A campanha do Janeiro Branco foi criada por um psicólogo de Uberlândia, em 2014, com o foco na conscientização a respeito da saúde mental e a importância de cada pessoa cuidar da sua saúde mental. Assim como as campanhas Outubro Rosa e Novembro Azul, a campanha Janeiro Branco também tem como objetivo de alertar e fazer pensar sobre a importância da saúde mental também para a vida e a sociedade.
Por isso, o Diário do Rio Doce conversou com uma psicoterapeuta sobre a importância dos cuidados com a saúde mental, dos preconceitos que se tornam obstáculos na busca por ajuda profissional e ainda deu dicas de como cuidar da saúde emocional.
Mas por que cuidar da saúde mental?
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão é uma doença que afeta 4,4% da população mundial. o Brasil é o segundo país das Américas com maior número de pessoas depressivas, equivalente a 5,8% da população, atrás dos Estados Unidos, com 5,9%. O Brasil ainda é o país com maior prevalência de ansiedade no mundo: 9,3%.
Segundo a psicoterapeuta Elizabeth Dias, especialista em saúde mental, estes dados nos revelam que um grande número de pessoas sofrem e necessitam de tratamentos especializados, mas muitas destas pessoas não sabem o porquê do seu sofrimento e não buscam tratamentos.
“Não cuidar da saúde mental pode ter inúmeras consequências para a pessoa, para a família e para a sociedade. Quando uma pessoa sofre de depressão ou com a ansiedade e não busca tratamentos, a tendência natural é o quadro ir se agravando e passar a prejudicar o convívio da pessoa com a família, os amigos, a sociedade em geral, sua produtividade diminuir, ou seja, todos os aspectos da vida são impactados. Assim sendo, percebemos, claramente, que a economia também sofre as consequências da negligência com a saúde mental”, explicou a psicoterapeuta.

Elizabeth informou, ainda, alguns sinais de que uma pessoa não está bem mentalmente ou emocionalmente:
- Alterações no comportamento, tais como: maior irritabilidade, busca por se isolar, desmotivação, dificuldade para se concentrar e produzir, dificuldades relacionadas ao sono, etc;
- Dores frequentes, sem causa conhecida, e doenças psicossomáticas;
- Medo de perder o controle da agressividade ou perda de controle;
- Comportamentos compulsivos, etc.

Preconceitos
Hoje, mesmo diante de tanta informação, ainda existem muitos preconceitos que são alimentados pela falta de conhecimento e afastam as pessoas da verdade e da busca por uma vida mais saudável e plena. Como conta Elizabeth Dias.
“Infelizmente ainda é comum ouvir das pessoas: ‘psiquiatra é para doido’; ‘depressão é falta de fé em Deus’; ansiedade é frescura’; ‘psicoterapia é para bater papo com o profissional, eu mesmo me ajudo’ etc. Na verdade, os profissionais especializados em saúde mental podem ajudar todas as pessoas: as que apresentam sintomas relacionados ao transtorno depressivo, transtornos de ansiedade, dificuldades relacionadas ao sono, luto patológico e outros transtornos, e também pessoas que não apresentam nenhum transtorno, mas se encontram em momentos difíceis, precisando de um suporte e orientações”.
O que fazer para ter uma boa saúde mental?
De acordo com a psicoterapeuta, alguns dos cuidados que podem ser tomados são:
- Cuide do seu corpo, da sua alma (sentimentos / psicológico) e do seu espírito, não negligencie nenhum destes aspectos;
- Busque se conhecer e faça escolhas conscientes que o conduza a uma vida de melhor qualidade;
- Não se vitimize, assuma a sua vida e compreenda que é você a pessoa responsável por se fazer feliz;
- Coma alimentos limpos, naturais e coloridos;
- Evite industrializados e gordurosos;
- Desenvolva a gratidão.
Além disso, o profissional de saúde mental pode ser procurado também com o objetivo de prevenção. Existem inúmeros transtornos, porém os transtornos depressivos e de ansiedade estão entre os mais comuns. Então em caso de dúvidas, um profissional de saúde mental deve ser procurado.