População entende que o problema não será solucionado por completo
Por Fábio Velame
No dia 11 de agosto, a Prefeitura de Valadares anunciou que uma intervenção seria realizada na saída do mergulhão sentido bairro. A medida foi tomada após a realização de estudos técnicos da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Urbanos (SMOSU), além de ouvir as demandas da comunidade local. O objetivo das obras é diminuir os acidentes e deixar o trecho mais seguro para todos que passam pelo local. Os trabalhos começaram na segunda-feira (24). O Diário do Rio Doce esteve no local para ouvir a opinião de motoristas, motociclistas, moradores e comerciantes sobre a intervenção que está sendo feita.
O estudante de psicologia Jorge Henrique reside na rua Cacique, no Carapina, há mais de 20 anos. Diariamente ele passa pelo local onde estão sendo realizadas as obras de melhorias. Ele conta que já presenciou muita coisa ali. “Eu moro na região há mais de 20 anos e já presenciei vários acidentes aqui nas proximidades do mergulhão. Isso acontece nas duas direções, tanto para quem tá indo sentido bairro e também quem tá indo para o Centro. É uma pena, pois os acidentes vêm acontecendo há muito tempo, mas só agora foi feito algo para melhorar. Fico feliz pelas pessoas que começaram a divulgar os problemas aqui nesse trecho. Sem isso, com certeza, não teria mudança”, comenta.
Morador da mesma rua, o pedreiro Carlos Coelho achou positiva a obra, mas entende que foi mais uma ação paliativa. “É uma obra importante e acho válida a tentativa de reduzir os acidentes. Mas vejo isso como um paliativo. Inclusive, na semana passada teve um acidente entre um ciclista e um motoqueiro no local onde está sendo feita a obra. Será que tinha que esperar morrer para tentar resolver?”, questiona.
Marcone Simões é motorista de aplicativo e passa diariamente pelo mergulhão. Para ele, no local falta redutor de velocidade. “A obra é essencial, mas infelizmente demorou muito pra ser feita. Mortes e acidentes poderiam ter sido evitados se já houvesse um impedimento ali para conversões erradas. Sem falar na falta de redutores de velocidade nas proximidades de onde a obra está sendo feita. Já tem um tempo que os radares foram retirados. A alta velocidade naquele lugar é grande. Então, isso poderia inibir o excesso de velocidade”.
Henrique Manoel, entregador de uma lanchonete na avenida Minas Gerais, ressalta que a imprudência é um grande problema. “Para mim ficou satisfatório e pode ajudar na prevenção de acidentes. Claro que não vai resolver tudo, pois a imprudência é grande. Tem motoqueiro que dá balão dentro do mergulhão. Lembrando também que no trecho de saída sentido Centro não foi feito nada, e lá também acontecem acidentes”.
Proprietário de uma loja de embalagens em frente ao mergulhão, Edilson Rosa também revela que a imprudência não diminuiu no local. “Infelizmente, não vai ser uma obra que terá os resultados esperados. Já vimos aqui, durante e após as obras, motoqueiros fazendo conversão em local proibido, inclusive na frente do próprio pessoal da Prefeitura, enquanto trabalhava. Vejo que os problemas maiores são a falta de conscientização e a imprudência”.