênio de 2018 a 2020 à frente do clube. O advogado, candidato da situação, recebeu à época 266 votos, contra 41 de Fabiano Ferreira, da chapa de oposição.
Em 2018 e 2019, os primeiros anos de sua gestão, o atual presidente foi bastante criticado pelo discurso de austeridade e poucos resultados dentro de campo.
A partir de 2020, último ano de mandato, com a chegada de Alexandre Mattos para dirigir o futebol, Sette Câmara recebeu aporte de R$ 200 milhões da família Menin, o que possibilitou a montagem de um time mais competitivo. Não fosse essa alta quantia investida no clube, o trabalho ficaria bem minimizado pela dificuldade financeira.