Estado inclui casos suspeitos de reinfecção por Covid-19 em novo protocolo

Municípios devem testar e notificar casos positivos com novo quadro clínico em período maior ou igual a 90 dias da primeira confirmação

Com a confirmação de casos de reinfecção pelo novo coronavírus no mundo, o Governo de Minas orienta profissionais da Saúde com novas medidas referentes ao ressurgimento de sintomas em quem já foi infectado pela doença. A partir de agora, todos os casos positivos para a Covid-19 com novo quadro clínico em período maior ou igual a 90 dias da primeira confirmação devem ser testados e notificados ao Estado e as amostras positivas devem ser enviadas à Fundação Ezequiel Dias (Funed), que fará sequenciamento genético para verificar a presença de mutações.

Pelo protocolo, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) considera casos suspeitos de reinfecção aqueles em que a pessoa apresentou novo quadro clínico em período acima de 90 dias do primeiro episódio confirmado laboratorialmente.

 “Minas Gerais está acompanhando as pesquisas e conclusões sobre o novo coronavírus em todo o mundo. Em agosto, pesquisadores de Hong Kong confirmaram a primeira reinfecção no mundo pelo novo coronavírus. A partir disso, estamos atentos a qualquer suspeita e pedimos a atenção dos municípios para que casos suspeitos sejam testados e notificados ”, ressalta o secretário de Estado de Saúde (SES-MG), Carlos Eduardo Amaral. 

O primeiro caso de reinfecção foi confirmado por pesquisadores chineses e se refere a um homem saudável com o segundo caso de Covid-19 diagnosticado 4 meses e meio depois do primeiro. O sequenciamento do genoma mostrou que as duas cepas do vírus são diferentes, o que comprova a reinfecção.

Casos suspeitos

“De acordo com dados atuais, a maioria das pessoas que teve a infecção pelo novo coronavírus fica imune por um período de até três meses. Por esse motivo, casos com ressurgimento de sintomas em menos de 90 dias após confirmação da doença, devem ter outras infecções descartadas”, explica a infectologista da SES-MG, Tânia Marcial.

Até que novas evidências científicas sejam comprovadas, serão adotadas algumas medidas, como o isolamento social do paciente em caso de RT-PCR positivo e encaminhamento das duas amostras à Funed para que seja feita investigação que verifica a presença de mutações.

A infectologista esclarece que quando um paciente faz o teste para o coronavírus as amostras são guardadas pelos laboratórios. Em caso de suspeita de reinfecção, esse material, recolhido na primeira e na segunda manifestação, deverá ser enviado à Funed para análise.

Mudanças

As novas orientações para casos suspeitos de reinfecção no Estado fazem parte da atualização técnica ao protocolo de Infecção Humana.  Foram incluídos novos grupos de testagem por biologia molecular (RT-PCR), como os profissionais de serviços essenciais e os contatos de casos confirmados em surtos, mediante avaliação do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS).

Também houve mudanças no tempo de isolamento social para pacientes graves e leves.  Para indivíduos com quadro de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com confirmação por qualquer um dos critérios (clínico, clínico-epidemiológico, clínico-imagem ou laboratorial) para Covid-19, é recomendado o isolamento pelo período de 20 dias após início dos sintomas ou após 10 dias, desde que 24 horas sem febre e sem uso de medicamentos.

Para os casos leves, a recomendação é de que o isolamento seja feito por 10 dias, após o início dos sintomas, desde que passem 24 horas após resolução de febre sem uso de medicamentos. Antes, eram esperadas 72 horas. As alterações seguem a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde (MS).

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