A ponte do São Raimundo é a ponte mais antiga de Governador Valadares. Foi construída na década de 1940 e faz parte da BR-116. Mesmo com uma extensão de 447 metros, o fluxo do trânsito no local é motivo de reclamação por parte a população valadarense, pois ainda é a única via de acesso à região do Vila Isa e bairros adjacentes.
Cícero Costa é advogado e morador do bairro Vila Isa há 16 anos. A ponte do São Raimundo sempre é um trecho em que ele precisa passar para resolver questões do trabalho, pelo menos quatro vezes por semana. Ele relata que o congestionamento na ponte incomoda muito.
“Infelizmente, nem precisa ter acidente no horário de pico, que normalmente ocorre entre 7h30 e 8h, 11h30 e 13h, 17h30 e 19h. A ponte sempre está congestionada nesses períodos. Quem precisa chegar ao trabalho tem que sair de casa mais cedo, porque certamente ficará preso no mínimo entre 20 a 30 minutos no congestionamento. Quando tem acidente, a coisa piora exponencialmente. Já houve ocasiões de eu ficar mais de 2 horas preso no engarrafamento sem ter como retornar. Todas as eleições sempre tem os candidatos que prometem lutar pela duplicação da ponte do São Raimundo. Essa história eu já escuto por mais de 20 anos, mas na realidade nunca sai das promessas; mesmo que eles sejam eleitos, nada fazem”, disse Cícero.
Jaqueline de Jesus da Silva é vendedora de uma loja de calçados no centro de Governador Valadares e mora no bairro Jardim Vera Cruz há dois anos. Usuária do transporte coletivo, ela também passa pela ponte diariamente e relata situações chatas que já acontecem. “Diariamente o tráfego na ponte fica congestionado. Quando ocorre acidente, sempre chegamos uns 30 minutos atrasados no serviço; isso afeta demais. Já ocorreu de eu atravessar a ponte andando e ter que pegar um outro ônibus na avenida JK para seguir viagem.”
Vicente Augusto França é padeiro e também mora no bairro Jardim Vera Cruz. Para ir ao trabalho, que é localizado no centro da cidade, ele vai de moto. Por ter só a ponte como via de acesso, Vicente vê muita imprudência por parte de motoristas e motociclistas na passagem pela ponte.
“Para nós que temos que passar todos os dias na ponte é muito difícil, ainda mais nos horários de pico. Sempre tem acidentes na ponte, fruto de muita imprudência. Quem sofre mais são os motoqueiros, que se arriscam mais. Se tem acidente, como só tem esse acesso, temos que esperar. Tem vezes que fica o ônibus coletivo esperando para poder passar no trecho. Moro na região há 30 anos. Toda época de campanha aparece alguma promessa de duplicação. Já ouvi demais isso”, comentou o padeiro.
Wemerson Pimentel Santos é morador do bairro santos Dumont, mas trabalha como motorista carreteiro no transporte de combustível. Passar pela ponte do São Raimundo faz parte de sua rotina de trabalho. Ele diz que a duplicação da ponte seria fundamental para melhorar o fluxo do trânsito no local. “Passar pela ponte é complicado e as coisas ficam difíceis, tendo só essa via de acesso, que eleva o fluxo na cabeça da ponte. Às vezes é um carroceiro que atrasa a passagem. Tem também aquela rotatória em frente ao posto da Polícia Militar. Às vezes você quer passar, mas se não segurar um pouco quem vem nas vias arteriais não consegue passar. Viajando a gente escuta muito o programa A Voz do Brasil e ouve a solicitação do deputado Hercílio Diniz para duplicação daquele pedaço, que acabaria com esse transtorno diário, pois quem passa pela ponte sabe muito bem que é um arranque e pare. Imagina conduzindo uma carreta bitrem pesada? Eu fico pedindo a Deus para não esbarrar em ninguém. Creio que aquele trecho precisa mesmo de uma mudança, seja duplicar ou construir uma outra ponte, além de proibir o acesso de carroça na ponte, que atrapalha demais no tráfego de veículos.”
Sobre a tão sonhada duplicação desse trecho especificamente, em dezembro de 2019 foi anunciado que a emenda de duplicação da ponte do são Raimundo foi aprovada para o LOA, com valor de R$ 10 milhões, no relatório Setorial de Infraestrutura. Segundo o deputado federal Hercílio Diniz, que esteve à frente da solicitação, a execução é de responsabilidade do Governo Federal.
“Nosso trabalho pela aprovação da proposta passou por muitas etapas na Câmara dos Deputados. Pela primeira vez na história, nós apresentamos uma emenda de duplicação para ser incluída no Orçamento da União. Depois de ser aprovada nas comissões e também nos relatórios do novo orçamento, a proposta finalmente foi incluída como emenda não impositiva. Mesmo com a possibilidade de cortes no orçamento das emendas para a Lei Orçamentária Anual (LOA), a duplicação da ponte foi aprovada para o orçamento do governo com o maior valor (10 milhões de reais) no relatório setorial de Infraestrutura da Comissão Mista de Orçamentos, enquanto a maioria das propostas não passou de 2 milhões. A execução, no entanto, cabe ao Governo Federal, de acordo com a disponibilidade de recursos”, afirmou Hercílio.