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FBI revela que casal baiano era líder do esquema que faturou quase US $400 mil com fraudes em aplicativos

Aos poucos as autoridades federais dos Estados Unidos vão divulgando informações sobre a operação que culminou com o indiciamento de 19 brasileiros, dos quais 10 já foram presos. Eles são acusados de roubar identidades de terceiros para abrir contas em alguns aplicativos de viagem compartilhada e entrega de alimentos, entre eles a UBER, Lyft e Doordash.

Os investigadores apontaram o baiano de Vitória da Conquista Wemerson Dutra Aguiar, 25, como um dos principais líderes do esquema, sendo o mentor e executor. Ele teria ganho US$ 360 mil com fraudes financeiras cometidas entre janeiro de 2019 e abril deste ano. Junto com ele foi presa Priscila Barbosa, 35, que também é de Vitória da Conquista, na Bahia.

Vários agentes do FBI estão atrás dos nove que ainda não foram presos.

Como o jornal Brazilian Times já relatou em edições anteriores, inclusive com um alerta emitido em 2017, as identidades roubadas eram usadas para abrir as contas e depois os membros do esquema as vendia para motoristas, grande maioria brasileiros, que não cumpriam os requisitos para trabalhar para as empresas, tais como possuir uma carteira de motorista válida nos Estados Unidos e Social Security.

Além de roubar as identidades, abrir contas com documento falso, os suspeitos usavam “bots”, aplicativo de software que executa tarefas automatizadas. Dessa forma, eles exploravam programas de bônus das empresas e tecnologia de falsificação de GPS, fazendo com que os motoristas ganhassem bem mais nas corridas.

Até o momento, os investigadores estimam que mais de 2.000 pessoas tiveram a identidade roubada pela quadrilha. O esquema só foi descoberto em abril do ano passado, quando a Receita Federal dos Estados Unidos devolveu várias declarações de imposto cujas informações não batiam com os ganhos detectados pela agência. Após isso foi iniciada uma investigação que acabou chegando aos brasileiros.

PROVAS

Os investigadores relataram que foram encontradas no celular de Aguiar, apreendido com autorização judicial, diversas provas contra ele, tais como fotos dele mesmo alteradas digitalmente, usadas em pelo menos nove contas de motoristas.

Após vasculhar o aparelho, os investigadores identificaram mais de 180 contas criadas pelo brasileiro em apenas um aplicativo. A investigação também aponta que Aguiar participava de centenas de grupos de WhastApp, todos em português, nos quais divulgava seus serviços de aluguel das contas fraudulentas.

O baiano recebia os pagamentos por meio de diversos bancos, utilizando as identidades roubadas dos norte-americanos que eram cadastradas nas empresas de aplicativo.

Caso sejam condenados, os envolvidos podem pegar até 20 anos de prisão, além de multa que pode chegar a duas vezes o valor da fraude.

OS PRESOS:
• Wemerson Dutra Aguiar, 25, brasileiro que residiu anteriormente em Lynn e Woburn, Massachusetts;
• Priscila Barbosa, 35, brasileira, residente em Saugus, Massachusetts;
• Edvaldo Rocha Cabral, 41, brasileiro, residente em Lowell, Massachusetts;
• Clovis Kardekis Placido, 37, brasileiro, residente em Citrus Heights, Cali;
• Guilherme da Silveira, 28, brasileiro, residente em Revere, Massachusetts;
• Flavio Candido da Silva, 35, brasileiro, residente em Revere, Massachusetts;
• Altacyr Dias Guimarães Neto, 34, brasileiro, residente em Kissimmee, Flórida;
• Bruno Proencio Abreu, 28, brasileiro, residente em Saugus, Massachusetts;
• Jordano Augusto Lima Guimarães, 34, brasileiro, residente em Salem, Massachusetts;
• Alessandro Felix da Fonseca, 25, brasileiro, residente em Revere, Massachusetts;

NOVE RÉUS PERMANECEM FORAGIDOS

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Conspiração para cometer acusações de fraude eletrônica acarreta uma sentença de até 20 anos de prisão, três anos de libertação supervisionada e multa de 250.000 ou duas vezes o lucro bruto ou perda do crime, o que for maior. As sentenças são impostas por um juiz do tribunal distrital federal com base nas Diretrizes de Sentenciamento dos EUA e outros fatores estatutários.

O indiciamento dos 19 brasileiros é apenas a “ponta do iceberg”. O advogado Danilo Brack alerta para o fato de que quem “comprou uma conta” sabia o que estava fazendo, pois tinha consciência de que não era uma pessoa elegível para o trabalho.

Ele explica que as contas estavam em nome de terceiros (vítimas que tiveram as identidades roubadas), e quem comprou ganhou milhares de dólares e não declarou o imposto de renda. A cobrança da Receita Federal dos Estados Unidos (Internal Revenue Service-IRS) vai para a pessoa que teve o nome usado, ou seja, “a declaração dos ganhos deste esquema é cobrada da vítima.

Brack explica que o esquema chamou a atenção das autoridades em abril de 2019, quando o IRS devolveu a declaração de milhares de pessoas devido às informações das declarações não coincidirem com os ganhos rastreados pela agência. Foi então que uma grande investigação teve início, até chegar ao grupo de brasileiros.

“Minha orientação para quem comprar uma dessas contas é para que abandone o serviço imediatamente e procure orientação de um advogado”, alertou o advogado. (Fonte: Brazilian Times)

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