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11º Simpósio de Mecanização da Lavoura Cafeeira debate tecnologias de aplicação e cafeicultura de precisão

Evento ocorreu nessa terça-feira (24/5), um dia antes da abertura oficial da Expocafé 2022, maior feira da cafeicultura nacional

O tradicional Simpósio de Mecanização da Lavoura Cafeeira, evento que antecede a abertura oficial da Expocafé, ocorreu no Campo Experimental da Epamig, em Três Pontas (MG), nessa terça-feira (24/5). Em sua 11ª edição, o Simpósio discutiu manejo mecanizado e cafeicultura de precisão.

O engenheiro agrônomo Gustavo Rennó deu início aos trabalhos da manhã com uma conversa sobre gestão de tecnologias de aplicação. De acordo com ele, para garantir alta produtividade é preciso estar alinhado às novas tecnologias, mas sem perder de vista a logística que cada propriedade exige.

“Somos questionados se nossas propriedades estão preparadas para trabalhar com novas tecnologias. É claro que as pesquisas na cafeicultura são primordiais para aumento da produtividade. Mas é preciso saber extrair o melhor da pesquisa e aplicar nas nossas propriedades de acordo com as características dela”, destacou.

O professor da Universidade Federal de Uberlândia (Ufu), João Paulo Cunha, abordou pontos importantes para as tecnologias de aplicação. O professor enfatizou que, em muitos aspectos, o produtor erra por não caprichar na hora de aplicar determinados produtos nas lavouras e, sobretudo, por não adequar as taxas de produtos a cada cultura.

“A responsabilidade não é toda dos produtos. Nós precisamos fazer a nossa parte, e bem feita. Muitas vezes o cafeicultor acha que está sendo bem-sucedido porque utiliza produtos modernos, mas em grande parte dos casos ele não extrai o máximo do potencial desses produtos, ou então aplica de forma incorreta”, enfatizou.

Ainda de acordo com João Paulo Cunha, dois pontos são fundamentais para melhorar a aplicação de produtos nas lavouras de café: a capacitação de profissionais e a avaliação periódica da qualidade da pulverização.

Drones para pulverização

O uso de drones pulverizadores na cultura do café já é uma realidade e foi destaque durante o Simpósio. O engenheiro agrônomo da Syngenta, Luiz Henrique Fernandes, recorreu a uma Portaria de 2021, do Ministério da Agricultura, para destacar que o controle de drones de pulverização é uma atividade profissional regulamentada. O desafio, contudo, é saber utilizar os equipamentos de maneira correta, em aspectos técnicos e agrícolas.

Para Luiz Henrique, drones de pulverização não são “bichos de sete cabeças”.

Todavia, o engenheiro agrônomo reiterou que é necessário optar por equipamentos de qualidade ou toda a atividade cafeeira será comprometida.

“Drones são uma tendência que vai se solidificar cada vez mais nos próximos anos. Não adianta querer economizar e adquirir equipamentos que não são condizentes com nossas características de clima e solo. Não se trata de gastos, mas de investimentos”, enfatizou.

No final da manhã, o professor da Universidade de São Paulo (USP), José Laércio Favarin, falou do manejo para usos eficientes de nutriente. Em todas as palestras da primeira parte do Simpósio houve interação do público presente com perguntas e relatos de campo.

Cafeicultura de precisão

No início da tarde de terça-feira, o cenário das pesquisas em cafeicultura foi exposto pelo chefe adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Café, Omar Rocha. “O desafio é crescer com qualidade e baixo custo”, pontuou.

De olho nesse desafio, o professor da Universidade Federal de Lavras (Ufla), Fábio Moreira, fez uma introdução à cafeicultura de precisão. Em seguida, o professor da Ufla, Rafael Faria, falou do manejo da lavoura em cafeicultura de precisão.

O tema é desenvolvido no município de Três Pontas desde 2010 e objetiva adequar a produtividade de forma racional e com menor custo operacional. Segundo o professor, na cafeicultura de precisão, são consideradas as reais necessidades de uma lavoura perene.

“Trabalhar a cafeicultura de forma precisa é trabalhar em cima das diferenças existentes nas lavouras, e não no que há em comum entre as plantas. Por exemplo, a variabilidade espacial em uma plantação de café é muito grande. Na cafeicultura de precisão cada área vai receber quantidades apropriadas de determinado produto”, explica o professor.

O 11º Simpósio de Mecanização da Lavoura Cafeeira foi encerrado com a fala do pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Vinícius Andrade. O pesquisador fez um apanhado de tecnologias de sucesso que estão sendo utilizadas por cafeicultores em Minas Gerais, sobretudo em municípios do Alto Paranaíba e do Triângulo Mineiro.

Uma tecnologia citada pelo pesquisador é o desenvolvimento de cultivares melhoradas geneticamente. “A gente consegue ter aumento de produtividade de pelo menos 30% com as cultivares novas, isso só de mudar a semente que se utiliza. Sem contar que a semente é a tecnologia mais barata para o produtor”, explicou.

Vinícius Andrade citou o uso da compostagem para aumentar a eficiência da aplicação de fertilizantes na lavoura, o que promove mais biodiversidade no sistema e ganhos em biodiversidade. Por fim, o pesquisador trouxe às discussões as cultivares mais resistentes a doenças e pragas.

“Estamos em um mundo onde é cobrada cada vez mais a redução de agroquímicos e a resistência genética é muito importante nesse sentido”, concluiu Vinicius Andrade.

Visitas à Expocafé 2022

A abertura da Expocafé 2022 ao público acontece nesta quarta-feira (25/5), a partir das 8h, com atrações variadas. A exposição de máquinas contará com quase 130 empresas dos setor, além dos expositores institucionais, que apresentarão tecnologias e equipamentos para a condução e manejo das lavouras.

Outras atrações para os visitantes são o Espaço Aromas e Sabores, o Espaço Produtor Inovador da Expocafé e a 2ª Expocafé Mulheres.  A programação completa pode consultada em neste link.  

Serviço

Expocafé 2022 (presencial)
Período: 25 a 27/5/2022
Local: Campo Experimental da Epamig, em Três Pontas  (Rodovia Três Pontas / Santana da Vargem, Km 6)
Entrada gratuitas
Inscrições:  neste link.

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