Natural de Teófilo Otoni, a mineira Ingrid Lopes chegou aos Estados Unidos com o sonho de realizar alguns projetos, como todos os brasileiros que se mudam para esse país. Ela se destacou pela determinação, garra e força de crescer no seu ambiente de trabalho, de forma honesta e sempre respeitando o próximo. Amigos dizem que o carisma a tornaram uma das garçonetes mais queridas de um restaurante em Somerville, Massachusetts.
Mas há um ano a vida alegre de Ingrid mudou radicalmente. Sem explicação, uma funcionária começou a persegui-la. No começo, Ingrid não se importou muito e nunca chegou a revidar os ataques verbais proferidas pela pessoa. “Não dá pra entender porque ela é assim. Acho que tem uma enorme obsessão por mim”, comentou.
Ingrid disse que, até então, não havia chamado a polícia, porque seu patrão sempre a apoiou e não quis envolver o seu local de trabalho no problema. “Não queria prejudicar ninguém, mas chegou a um ponto que eu precisava fazer algo, pois comecei a temer pela minha vida”, afirmou.
A mineira disse que há três semanas sentiu muito medo e decidiu acionar a polícia. “Eu temia pela minha segurança. Senti que minha vida estava em risco”, disse. “Fui escoltada até a minha casa por três policiais”, continuou. “Ela não chegou a me agredir fisicamente, mas se eu chegasse a revidar qualquer uma de suas ofensas, com certeza não estaria aqui para contar a história. Até agora foram somente agressores verbais, mas poderia ser pior se eu agisse da mesma maneira”, seguiu.
Ingrid lembra que em uma das situações a mulher estava no restaurante, acompanhada de algumas amigas. Quando passou perto, foi xingada de nomes baixos. “Eu fingi que não ouvi e depois as pessoas que estavam com ela chegaram a mim e pediram desculpas”, contou.
Além disso, a mulher sempre tentou denegrir a imagem de Ingrid. “Ela tentava jogar os funcionários e clientes do restaurante contra mim”, disse, ressaltando que um empresário do ramo de construção caiu nas histórias da acusada e quando Ingrid foi pegar a sua gorjeta na mesa em que ele estava, o homem rasgou o dinheiro. “Uma situação humilhante. Chorei muito, mas graças a Deus meus amigos e até as pessoas que estavam na mesa com ele me consolaram. É uma situação que não quero para ninguém”, acrescentou.
A mineira relata que uma vez recebeu, no restaurante, uma encomenda e que dentro do saco estava um pedaço de cocô. “Não tinha remetente, mas sei muito bem quem enviou e qual era a mensagem que ela quis me passar”, fala.
Devido a tudo isso, Ingrid entrou com um processo e conseguiu uma medida protetiva. Com isso, a suposta agressora deve ficar a pelo menos 100 metros de distância dela. “Mesmo assim, não me sinto protegida, pois a ordem judicial pode ser desrespeitada por ela”, disse a mineira, que preferiu omitir o nome da acusada, devido a um processo em andamento.
Mas os problemas de Ingrid não pararam por aí. Ingrid começou a ter problemas emocionais e isso desencadeou uma série de problemas de saúde, inclusive manchas pelo corpo, que ela já tinha mas se agravaram devido ao estresse e esgotamento psicológico. “Tem noites que eu não consigo dormir e não tenho mais cabeça para fazer mais nada”, afirmou ela, que deixou o emprego há cerca de 10 dias.
Depois de deixar o trabalho no restaurante, Ingrid investiu uma quantia para abrir uma empresa que começaria a fazer ovos de páscoa. Mas os problemas emocionais que ela enfrenta foram maiores e não deixaram o projeto ir adiante. “Eu não tenho cabeça nem vontade de continuar”, disse. “Vivia dopada de remédios. Preciso urgentemente que a justiça seja feita, para que minha saúde emocional se renove”, destacou.
Ingrid está sendo obrigada a enfrentar essa situação praticamente sozinha, pois há dois anos não vê os pais. “Me sinto com as mãos e pés atados, mas confio que justiça vai ser feita”, disse. “Eu decidi contar tudo porque as pessoas precisam entender que não podem se calar diante de situações assim. Temos que denunciar para calar os opressores e colocar um fim ao bullying que prejudica o nosso mundo”, finalizou.
CAMPANHA
Para combater o bullying e alertar as pessoas sobre a importância de lutar contra esse tipo de crime, Ingrid iniciou uma campanha nas redes sociais. Depois de contar sua história, milhares de pessoas se sensibilizaram e começaram a compartilhar.
Vários artistas brasileiros também abraçaram a causa e colocaram suas redes sociais para divulgar a campanha. Quem quiser saber mais sobre o caso, pode acessar o Instagram de Ingrid através do link https://bit.ly/3svVHi9 . (Brazilian Times)