Por Etelmar Loureiro
Apesar dos perigos que oferece, escalar os 8.848 metros de altitude do monte Everest, o mais alto do mundo, continua sendo o sonho de quase todo alpinista. A famosa montanha recebe anualmente centenas de escaladores, das mais diversas origens. Gente que se lança em uma aventura repleta de grandes dificuldades e enormes desafios, que só pode acontecer entre os meses de abril e maio, período considerado o menos arriscado. Fora disso, com a mudança de estação, começa a cair muita neve, as grandes avalanches se intensificam, aumentando consideravelmente o risco, a ponto de impedir que, a partir de junho, alguém permaneça no local.
A façanha se repetiu em 2019, com cerca de 1.500 participantes, computados 381 alpinistas credenciados, os “sherpas” (guias) e outros acompanhantes. Entre eles, um bem sucedido empresário capixaba, Juarez Gustavo Pascoal Soares, 48 anos, que no último dia 22 de maio se tornou o 24º brasileiro a chegar ao topo do Everest.
Economista, pós-graduado em Gestão de Empresas pela FGV, Gustavo, como é mais conhecido, detém um invejável currículo acadêmico, que inclui mestrado no Insead (sigla em francês para Instituto Europeu de Administração de Empresas) e outros títulos. É ainda um vitorioso empresário do setor imobiliário, membro do Conselho Superior da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Espírito Santo (ADEMI/ES) e presidente do Sindicato das Empresas de Administração Comercial e Atividade Imobiliária no Espírito Santo (SICOV/ES).
Afora sua agenda empresarial e a afinidade com as montanhas, Gustavo se dedica a ser um agente de mudanças. Apaixonou-se por compartilhar, por meio de palestras e treinamentos, seus aprendizados nas montanhas, suas experiências profissionais e seus conhecimentos acadêmicos, inspirando e auxiliando novos líderes a compreender e atuar num mundo de grandes e constantes mudanças.
Na mídia, tem sido homenageado como o primeiro capixaba a escalar o monte Everest. Nada mais justo. Afinal, foi em terras espírito-santenses que ele se desenvolveu física, técnica, cultural e empresarialmente. Foi lá que se despertou para o montanhismo e, certamente aliado a familiares, amigos e parceiros que o estimularam, passou a integrar o rol dos grandes alpinistas. Foi ali que se tornou ídolo.
Sua terra natal, contudo, é Governador Valadares, onde ele nasceu, em 11.01.1971. É filho de Leila e Juarez Soares, casal que por muitos anos residiu na cidade, conquistando grande estima da sociedade local. Seu pai, filho do conhecido comerciante de máquinas de costura Manoel Soares, aqui chegou em 1960. Bem integrado à comunidade, permaneceu até 1973, quando foi transferido para Brasília, na condição de gerente do Banco Econômico S.A., função que já exercia na agência local. Sua mãe pertence à família Hélio Pascoal, tradicional agropecuarista que, por 12 anos, presidiu a União Ruralista valadarense.
Sem a pretensão de ofuscar méritos alheios, e sim de valorizar a oportunidade de compartilhar com os capixabas e com o mundo o orgulho que sente pelos seus filhos, Governador Valadares pontua que é a terra natal de Juarez’ Gustavo Pascoal Soares. Berço é berço, não se muda!
Nossa cidade não tem as enormes montanhas que ele se acostumou a galgar, mundo afora, mas tem a Ibituruna, à sombra da qual ele surgiu, que, embora não tão elevada, é também imponente e desafiadora. Nela pode estar a fonte inspiradora que, aprimorada, o levou até ao Everest. Filho da terra, Gustavo deve se impor o compromisso de um dia chegar ao seu pico. Não necessariamente em uma escalada, ou em busca de mais um troféu, mas como forma de reencontrar-se com suas origens e aqui mostrar o talento e as habilidades que o tornaram mundialmente famoso. Em forma de convite, o desafio agora está lançado!
—