Homem é preso por falsificar documentos para emitir passaportes em Valadares

De acordo com o delegado da Polícia Federal Cristiano Costa Campidelli, o preso é um dos maiores falsificadores de documentos da região. Fotos: Eduardo Lima

A Polícia Federal prendeu, na manhã de ontem (24), em Governador Valadares, um homem de 64 anos, considerado um dos maiores falsificadores de documentos em Minas Gerais. A prisão preventiva aconteceu como culminância de uma investigação que se iniciou em fevereiro, quando quatro pessoas foram presas em Belo Horizonte com documentos falsos. O preso, que não teve a identidade revelada pela PF, falsificava carteiras de identidade para criar vínculos familiares entre pessoas que se passavam por pais e filhos menores de idade. Com esses documentos, as pessoas pleiteavam a obtenção de passaportes ideologicamente falsos, para viajarem aos Estados Unidos.

O delegado Cristiano Costa Campidelli, chefe da DPF/GVS/MG, explicou como era feito o esquema de falsificação de documentos. “No mês de fevereiro deste ano, quatro pessoas foram presas em flagrante, em Belo Horizonte. Essas pessoas estavam munidas de documentos falsos, com o objetivo de tirar passaportes. O esquema começou após a discussão de uma lei nos Estados Unidos, que não poderia prender pais e separá-los dos filhos menores. Dessa forma, ficou previsto que quem estivesse com filho menor não poderia ser preso pelas autoridades norte-americanas. Muitos brasileiros, vendo isso, aproveitaram a oportunidade de falsificar a idade para viajar aos Estados Unidos por rotas alternativas e, lá chegando, ao serem abordadas pelas autoridades, não serem presas ou deportadas em razão do vínculo com um menor”, explicou.

De acordo com o delegado da Polícia Federal, os suspeitos presos em BH chamaram a atenção porque tentaram se passar por pais e filhos. Um jovem de 22 anos tentou se passar por um adolescente de 17, filho de um homem de 42. O outro tinha 27 anos e tentou se passar também por um adolescente de 17, filho de um homem de 52 anos. As identidades foram conferidas e os quatro foram presos. Em depoimentos, os homens apontaram o valadarense, que também foi reconhecido por foto, como sendo o autor da falsificação. “Ao serem presas em flagrante, essas pessoas revelaram o nome do falsificador preso em Valadares. Não podemos divulgar o nome do preso, por preservação da imagem do investigado”, disse Campideli.

Segundo a Polícia Federal, o pacote com documentos falsificados, passagens por rotas alternativas e travessia da fronteira pode custar até US$ 20 mil, o equivalente a cerca de R$ 80 mil. O homem preso em Valadares vai responder por falsidade documental, com pena de 2 a 6 anos de reclusão; fraude para imigração, pena de 2 a 5 anos; e organização criminosa, pena de 3 a 8 anos. Ele já foi preso outras 35 vezes pelo mesmo crime. Em alguns casos, ele chegou a ser condenado e até a cumprir pena. “As investigações continuam. O próximo passo será identificar os demais membros dessa organização criminosa e identificar pessoas que se beneficiaram com esse esquema fraudulento na região para ir ilegalmente para os Estados Unidos, crime conhecido como ‘cai cai’. Assim como o falsificador de documentos vai ser penalizado, pessoas que aceitam participar desse tipo de crime também serão presas”, afirmou o delegado.

por Eduardo Lima | eduardolima@drd.com.br

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