Esta, geralmente, é a época do ano mais lucrativa para as papelarias. O período de início das aulas movimenta os estabelecimentos que vendem material escolar. Mas, por causa das recomendações de segurança, para evitar o contágio do novo coronavírus, causador da Covid-19, as aulas das escolas públicas, particulares e até de universidades passaram a ser de forma remota. Com isso, o consumo de material escolar caiu.
Devido ao isolamento social, os alunos precisaram se acostumar com a modalidade de ensino à distância, o que acabou ajudando na conservação de mochilas, cola, borrachas, lápis e até cadernos.
A situação, de certa forma, favorece os pais, pois os filhos poderão reutilizar parte do material neste ano de 2021. É o que conta a professora Karen Kristina Simões, 35 anos, mãe do Davi, de 10 anos, e do Daniel, de 7 anos.
“Sabemos que no ano de 2020, nas esferas educacionais, com as aulas remotas, surgiram novas ferramentas (ferramentas midiáticas) para as aulas. Creio que com essas novas ferramentas os materiais escolares acabaram sendo menos utilizados e, por isso, serão, sim, reutilizados neste ano de 2021. Essa reutilização acaba sendo uma forma de economizar. Aqui em casa iremos reutilizar todos os materiais possíveis. Vamos economizar cerca de metade dos valores investidos nos materiais escolares que compramos todos os anos. Será uma nova realidade das famílias neste ano letivo de 2021”, comentou.

A manicure Ozana de Oliveira, de 32 anos, é mãe de Maria Vitória de Oliveira, de 11 anos, e de Luiz Paulo Junior, de 5 anos. Ela afirma que essa reutilização irá ajudar nas economias.
“Acabou que o material escolar dos meninos durou mais que o de costume, creio que pelo fato de as aulas estarem sendo feitas de forma on-line. Dessa forma, muitos pais farão os filhos usarem os materiais que eles já têm, para economizar um pouco mais, ainda mais que ainda estamos em um momento delicado, em que o melhor é manter os estudos de forma remota”, opinou.

“Neste ano de 2021 vamos aproveitar muitas coisas, como mochilas, cadernos, lancheira, bolsa de lápis e outros materiais. Com certeza, é uma ótima forma de economizar, ainda mais que tenho três crianças, o que faz os gastos serem bem maiores. E outra: se os materiais estão em bom estado e alguns até sem uso, não vejo motivo para não utilizá-los”, defendeu a dona de casa Adriana Cristina Almeida, de 31 anos, mãe do Kauan Vittor, de 12 anos, do Enzo, de 8 anos, e da Cléo, de 3 anos.

Com essa mudança nos campos de consumo, os lojistas podem ser prejudicados, visto que os estabelecimentos voltados para o segmento de material escolar terão as vendas reduzidas.
Mauro José de Souza, gerente de uma loja de material escolar no centro de Valadares, disse que já está aguardando uma queda nos preços e que está otimista com a chegada da vacina para a Covid-19.
“À medida que as escolas vão distribuindo a lista de materiais, os pais estão cautelosos, e no momento estão apenas pesquisando preços. Com certeza, pode sim, principalmente as mochilas, mochiletes, lancheiras e cadernos. Esses são os produtos com maior valor agregado. Estamos aguardando uma queda significativa nas vendas de materiais escolares; porém, temos que ser otimistas, afinal, a vacina está chegando. Com isso, o comércio vai melhorar, com certeza.”

O comerciante Tiago Machado, de 33 anos, informou que está saindo pouco material e que só resta esperar para ver como será. “Alguns materiais escolares, aos poucos, estão saindo, mas a loja não está com o movimento que teve nos anos passados. Acredito que muitos pais podem, sim, acabar usando materiais de 2020, mas pode ser que não. Só o tempo tem a resposta. Além disso, os materiais básicos sempre saem.”