Agentes de patrulha de fronteira dos Estados Unidos (CBP, sigla em inglês) resgataram uma mulher em trabalho de parto, de acordo com um comunicado da agência divulgado na última sexta-feira, dia 9. Mas os ativistas e advogados afirmaram que os oficiais da fronteira não mencionaram que, poucas horas após o suposto resgate, eles separaram a imigrante hondurenha de seu recém-nascido e a detiveram até uma possível deportação.
De acordo com as informações, os agentes atenderam a um chamado feito para o 911, na noite de quarta-feira, dia 7, sobre uma mulher que deu à luz seu bebê, sozinha, em um campo na região de Eagle Pass, Texas. Os oficiais transportaram a mãe e o filho para um hospital próximo. Depois a criança foi transportada de avião para uma unidade de terapia intensiva neonatal em San Antonio, bem distante de onde sua mãe ficou sob custódia.
“Os agentes a informaram que ela seria mandada de volta ao México sem o bebê”, disse Amy Maldonado, que está representando legalmente a mãe. A prima da mulher está em Sacramento e falou com ela por telefone. O recém-nascido é um cidadão norte-americano.
Nem o comissário da CBP, Mark Morgan, nem os porta-vozes da agência responderam aos pedidos de comentários sobre o caso.
Horas depois, Austin Skero, chefe de patrulha do setor Del Rio, respondeu em um tweet ao The Times, dizendo que os agentes deveriam separar a mãe e o bebê devido à política de Covid-19.
Skero sugeriu que a mãe pode em breve ser libertada da detenção em Eagle Pass, transportada para San Antonio e se reunir com seu recém-nascido.
“Quando o hospital informou que a condição da criança estava melhorando e pode em breve ter alta, os agentes começaram a processar a mãe para que ela recebesse alta rápido”, tuitou. “Após a liberação, a mãe será transportada para San Antonio e reunida com seu filho”.
De acordo com Skero, “devido às estritas restrições da Covid-19 na unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN), a mãe não podia acompanhar a criança”.
Leni Kirkman, porta-voz do Hospital Universitário em San Antonio, disse ao The Times em uma entrevista que as declarações não eram corretas. “Essa, definitivamente, não é a política do hospital”, disse ela. “Não separamos bebês e pais”.
Mesmo durante um surto de casos de Covid-19 no Texas, “os pais de bebês em UTIN precisam ficar com seus bebês. Isso não foi algo que lidamos. Os bebês precisam estar com seus pais”.
Qualquer que seja o transporte que a CBP possa ter usado – o hospital não possui nenhum avião, de acordo com Kirkman – “não tem nada a ver com nosso hospital”. (Fonte: Brazilian Times)