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O VELHO CAÇAPA: ÍDOLO, MITO e… ESQUECIDO

(*) Luiz Alves Lopes

Com socorro do velho Aurélio, fomos constatar que por SAUDOSISMO se entende a felicidade e princípios políticos, ideais, usos e costumes que já não são aceitos. É a admiração excessiva por aspectos do passado, desde comportamentos, hábitos, princípios a outros ideais obsoletos e ultrapassados.

Não satisfeitos, buscamos a definição de SAUDOSISTA, recebendo a lição de que se trata de sentimento de quem tem um gosto exagerado por coisas ou momentos do passado. Quem prefere valorizar coisas que já não existem. Algo ou alguém que mantém o saudosismo ou o adota. UM… bateu forte!

Na outrora Princesa do Vale, no Leste das Minas Gerais, na rua Cláudio Manoel, no bairro São Tarcísio, em pleno coração da cidade, reside um ancião de 84 anos de idade, lúcido, esbelto, de bem com a vida, falante e agradecido, cujo nome é Antônio José da Silva.

Muitos dirão e perguntarão, a quase totalidade talvez dos que deste texto tomarem conhecimento: de quem se trata? E qual a demanda? Qual o problema?

Tempo “bão”… não volta mais… saudades. Tempo houve em que, lá pras bandas do bairro São Pedro, até então conhecido como bairro Pastoril, por anos e anos, para deleite de muitos valadarenses da velha guarda, comandou o ‘pedaço’ um tal de Clube Atlético Pastoril, também conhecido como “Leão da Baixada”.

O time da COBRAICE, o time do professor Jaime dos Santos, o time do Tio Armando Vieira, o time de Ari Carlos Flexa, o time de Marcelo Guzela, o time dos amantes do verdadeiro futebol que movia paixões e movimentava uma cidade.

Um time que tinha Jota, Djalma, Caboclinho, CAÇAPA, Pão Velho, Coelho, Palheta, Ronan, Maranhão, Cocó, Joel, Pedrinho Pitanga, Chico, Lício, Bitaca e um tal de Sebastião “Carioca” Nunes, dentre tantos e tantos. Uma maravilha! Um colírio para os olhos dos amantes de um bom futebol.

Dentre tantas cobras criadas, de ídolos e mitos do Clube Atlético Pastoril, perfilou Antônio José da Silva, o nosso CAÇAPA.

A Cobraice se foi, o Pastoril também e o nosso CAÇAPA, já em final de carreira, aportou no RIO DOCE de João Rosa, onde deu seus últimos passos futebolísticos. E graças a seu caráter, sua humildade e comprometimento, com méritos, chegou às fileiras da Vale do Rio Doce, onde galgou merecida aposentadoria.

É bem verdade que, no início da agonia do LEÃO, Caçapa e grande parte dos atletas da baixada se dignaram a disputar um varzeano pelo YPIRANGA de Dorly Caldas (1962), ocasião em que se tornaram campeões em batalha contra o INDEPENDENTE no estádio da poeira na JK.

No mundo do futebol há atletas e atletas. O número diminui quando a estatística avalia o caráter, a seriedade e o comprometimento. Valores encontrados em CAÇAPA, ídolo e mito dos torcedores privilegiados do LEÃO DA BAIXADA.

Privilegiados fomos nós assistindo a confrontos do Pastoril diante de grandes equipes do futebol brasileiro no monumental estádio cercado de casqueiros, arquibancadas de madeira e iluminação apropriada para a época. O campo, um tapete fofo e pesado, fruto da dedicação de funcionários da Cobraice.

Pois é, dos ídolos e mitos do Clube Atlético Pastoril, poucos estão entre nós. Dentre eles, com um sorriso nos lábios, falante como sempre e muito agradecido ao CRIADOR e alguns humanos, está o velho CAÇAPA.

A rica e palpitante história esportiva de Governador Valadares – a do futebol em especial -, tem páginas empolgantes e maravilhosas que podem e devem merecer atenção das autoridades e lideranças que não são poucas. Basta querer…

Ídolo e mito, CAÇAPA é mais um no “esquecimento” imposto ao valorosos seres humanos que escreveram palpitantes páginas na história esportiva de nossa cidade e região. Fazer o quê? O que fazer?


(*) Ex-atleta – N.B. – Internado está GETÚLIO, massagista do Esporte Clube Democrata, em decorrência da covid-19. Correntes de orações se processam, pois eis que muito querido pelos torcedores.

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal

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