Os impactos da paralisação econômica durante a crise do coronavírus (Covid-19) devem ser mais sentidos em empresas de menor porte, responsáveis por grande parte da movimentação do comércio e prestação de serviços em Governador Valadares. E, na avaliação do consultor financeiro Marcos Chaves, que também é administrador e professor universitário, esse cenário evidencia a importância do planejamento.
“Neste novo cenário, os reflexos oriundos da paralisação econômica são mais perceptíveis nas empresas de menor porte, comprometidas pelo baixo capital de giro e orçamento apertado, cenário esse muito evidente em Governador Valadares, uma cidade que tem sua economia baseada no pequeno comércio e na prestação de serviços. Neste momento, o planejamento financeiro é de suma importância, pois possibilita projetar cenários e antecipar a tomada de decisões”, afirmou Chaves, que possui MBA em Gestão Estratégica de Pessoa e em Gestão Financeira e Controladoria.
Custos e despesas
O consultor destaca que a sustentabilidade de negócios, no momento atual, passa pela necessidade de uma revisão em custos e despesas, além da negociação de prazos com fornecedores e clientes.
A economia de insumos de produção, como água e energia, também pode ser possível, para Marcos Chaves, desde que haja comunicação assertiva entre a equipe de trabalho.
“Em se tratando de planejamento financeiro, uma das principais medidas consiste em realizar um levantamento real dos custos e despesas mediante a análise dos históricos de saídas, identificando gastos que podem ser cortados e que não comprometem a produtividade e a qualidade dos produtos e serviços prestados”, declarou.
Impactos na economia
Marcos Chaves salienta que o Banco Central do Brasil zerou a projeção de crescimento econômico do PIB nacional, com perspectiva de crescimento para 2020 variando entre zero e 0,02%. O consultor lembra que as medidas de combate à crise, conforme o Ministério da Economia, terão um impacto correspondente a R$ 284 bilhões.
Entre as medidas anunciadas está a prorrogação do prazo de pagamento dos tributos federais por seis meses.
“É importante que as projeções sejam atualizadas no planejamento orçamentário em forma de cotas mensais, fazendo com que, ao final do prazo de seis meses, o empresário tenha gradativamente suprido sua necessidade de caixa e não se depare com o acúmulo de dispêndios de caixa referente às despesas mensais e as prorrogadas”, alertou o consultor.