Entrevista Coronel Sandro ao Diário do Rio Doce

1) Desde que o senhor assumiu o seu mandato como deputado estadual, a sua atuação na Assembleia Legislativa de Minas Gerais tem sido voltada aos interesses dos mineiros de várias regiões do Estado, especialmente pelo Leste de Minas, com destaque para o Vale do Rio Doce. Muitos recursos financeiros foram destinados à nossa região. Destaque os principais.

Posso destacar várias destinações de emendas parlamentares e indicações de melhoria na qualidade de vida da população. Somente para Governador Valadares, foram mais de R$ 4 milhões para atendimento nas áreas da saúde, segurança pública, educação e infraestrutura, que, de certa forma, atende vários outros municípios que dependem diretamente da cidade, por Valadares ser um município polo da região.

Outro exemplo foi a articulação junto ao governo do Estado para a instalação do Samu Leste. Uma forma de potencializar e melhorar o atendimento de urgência e emergência na região, que passou a atender várias cidades no entorno de Governador Valadares.

Além disso, indicamos a criação de 10 leitos de UTI Covid no Hospital Municipal, durante a pandemia, para que a população fosse atendida de forma mais eficiente e segura.

2) A gestão eficiente do Estado passa pelo corte dos gastos, ação que o governador Romeu Zema (Novo) tem adotado. Nesse ponto, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) oficializou, em junho, a criação da Comissão Extraordinária das Privatizações. O comitê será responsável por debater as desestatizações de empresas públicas mineiras. A ideia é que o colegiado trate de tópicos como as vantagens e desvantagens da venda das companhias. Como presidente da comissão, qual é a avaliação que o senhor faz desses trabalhos?

Fiquei muito honrado com a indicação do meu nome para a presidência da Comissão, mas é sempre importante lembrar que a Comissão de Privatizações é um instrumento que vai discutir as desestatizações de empresas públicas, mas não toma as decisões monocraticamente. Recebemos a informação que 90% das empresas estatais são deficitárias, dando prejuízo ao Estado, e estamos avaliando, caso a caso, através de audiências públicas, para que a Comissão possa criar um parecer em que o Estado de Minas Gerais seja o maior beneficiado, levando mais desenvolvimento a todos os mineiros.

3) A privatização da Cemig e da Copasa, de acordo com a Constituição Estadual, prevê referendo popular para deliberar sobre negócios envolvendo essas empresas. Como está a condução desse processo?

Existe uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Cemig em andamento na Assembleia de Minas, e os trabalhos têm mostrado que existe uma certa obscuridade nos processos internos da empresa. Precisamos aguardar o término das audiências e oitivas para depois avaliarmos qual seria a melhor medida a tomar e a população de Minas sempre soube o que é melhor para o Estado.

Em caso de uma consulta popular, a soberania do povo mineiro será respeitada, mas entendemos que a Cemig é uma das empresas deficitárias, que não consegue, por exemplo, gerar mais energia para atender a toda demanda e, além disso, não tem estrutura para receber energia de outras concessionárias. É uma situação paradoxal e extremamente desgastante para o consumidor final, que não vê melhoria no fornecimento de energia.

A Copasa se encontra em situação semelhante, deixando de atender à população que mais precisa por falta de estrutura e investimento. Para se ter uma ideia, com o Marco do Saneamento, a empresa não teria condições de concorrer com a iniciativa privada.

4) Quais são as ideias do senhor que sustentam o processo de privatização, principalmente em relação às opiniões contrárias? Como o senhor as defende, do ponto de vista político e econômico?

4) Do ponto de vista político argumento que temos o dever de reduzir nossos poderes e privilégios para que o peso da carga tributária diminua para o povo mineiro. Estatais em Minas e no Brasil se tornaram focos de barganha para políticos fisiológicos emplacarem cabides de emprego e supersalários, isso, consequentemente, leva a um estado crônico de ineficiência. Do ponto de vista econômico, percebo que as maiores economias são aquelas em que o Estado menos interfere em setores pelos quais a iniciativa privada seja capaz de atuar; acredito na concorrência e no livre mercado como princípios essenciais para o crescimento econômico, por isso o meu trabalho frente à Comissão de Privatizações. Desejo participar da entrega de um Estado menos invasivo, mais barato e mais eficiente.

Além disso, as privatizações em Minas vão enfrentar algumas dificuldades. Uma delas é, justamente, que a Constituição Estadual prevê a realização de um plebiscito para privatizar a Cemig e a Copasa, o que não deixa de ser um elemento dificultador, mas esperamos superar essas dificuldades para finalizar o processo de privatização das estatais.

Outro fator que pode interferir é que existe uma resistência ideológica, principalmente dos partidos de esquerda que acreditam que o Estado deve ser sempre um ente inflado, para satisfazer todas as necessidades das pessoas. Eles acreditam que o Estado deve atuar em todas as áreas. Como tem muitos representantes da esquerda no Parlamento Mineiro, vamos encontrar alguma dificuldade. Grande parte das empresas de controle direto do Estado precisam de autorização legislativa. Significa que a Assembleia vai ter que votar, em algum momento, quando chegar a proposta de privatização.

5) A inclusão de 81 municípios do Vale do Rio Doce na área da Sudene trouxe um novo alento às lideranças políticas e empresariais da nossa região. O senhor tem acompanhado todo esse processo e cobrado questões práticas, ou seja, que os benefícios gerados por essa inclusão sejam destinados aos municípios de forma rápida. Um desses benefícios é a implantação das agências do BNB. Mas antes disso, o senhor defende que o atendimento do BNB ao setor produtivo comece já. Como o senhor analisa essa questão e como foi o seu encontro com a superintendência do BNB?

A instalação de uma agência do Banco do Nordeste em Governador Valadares é mais um passo para o desenvolvimento econômico e social de toda a região. O encontro foi um verdadeiro sucesso, tivemos 46 cidades representadas no evento, realizado no dia 21 de outubro. Fizemos o pedido da instalação do Banco em junho deste ano, e o então presidente do Banco do Nordeste, Romildo Rolim, foi muito solícito conosco.

O encontro em Valadares foi um momento único para todos nós que pensamos no bem para Governador Valadares e todas as cidades do Vale. Conversamos, sugerimos e debatemos, a fim de trazer mais desenvolvimento social e econômico a toda região.

Além da agência em Governador Valadares, temos a expectativa da implantação de mais três agências nos municípios que passaram a fazer parte da Área de Atuação da Sudene.

6) Como tem sido o contato do seu mandato com as lideranças políticas regionais? Quais as prioridades que os gestores municipais e empresariais têm apresentado ao senhor?

Te confesso que a abertura tem sido melhor que o esperado. As conversas e articulações que tenho tido com as lideranças são sempre pensando no bem de Governador Valadares e os outros municípios do Vale. As prioridades têm sido, principalmente, em relação às áreas de saúde, segurança pública, educação e infraestrutura. Com a destinação de emendas parlamentares, tenho tentado atender parte dessas demandas, sempre conversando com as lideranças políticas e empresariais das cidades do Vale.

7) Muito se tem dito sobre a Sudene, que será a redenção econômica do Vale do Rio Doce. O senhor concorda?

Quando um município ou região entra para a área de atuação da Sudene, ele passa a contar com 27 linhas de crédito do Banco do Nordeste. Desta forma, o desenvolvimento econômico e social das localidades se tornam mais efetivos, aumentando o IDH, fomentando investimentos e promovendo a instalação de novas empresas, gerando emprego e renda a cada uma destas cidades. É um ciclo de desenvolvimento que abarcará todas as cidades do Vale.

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