[the_ad id="288653"]

Ah! Os boleiros

Inicialmente através da Lei Zico – 8.028/90, seguindo-se a Lei Pelé – 9.6l5/98 e desaguando no Estatuto do Torcedor – Lei 10.671/03, profundas e necessárias alterações foram feitas no futebol brasileiro, buscando moldá-lo à realidade mundial.

O problema é que continuamos a ser ‘o país do futuro’ e que dia sim, outro também, a máxima de que ‘não somos um país sério’ permanece arraigada no ventre dos mortais de todos os setores da vida esportiva de nosso país. Assim sendo, hajam mazelas para todos os gostos.

No passado nossos craques -os verdadeiros -, se assemelhavam aos antigos escravos em função dos horrores da Lei do Passe, sujeitando-se a humilhações, imposições e constrangimentos, tudo pela causa do negócio chamado ‘futebol ‘.

Contrato de gaveta, contrato em branco e” contrato até que a morte nos separe” se notabilizaram nas relações entre futebolistas e dirigentes de futebol. Aqui na cidade que já foi Princesa, também. Tem gente que foi para o andar de cima, mas que ainda está preso a determinado clube.

Não menos verdade que alguns craques se notabilizaram pelo amor puro e verdadeiro que nutriram pelos seus clubes, alguns reconhecidos, outros não. Nilton Santos com o seu Botafogo é um belo exemplo. Telê Santana, Castilho, Píndaro e Pinheiro pelo tricolor das Laranjeiras, também. O tal de ÉDSON com o seu Santos, entrou para a eternidade. Zico no Flá e Roberto Dinamite no Vasco da Gama estão nas galerias da fama. Há outros bons exemplos.

A lei da mordaça foi substituída pela legislação da propalada ‘multa rescisória’, cujos critérios nem sempre buscam fazer justiça às partes envolvidas, no caso clubes e atletas. Artimanhas são montadas, desconfianças aos montões e os espertalhões surgiram, fincaram o pé e…haja maracutaia, espertezas e atitudes não republicanas.

Assessorados em demasia, nem sempre por pessoas qualificadas e de boa índole, parte considerável de futebolistas que não são do tempo da tabuada, que não vivenciaram o multiplicar, o dividir, o subtrair e o somar, passaram friamente a fazer contas em que os clubes que lhes proporcionaram oportunidades estão ficando à deriva.

Legalidade ou Justiça? De ambos os lados, sob a letra fria da lei, clubes e futebolistas colocam ponto final em parcerias vitoriosas, com cada um tomando o seu rumo, numa frieza de fazer dó. As histórias vividas e escritas, principalmente as vitoriosas estão indo para o limbo.

O que vale é a esperteza? Se a resposta for SIM, podem chamar os pais do Neymar e do Gerson. Faltam-lhes tudo, menos ganância e agradecimentos. Incomodam, perturbam, ocupam espaços na mídia raivosa e tendenciosa, havida por notícias sensacionalistas.

E quanto ao bom goleiro Léo Jardim, do Machão da Gama, cujo sucesso só agora aflorou, bom seria reconhecer o que o clube por ele fez ou mesmo lhe proporcionou, não agindo apenas e tão somente sob o manto da lei. Às vezes, o manto da legalidade concorre para a prática de injustiças que não são poucas. No futebol, inúmeras.

Outros exemplos: O do tal de Gabriel Barbosa e do arrogante Dudu, independentemente do poderio dos clubes envolvidos, são marcas indeléveis do mau-caratismo, da prepotência e da esperteza, sempre objetivando levar vantagens econômicas. Terão problemas quando do crepúsculo a que todos nós estamos sujeitos.

Para os menos avisados, não queiram fazer comparações com o que ocorre na Europa, envolvendo relacionamentos entre clubes e futebolistas. As liberações gratuitas que por lá ocorrem, se operam, regra geral, após o cumprimento de longos contratos e com objetivos alcançados por ambas as partes. Coisas de países civilizados.

O que fazer? Como buscar o equilíbrio ou mesmo os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade? Mudar a legislação cm seriedade e comprometimento, mantendo-se a liberdade alcançada pelos futebolistas, livres da antiga escravidão, porém, assegurando minimamente os investimentos dos clubes? A tarefa  não está ao alcance do Romário, do Tiririca e da própria Leila do vôlei. Procure os notáveis e estudiosos meu caro Bolivar.


(*) Ex-atleta

N.B. 1 – Espera-se que a eficiência do VAR e equilibradas e serenas condutas de árbitros europeus na direção de partidas do mundial possam servir de exemplos para nossa sofrida plêiade de juízes.

FOTO: Divulgação

N.B. 2 –     A ficha do tal de Neymar deve cair ao assistir jogos de clubes americanos que participam do mundial de clubes. Por lá ainda cabem quem tem habilidades, porém desprovidos de condições físicas. Se manda…

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

[the_ad_placement id="home-abaixo-da-linha-2"]

LEIA TAMBÉM

Realidade e nada mais

🔊 Clique e ouça a notícia A distância entre Governador Valadares e a capital Belo Horizonte ultrapassa 300 km. É mais ou menos a distância do nível dos clubes de

Futebol, cultura e algumas fortes convicções

🔊 Clique e ouça a notícia “Freed from desire” é a música do momento. Um eletropop flagrantemente europeu, com todos os ingredientes de um hit chiclete típico dos anos 1990.

O abandono de si

🔊 Clique e ouça a notícia O pior abandono é aquele da gente para a gente mesmo. Sim! O autoabandono. Quando a gente se abandona ao longo do tempo, no