Por Isabela de Andrade Damacena, aluna do 4° período de Jornalismo
GOVERNADOR VALADARES – Neste mês, celebramos o Dia Nacional de Atenção à Dislexia, uma ocasião crucial para destacar e compreender uma realidade que impacta a jornada educacional de muitos. Dentre dificuldades e estigmas, as pessoas ao redor daqueles que possuem o transtorno podem não ter conhecimento suficiente para compreender e acolher.
Por isso, a data foi criada para trazer visibilidade a essas pessoas e ao transtorno, com o intuito de realizar eventos sociais e culturais que ajudem a conscientizar a sociedade e mostrar a importância do diagnóstico e tratamento precoce.
Sendo assim, para contribuir com essa data, nós da UNIVALE preparamos este texto para ajudar você que convive com pessoas com dislexia ou até mesmo tem a suspeita de possuir o transtorno. Aqui você conhecerá um pouco mais da condição, além de entender sobre formas de tratamento e diagnóstico.
Então para começar, que tal entender o que é a dislexia e como ela funciona no cérebro humano? Vamos lá!
O que é dislexia?
A dislexia é uma condição neurológica responsável por afetar o desenvolvimento da leitura, escrita e ortografia. Diferente do que algumas pessoas pensam, ela não está relacionada à falta de inteligência ou motivação. Trata-se de um desafio específico de aprendizagem, no qual se torna mais difícil desenvolver as habilidades de processamento fonológico e decodificação.
Com a dislexia, as pessoas que a possuem podem apresentar dificuldades em associar sons aos símbolos gráficos das letras, resultando em erros frequentes de leitura e escrita. Isso gera um grande impacto no desenvolvimento acadêmico e escolar, além de, claro, provocar questões relacionadas à autoestima da pessoa diagnosticada.
É crucial compreender que a dislexia é uma condição que permanece com a pessoa ao longo da vida. Contudo é possível tratá-la e desenvolver estratégias para lidar com as dificuldades por meio de intervenções, suporte e métodos específicos de ensino. A compreensão e paciência por parte da sociedade desempenham um papel fundamental no processo de adaptação e superação dessas dificuldades.
Agora que já temos uma base sobre o transtorno, vamos explicar como identificar a dislexia desde a sua origem e também discutir as formas de tratá-la.
Origem e tratamento
É essencial compreender a dislexia desde suas origens para estabelecer estratégias de intervenção eficazes e sistemas de apoio. A detecção precoce dos sintomas pode ser crucial para um caminho mais suave no desenvolvimento acadêmico e social da pessoa afetada.
Muitas vezes, a dislexia manifesta seus primeiros sinais nas fases iniciais do desenvolvimento da alfabetização. Dificuldades prolongadas em associar letras a sons, problemas ao escrever palavras simples e uma velocidade de leitura lenta são alguns dos sintomas. Além disso, dificuldades em lembrar sequências de palavras, como o alfabeto ou os dias da semana, podem indicar problemas relacionados à dislexia.
Os tratamentos para a dislexia geralmente se concentram em estratégias educacionais e terapias especializadas, visando aprimorar as habilidades de leitura e escrita. Intervenções como a fonoterapia, que se concentra no desenvolvimento da consciência fonológica, e métodos de ensino adaptativos têm demonstrado sua eficácia.
E também é importante pontuar que, em determinadas situações, crianças com dislexia podem apresentar comorbidades, como ansiedade ou outros problemas relacionados ao transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Nessas condições, o tratamento pode envolver o uso de medicamentos para lidar com as condições concomitantes.
Desmistificando a dislexia
Graças a falta de informações, muitas pessoas acreditam e reproduzem alguns mitos acerca da dislexia e sobre indivíduos com esse transtornos. Por isso trouxemos aqui uma lista com os 5 principais mitos sobre essa condição.
Mito 1: a dislexia é causada por falta de inteligência
A dislexia não tem relação com a inteligência. Pessoas com dislexia podem ter habilidades excepcionais em áreas como criatividade, raciocínio lógico e resolução de problemas.
Mito 2: a dislexia é resultado de falta de esforço ou motivação
O transtorno é uma condição neurológica. Não está relacionada a falta de esforço ou motivação. Pessoas com dislexia frequentemente se esforçam muito, mas podem precisar de métodos de ensino diferentes.
Mito 3: pessoas com dislexia são semideuses
Brincadeiras à parte, baseando-se na famosa obra do escritor Rick Riordan, Percy Jackson, na qual as crianças que possuem dislexia são filhos de deuses gregos e seu cérebro foi programado para entender o grego antigo. Infelizmente isso não é verdade, mas é uma ideia interessante, não é?
Mito 4: disléxicos veem as palavras de maneira diferente
A dislexia não está relacionada à visão. Mas é um desafio no processamento fonológico e na decodificação da linguagem escrita. Por isso a visão em si não é afetada.
Mito 5: todas as pessoas com dislexia têm os mesmos sintomas
Cada pessoa com dislexia é única, e a condição se expressa de maneira diferente em diferentes indivíduos. Reconhecer essa diversidade é essencial para fornecer o suporte personalizado necessário.
Todavia desmistificar esses mitos é fundamental para criar uma compreensão mais precisa da dislexia. E agora que você sabe mais sobre o transtorno e como identificá-lo, vamos atrás de um diagnóstico? Isso também vai ser muito importante!
Procure um diagnóstico!
O diagnóstico da dislexia é uma etapa crucial que requer o conhecimento de profissionais especializados em diversas áreas, como psicólogos, neurologistas e fonoaudiólogos. Essa equipe colabora entre si para realizar avaliações abrangentes, com uma abordagem que permite a compreensão mais completa das habilidades cognitivas do indivíduo.
A avaliação cognitiva é uma das principais partes da busca pelo diagnóstico. Isso inclui a análise de conhecimentos como a memória de trabalho, processamento auditivo e visual, e outras funções cerebrais relacionadas à linguagem. Esses dados são fundamentais para identificar padrões característicos da dislexia.
Observar o desempenho real do paciente em tarefas de leitura e escrita também é indispensável para a análise. Portanto dificuldades consistentes, como trocas de letras, lentidão na leitura e erros frequentes, podem indicar a presença de dislexia.
Por isso, se você conhece alguém que possa ter dislexia, ou acredita que você mesmo tenha, é importante que procure o quanto antes a ajuda desses profissionais. Ao compreender a complexidade envolvida no processo diagnóstico, é possível garantir o suporte necessário, ajudando a superar os desafios associados à dislexia.
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