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ZEZÉ E NAIR, BAR GUAXUPÉ E O ECD

por Luiz Alves Lopes (*)

O surgimento do mundo dos humanos tem o seu registro, a sua história. Segundo a Bíblia, DEUS criou o Céu e a Terra. Durante seis dias foi criando o ar, a água, as árvores, animais e, por último, criou Adão, o homem. No sétimo dia, descansou. Está no livro do Gênesis.

O tempo foi passando e, um dia, um tal Cristóvão Colombo descobriu a América. Tempos depois, sem querer, querendo o ‘Pedrinho’, descobriu o Brasil. Estava com pressa e, ao partir, aqui deixou uma raça da pior qualidade. Deu no que deu. Aguentem firmes…

Estados, territórios, capital federal, cidades, distritos, vilas e povoados surgiram de todas as formas, ordenadas ou não, e aí está este Brasil desigual de todos nós (ou de poucos de nós). Nossos representantes estão achando pouco e aventam a hipótese da criação de mais um mundão de cidades/municípios. E vão rolar mais festas….e…

No leste das Minas Gerais surgiu uma tal de Figueira do Rio Doce, que, ao se desvencilhar de Peçanha, recebeu o nome de Governador Valadares, em homenagem a quem governava o estado. Em décadas passadas, a cidade cresceu como poucas, fruto do empenho de pioneiros e de grandes lideranças, que deixaram legados e saudades.

E o futebol? Ah! O futebol emwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwww Governador Valadares teve seus tempos de ouro com um tal de Clube Atlético Pastoril, que já se foi, com o Cruzeiro que teima em sobreviver, com um Esporte Clube Rio Doce, que também já partiu, coadjuvado pelo DR e Bancários, restando como sua grande riqueza o Esporte Clube DEMOCRATA – a Pantera da Osvaldo Cruz.

Do Democrata queremos falar. Dele participamos minimamente, como atleta, como técnico e como dirigente. Bons tempos em que a bicicleta era nosso meio de transporte. Que a entrada do clube se dava pela rua Afonso Pena. Que na divisa do Posto do Lenito (dentro do terreno do clube) havia vários barracões em que se alojavam atletas de escol.

Queremos falar de gente que amava o Esporte Clube Democrata e, por conseguinte, dele participava com todo ardor, prestando-lhe todo o tipo de ajuda e assistência na medida de suas posses. Gente de poucas posses. Foram muitas pessoas.

Na confluência das ruas Afonso Pena e Osvaldo Cruz – cognominada e com razão como a “esquina do pecado ” – alô, Bolivar, Bil, Amarelo, Dozinho,  Zelito, Mauro Vargas, Abelardo, Ribuliço, Zé Biliu, Zé Fubá e companhia – funcionou por anos, que não foram poucos, o BAR GUAXUPÉ, do casal Zezé e Nair. Ponto dos encontros, das resenhas, das fofocas da boleirada e tudo o mais. Para variar, ponto para comemorações de títulos, que não foram poucos.

O Democrata sempre teve seus altos e baixos. Períodos de glórias e períodos de dificuldades, sombrios mesmo. Participamos de ambos. Dos bons tempos do poderoso deputado Matosinhos de Castro (antes de ter o mandato cassado) e dos períodos difíceis de Crisolino Ferreira, de Lino Alves e de Mamud Abbas. Valeu a pena…

Em várias ocasiões das ‘vacas magras’, quando a delegação futebolística do clube se deslocava em duas Kombis – Kombi do Jota e Kombi do sargento – , quando os atletas se alojavam debaixo das arquibancadas de cimento, quando o cascalho era curto, do Bar Guaxupé vinham os lanches para a concentração (misto quente e vitamina de abacate), lanches para as viagens, cafés da manhã, chás caseiros de todos os tipos, inclusive para acalmar nervosinhos (onde estávamos incluídos), e inúmeras coisitas mais.

E tudo ficava “pendurado”, quase no esquecimento. Uma verdadeira batalha para receberem. Tinham uma compreensão e paciência de Jó. Amavam o clube. Por ele se sacrificavam. Jamais disseram não, quando solicitados. Democratenses como poucos. Mantiveram-se sempre no anonimato, com dificuldades normais e naturais de um casal religioso, que soube encaminhar os filhos e que sempre atendia com sorriso nos lábios.

Ah! Tinham solução para tudo. Garganta inflamada, gripe infestada e afta na boca, lá vinha a “charopada” bem preparada. Alho, vinagre, limão, sal grosso, gengibre, cachaça e mais não sei dizer, e a gente SARAVA. Quando necessário, “benzeção” também. João Borreira (grande diretor) agradecia; senhor Elieser das “peles”, também. E o Democrata seguia.

Como é bom relembrar fatos e acontecimentos que ficaram na história; na história do Democrata Pantera. Zezé e Nair, hoje com os burros na sombra, lá para as bandas do bairro Grã-Duquesa, merecem não apenas a lembrança, mas o agradecimento e reconhecimento por tudo que fizeram pelo clube da Osvaldo Cruz, agora de volta à elite do futebol das Minas Gerais. Que a história possa fazer-lhes justiça.

* Ex-atleta

N.B. – Está chegando o dia 18 de dezembro. Dia em que a BOLEIRADA e agregados estarão curtindo o XVI Encontro dos Desportistas de Governador Valadares, uma realização do Projeto Pingo D’Água, voltado para pequenas ações solidárias. A partir das 10h, com transmissão ao vivo pela TV a cabo (Super I Tv canal 20), com transmissão simultânea pelo YouTube (www.youtube.com/c/superitv) e pelo Facebook (www.facebook.com/superitv). Premiação interessante, muita música e depoimentos de gente do mundo esportivo. PARTICIPE.

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