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Episódios que permanecem vivos em nossa memória

(*) Luiz Alves Lopes

Luiz Alves Lopes

Dez em ponto da noite – ou vinte e duas horas, como queiram. Todo imponente surge a figura de Heraldo Pereira, conduzindo o jornal das dez da poderosa Globo News.

Primeiros meses de 1975. O Democrata de Governador Valadares, dirigido por um entusiasmado e competente Nivaldo Santana, desperta a atenção de grande parte da mídia nacional, especialmente porque um tal de ZIQUITA aparece nos finais de semana “visitando” as redes dos adversários da Pantera, no Campeonato Mineiro.

No Palácio Municipal (Prefeitura) recebemos simplório cartão mais ou menos com os seguintes dizeres: “…sou Heraldo Pereira, da revista Placar, e gostaria de conversar sobre o Democrata… estou no Hotel Mirante”.

Os eucaliptos da S.R. Filadélfia, onde parte da preparação física da Pantera se desenrolava, serviram de pano de fundo para reportagem que se efetivou e cuja figura central foi o jovem Gilberto da dona Graça, buscado no Operário de Raul Soares – Zona da Mata de Minas. Sim, o Democrata foi notícia na revista Placar, no limiar de 1975. Teria sido Heraldo Pereira a pessoa (jornalista) que aqui teria vindo? Não podemos afirmar. Pela provável idade e aparência, acreditamos que teria sido. O “homem” cresceu e nós aqui estamos, e o Ziquita também.

Ainda em 1975, no mesmo Campeonato, o Democrata se desloca até Ituiutaba para enfrentar a Ituiutabana, que contava com o centroavante “Fuminho”, aterrorizando defesas adversárias. Democrata 3 x 0, com 3 (três) gols de Gilberto da dona Graça e o “cara” Juvenal pegando tudo. A partir de então, despertou-se curiosidade geral sobre um tal Ziquita, centroavante do Esporte Clube Democrata.

Final da participação do Esporte Clube Democrata no Campeonato Mineiro de 1975. BARCA GERAL. Não havia calendário oficial para o segundo semestre. Contactado, aqui recebemos Jair Bala, ciceroneando Alfredinho, técnico do Comercial de Ribeirão Preto, para encaminhamento (venda) de Ziquita ao Clube Paulista, o que se efetivou. Ao mesmo tempo, Juvenal era vendido ao Guarani de Divinópolis.

Em partida do Campeonato Mineiro, o Democrata vai até Uberaba e enfrenta o Clube do mesmo nome. Empate de 2 x 2, com Valter Cardoso anotando os gols do clube valadarense. No retorno, em plena madrugada, o lateral Mário Brito provoca parada do ônibus na rodovia, ao argumento de ter visto “um disco voador”. Henrique Frade, o treinador, vai à loucura… quase deixando Mário Brito na estrada. Foi ele salvo pelo tenente Natal.

Ainda em 1969. O Democrata “enfia” 5 x 0 no Uberaba em pleno Mamudão, deixando seu torcedor eufórico. Terça-feira, após o jogo, o TJD da Federação Mineira decreta a perda dos pontos por parte do clube valadarense. Motivo: Jucy (ex- América) estava com irregularidade em seu certificado de reservista de terceira categoria. Não mais atuou no restante do Campeonato.

Campeonato Mineiro: Cruzeiro x Democrata no Mineirão. Felício Brandi, presidente do clube celeste, não permite que o goleiro Tonho, o ponta Toninho e o avante Marco Antônio, emprestados à Pantera, participem da partida. Na véspera, a FMF retirara a condição de jogo de Jucy. Henrique Frade, o treinador, vale-se do que tem em mãos. Este escriba, aos 19 anos, é lançado às pressas. No vestiário, algumas pessoas (nomes preservados) tentaram nos induzir ao uso das famosas “bolotas” (entorpecentes), sendo impedidas e repreendidas por Elcy Rodrigues, Pinduca e Itamar ao argumento de que “o jovem tem saúde, condição física e muita força de vontade”. Cruzeiro 1 x 0 Democrata (Tostão, para variar). Elcy, Pinduca, Itamar, Tonho, Jucy, Alemão, Toninho, Coutinho, Marco Antônio, Crispim e outros mais, afora o massagista Almiro, o roupeiro Zé Fubá, o treinador Henrique Frade e o preparador físico tenente Natal, permanecem vivos, de forma positiva, em nossa memória.

Episódios é que não faltam quando o assunto é o esporte de um modo geral, e o futebol em especial. Revendo o filme de quatro ou cinco décadas passadas, surgem lembranças de todos os tipos, boas e ruins, pitorescas e tristes. Quem sabe oportunidade virá para inúmeros outros registros. Certamente aqueles publicáveis, certo minha gente? Podem dormir tranquilos. Questões de “Estado” devem ser preservadas. Tá certo Bolívar?

N.B. – Foram chamados pelo Criador José Moura e Jaime José Monteiro. O primeiro com longínqua ligação com o Coopevale. O segundo, com passagens por inúmeros clubes, em especial Vermelho 27 e Coopevale.

(*) Ex-atleta

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal

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