WhatsApp-2.png

Setor de academias em Valadares tenta se reerguer após prejuízos causados pela pandemia

As academias da cidade ainda sentem efeitos da pandemia

As academias estão no grupo de atividades mais afetadas pela crise sanitária do novo coronavírus no Brasil. Metade delas está com dívidas em atraso. De acordo com a Pesquisa de Impacto da Pandemia de Covid-19 nas Micro e Pequenas Empresas, realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), 72% das academias alegam que estão com muita dificuldade de manter o negócio. Em Governador Valadares, proprietários de academias acreditam que o cenário vá ter sinais de melhora só em 2022.

De acordo com pesquisa do Sebrae, o faturamento das academias no Brasil chegou, em maio, a um patamar 52% abaixo do que seria normal para o mês. Na edição anterior da pesquisa, realizada em fevereiro, o segmento estava 42% abaixo do normal. Essa piora de cenário fez com que esses empresários se tornassem os mais preocupados entre todos os setores analisados: 72% alegam que estão com muita dificuldade de manter o negócio.

O presidente do Sebrae, Carlos Melles, lembrou que as academias, assim como o setor de eventos e turismo, precisam da presença do público para funcionar. Ao longo da pandemia, muitas inovaram nas aulas e consultorias online para segurar minimamente o faturamento. O Sebrae tem reforçado a orientação em relação aos protocolos de prevenção e no acesso a crédito, como o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). Melles afirmou que, apesar da reabertura das academias, a maioria das pessoas ainda se sente insegura de se exercitar em ambientes fechados. “Por isso é tão importante avançarmos de forma mais ágil e efetiva no processo de vacinação”, disse.

Academias em Valadares ainda estão pagando as contas de 2020

Em Valadares, o setor fitness tem participação importante no fomento da economia local. O resultado pode ser percebido na quantidade de academias espalhadas pela cidade. Além disso, o segmento fortalece o consumo de produtos fitness, roupas e materiais esportivos. No entanto, desde março de 2020, início da pandemia da covid-19 no Brasil, o setor só vem contabilizando prejuízos.

Embora o segundo semestre de 2021 tenha se iniciado com avanço na imunização contra a covid-19, empresários do segmento de academias relatam estar pagando as contas ainda do ano passado.

Marilene Leia é proprietária de uma academia no bairro Vila Isa. Ela conta, que após dias com as portas fechadas, os alunos estão voltando aos poucos. Mesmo assim, o movimento ainda não é o suficiente para quitar as dividas. “O prejuízo foi enorme. Antes da pandemia, o número de alunos treinando era de 350 matriculados pagando mensalidade. Hoje, se tiver 100 alunos é muito.”

A pandemia também atrapalhou os planos da empresária de modernizar o espaço. “Em 2019 decidi fazer um investimento na academia, aumentar o espaço, comprar mais equipamentos, e foi justamente quase perto da pandemia que consegui finalizar a obra, mas aí veio a pandemia em março e fechou tudo na cidade. Como eu fiz empréstimos, tive que ir ao banco para poder negociar minha dívida. A pandemia atrapalhou tudo, e até hoje pago essas dívidas de 2019 e 2020”, conta Marilene.

Marilene Leia é proprietária de uma academia no bairro Vila Isa

A empresária conta que o maior prejuízo foi as autoridades não terem considerado as academias como serviços essenciais em 2020 e um terço de 2021. Empresários tiveram que encontrar soluções para a sobrevivência do negócio. “Ficamos a maior parte de 2020 com as portas fechadas. Tinham liberado para abrir em maio, mas aí fechou em agosto, depois abriu em novembro, e em janeiro deste ano fechou de novo. Com esse abre e fecha, caiu 90% [o número] dos clientes. Sendo que o público de idosos não voltou até hoje. Falaram que iam ajudar o setor, mas nada aconteceu. Não ficamos isentos de nada, como falam aí na mídia. O governo só ampliou o prazo para pagar despesas como água, luz e aluguel, mas não reduziu a conta. Graças a Deus, consegui manter o negócio e voltar aos poucos, mas tem muita gente na cidade que fechou de vez. Para o empresário que tira seu sustento da academia foi bem complicado em 2020”, afirma.

Danilo Gomes, sócio-proprietário de uma academia na Ilha dos Araújos, acredita que o setor só irá se “reerguer” 100% a partir de 2022. “À medida que as pessoas forem imunizadas com as duas doses da vacina, acredito que a partir de janeiro de 2022, os alunos vão ter mais confiança em retornar com as atividades em ambientes fechados e retornar para as academias. Mesmo assim, todos irão seguir os protocolos de segurança”, disse.

“As despesas continuam até hoje. O aluno que paga mensalidade tem direito de usar todo o seu crédito, mesmo com os dias em que a academia ficou fechada. Fora isso, tivemos uma perda de 70% dos alunos.

Danilo Gomes

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

[the_ad_placement id="home-abaixo-da-linha-2"]

LEIA TAMBÉM