A médica infectologista Júnea Ferrari, da rede pública em Governador Valadares, reforçou o apelo à população que não compartilhe notícias falsas – as “fake news” – durante a pandemia do coronavírus (Covid-19).
Em entrevista coletiva na sexta-feira (27), após reunião do Sistema de Comando em Operações (SCO) para discutir o enfrentamento à pandemia, a infectologista comentou o desgaste causado em profissionais de saúde com a necessidade de desmentir informações falsas que circulam em redes sociais e aplicativos de compartilhamento de mensagens.
“As notícias mentirosas em redes sociais têm trazido um desgaste absurdo aos profissionais de saúde. Muitas vezes, eu gasto muito mais tempo desmentindo uma notícia mentirosa que exercendo meu papel de infectologista. Isso é terrível. A gente não pode gastar energia com notícia falsa. As pessoas hoje têm mais facilidade para acreditar em áudios anônimos de whatsapp que em informações oficiais”, comentou.
Conforme o mais recente boletim epidemiológico de Governador Valadares, divulgado na noite de sexta-feira (27), o município possui dois casos confirmados do coronavírus, e um óbito ainda em investigação se o paciente estava contaminado pela Covid-19. Outros 188 casos também são considerados suspeitos e 24 já foram descartados.
“A previsão de pico de contaminação está estimada para em torno do dia 7 de abril. Em uma pandemia, o tempo de circulação viral é prolongado. A gente pode ter pessoas contaminadas circulando na rua, e elas não sabem que estão contaminadas”, alertou a infectologista.
Cuidados
Júnea Ferrari frisa que as pessoas devem continuar com os mesmos cuidados para evitar a contaminação pelo coronavírus. Ela salienta que as pessoas devem fazer uso adequado e responsável de máscaras, e que determinados tipos de máscaras são de uso restrito para profissionais de saúde. O uso indiscriminado, ela adverte, aumenta o risco de contaminação.
“Quem não tem sintoma, não usa máscara. Nenhuma. Nem de tecido, nem de TNT, nem de lenço umedecido, nem feita pela mãe. Nenhuma. Isso para quem não é profissional da área de saúde. E quem tem sintoma respiratório deve ficar em casa, e aí não precisa usar a máscara. Mas se alguém tem sintoma respiratório e precisa se deslocar, por exemplo ir a um serviço de saúde ou farmácia, aí sim a pessoa deve usar uma máscara cirúrgica, que não é feita de tecido. É aquela máscara cirúrgica, de TNT”, recomendou a médica.