GOVERNADOR VALADARES – Com a chegada da Páscoa, o comércio varejista renova suas esperanças de um aquecimento nas vendas, mesmo diante da alta nos preços e dos desafios econômicos enfrentados pelo consumidor. Levantamentos recentes realizados pela Fecomércio MG (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais) e pela FCDL-MG (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Minas Gerais) traçam um cenário otimista para a data.
De acordo com a pesquisa “Expectativa do Comércio Varejista – Páscoa 2025”, da Fecomércio MG, 42% dos varejistas do setor alimentício de Minas Gerais acreditam que terão vendas robustas neste ano. Além disso, 40% esperam um faturamento superior ao registrado em 2024, impulsionados pelo valor afetivo da data, o aquecimento do comércio e o otimismo do consumidor.
Para Gabriela Martins, economista da Fecomércio MG, a Páscoa deste ano deve impactar positivamente o setor. “Há uma perspectiva de vendas melhores do que no ano passado mesmo com o valor alto dos produtos. Observamos que os empresários pretendem vender mais ovos de Páscoa, o que difere de 2024, quando a expectativa estava voltada para as caixas de bombons. O valor afetivo da data e a disponibilidade de gastos do consumidor, mesmo que via cartão parcelado, também se destacam como fatores para esse crescimento”, explica.
Entre os itens mais procurados, os ovos de Páscoa lideram as preferências, seguidos pelas caixas de chocolate e barras. Segundo a pesquisa, 83% dos comerciantes acreditam que os consumidores devem realizar suas compras na semana da Páscoa, com um gasto médio entre R$ 70 e R$ 200, de acordo com 43% dos entrevistados. Para atrair o público, as estratégias envolvem desde promoções até atendimento diferenciado e propagandas direcionadas.
Já a pesquisa da FCDL-MG confirma o entusiasmo do consumidor: 93% dos mineiros pretendem comemorar a Páscoa de alguma forma. Entre os entrevistados, 33% planejam fazer um almoço especial, 31% uma reunião familiar e 28% pretendem presentear com chocolates. Apesar de 80% considerarem os preços altos, metade dos consumidores não abre mão de comprar ovos de Páscoa. O tíquete médio previsto é de R$ 200, um aumento de 8% em relação ao ano anterior.
Para o economista da FCDL-MG, Vinícius Silva, a data vai além do comércio: “A Páscoa é um momento de união familiar, tradições religiosas e também de consumo. Mesmo com preços altos, os presentes, ainda que simbólicos, não podem faltar. Os lojistas devem aproveitar a data para inovar, promover e encantar o consumidor”.
Produção artesanal aquecida em Valadares
A confeitaria artesanal também se fortalece em períodos como a Páscoa, sendo uma alternativa personalizada e afetiva para os consumidores. Em Valadares, empreendedoras do ramo já sentem o impacto positivo da data.
Anna Acypreste, da marca “Quitute de Vó”, destaca que as encomendas estão em ritmo crescente. “Estão caminhando bem. Quanto mais perto chega [a data], mais as pessoas procuram. Já tivemos bastante pedidos”, comenta. Segundo ela, os sabores mais pedidos incluem o queridinho de pistache e o tradicional de brownie. A divulgação, segundo Anna, é feita com fotos atrativas dos produtos e o apoio de influenciadores locais.
Jaqueline Dias, da “Trufas da Jaque”, também celebra o bom momento. “A Páscoa representa um ganho extra, que a cada ano se multiplica mais”, afirma. Com oito anos de experiência, ela oferece uma variedade de produtos como ovos trufados, ovos de colher, kits para crianças montarem seus próprios ovos e cones trufados. A expectativa é de vendas maiores que as do ano anterior. “Vai ser sucesso essa Páscoa de 2025 na Trufas da Jaque”, projeta.
O cenário, portanto, é de otimismo moderado, mas sustentado por estratégias criativas e pelo apelo emocional da data. Seja nas grandes lojas ou nas confeitarias artesanais, a expectativa é de que a celebração da Páscoa aqueça os corações — e também o comércio.
