A tecnologia evolui cada vez mais rapidamente e, com frequência, surgem recursos que visam facilitar a vida das pessoas nos mais variados aspectos. Economicamente falando, as diversas formas de pagamento de contas existentes hoje em dia buscam promover conforto, praticidade e segurança. Mas, como tudo na vida, a tecnologia também pode falhar e abrir brechas para uma infinidade de golpes. A criatividade e a habilidade dos golpistas também evoluem a passos largos e parecem não ter fim. O golpe dos boletos falsos é um dos mais comuns praticados atualmente, e a auxiliar administrativa Tamara Souza só não se tornou mais uma vítima porque desconfiou que havia algo errado no e-mail recebido.

“Nós recebemos um e-mail e nesse e-mail estava descrito que o valor do boleto que a gente teria que pagar era menor. E quando fomos ligar para a empresa para poder detectar, eles disseram que aquela pessoa que havia nos enviado o e-mail não trabalhava lá, que era um golpe. A gente sempre pega o telefone que está na nota fiscal e liga direto para a empresa, para ter certeza daquele boleto, e não para telefone que vem em e-mail”, contou.

Pedro Martins é comerciante e afirma ter muita cautela para não cair em golpes. “Eu nunca caí em nenhum golpe não, sou bem cauteloso nessas questões aí. Não é tudo o que chega que a gente vai pagando sem saber a procedência. Primeiro tem que saber do que se trata para poder pagar”, disse.

O vendedor Oseias Rodrigues de Oliveira nunca caiu em golpe. Segundo ele, isso se dá porque ele sempre se mantém bem informado. “Eu já ouvi falar desses golpes, e a gente que está sempre comprando em sites na internet tem que ficar muito ligado com isso, porque, geralmente, eles mandam esses boletos por e-mail, mensagem de texto, e isso é muito perigoso. Quem não tem conhecimento acaba pagando os boletos falsos. Sem entendimento, a gente acaba pagando quem não devia, e quem realmente a gente devia fica sem receber.”

O modus operandi dos golpistas consiste em enviar e-mails oferecendo descontos no pagamento antecipado dos boletos. Em alguns casos, os últimos números do código de barra são alterados, fazendo com que o dinheiro seja enviado para outra conta, que não a da empresa, ou pessoa certa.
“Todo golpe envolve acesso e conhecimento de informações. A Polícia Civil vem sempre frisar que as pessoas precisam tomar o máximo cuidado possível, se cercar de todas as informações, confirmar as informações antes de pagar qualquer boleto, qualquer conta. Saber quem é o beneficiário daquele boleto, se é realmente o beneficiário para quem está pagando aquele valor. Geralmente, os boletos vêm muito por e-mail, e é muito fácil os golpistas mandarem essas iscas por meio de e-mails que as pessoas não estão aguardando. Tem que se precaver em relação a isso. Outro detalhe que a gente precisa deixar bem claro para todos aqueles que forem usar qualquer site de pesquisa é que leiam primeiro, não saiam clicando na primeira informação que chega”, comentou a delegada titular da Delegacia de Falsificações e Defraudações da Polícia Civil de Governador Valadares, Juliana Fiuza.
Segundo a delegada, houve um aumento desses golpes no início do ano, em Valadares. No entanto, atualmente, ela acredita que isso vem melhorando diante dos dados, em função das campanhas preventivas realizadas pela Polícia Civil, explicando para a população como se precaver desses golpes.
Ela comentou também sobre a dificuldade nas investigações desse tipos de golpe. “As investigações dos crimes virtuais têm ficado mais complexas a cada dia. Porque a internet é um mundo muito vasto, e aí eles têm vários recursos, e as pessoas às vezes não têm as informações adequadas, e aí a investigação se torna mais complexa. É uma organização criminosa que se instala em várias partes do país, e geralmente não está no local. Mas a gente pede sempre que as pessoas procurem a delegacia, registrem o boletim de ocorrência, para que a gente possa dar os primeiros passos nas investigações”, disse.
A delega deu algumas dicas imprescindíveis para não se tornar mais uma vítima de golpes virtuais. Veja no vídeo a seguir.