Corpo do valadarense morto em acidente de trabalho chega a Valadares semana que vem

Considerado pelos colaboradores nos Estados Unidos como um “paitrão”, uma das marcas de Zezinho era o sorriso espontâneo, que acolhia todos que precisavam.FOTO: Divulgação

Está previsto para chegar a Valadares no dia 8 ou no dia 9, na semana que vem, o corpo do valadarense José Martins. Na tarde de ontem (2), o corpo de Zezinho, como era conhecido pela comunidade brasileira em Newark (NJ), foi velado no bairro do Ironbound, onde ele morou na década de 80, quando emigrou para os Estados Unidos, sendo um dos primeiros brasileiros a residirem no local.

Zezinho com a esposa Marta e os três filhos, no Dia de Ação de Graças

A notícia da morte pegou os familiares e amigos de surpresa. O irmão de Zezinho, Carlos Gomes, muito comovido, conversou com o DIÁRIO DO RIO DOCE e contou que a notícia deixou todos abalados, porque ele era uma pessoa muito generosa e um irmão muito querido. “O Zezinho era aquela pessoa que beijava a mãe e dizia ‘eu te amo’, beijava o pai e dizia ‘eu te amo’. Beijava cada um dos cinco irmãos e dizia ‘eu te amo’. E ele fez questão de ensinar isso para os filhos, que faziam a mesma coisa. Então, tudo o que for dito sobre o Zezinho é pouco ainda. Ele era extraordinário.”

Zezinho, o primeiro da esquerda para a direita, na festa de aniversário de 15 anos da sobrinha e afilhada, em maio deste ano. Os irmãos contam que, sempre que se encontravam, tiravam uma foto juntos nesta mesma posição

O mesmo foi relatado pelo irmão mais novo de Zezinho, Fernando Gomes (Peré). “Quando cheguei aos Estados Unidos, o Zezinho me acolheu. Foi um irmão e um pai para mim. Ele era diferenciado. Não consigo imaginar defeito nele, porque ele não tinha. O que mais dói é ver a tristeza dos meus pais em perder um filho tão amado, que às vezes vinha dos Estados Unidos de surpresa, e era aquela alegria. Está doendo muito.”

A última vez que Zezinho esteve no Brasil foi no dia 25 de maio deste ano, para o aniversário de 15 anos da sobrinha e afilhada. Sempre quando vinha ao Brasil, Zezinho fazia questão de ficar na casa dos pais, José Martins Gomes e Martha Martins Gomes, que são moradores do bairro São Paulo.

O corpo deve chegar na semana que vem, entre quinta e sexta-feira, e vai ser velado e sepultado no cemitério Memorial Park. A esposa, os três filhos, a neta e alguns amigos de Zezinho que moram nos Estados Unidos vêm para o sepultamento no Brasil. A chegada do corpo foi adiada, segundo os irmãos de Zezinho, porque ele completaria 58 anos na segunda-feira (5) e a família não gostaria de fazer o velório nesta data.

Tragédia inesperada

A morte de José Martins, de 57 anos, ocorreu na tarde de terça-feira (30) e deixou parentes, amigos e colaboradores chocados. Ele estava trabalhando como mestre de obras em Queens (NY), quando uma parede desabou e o atingiu. Zezinho emigrou para os Estados Unidos na década de 80, era natural de Governador Valadares e morador do bairro São Paulo. Era  tido por todos como uma pessoa acolhedora, extrovertida e generosa.

De acordo com testemunhas, o brasileiro foi levado inconsciente para o hospital, onde foi declarado morto. Policiais informaram que ele trabalhava com uma equipe de operários no terceiro andar de um prédio, localizado na Beach 67 Street, quando a parede caiu. “Ele tentou correr, mas não conseguiu”, informou o porta-voz do Departamento de Polícia de Nova York (NYPD). Pai, marido e avo dedicado, Zezinho era morador em Warren (NJ).

por Angélica Lauriano | angelica.lauriano@drd.com.br

 

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